quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Chief Keef: Parte 3

                 

Dedication – Chief Keef





















NOTA: 8,5/10


Em 2017, foi lançado mais um trabalho de Chief Keef intitulado Dedication, que se mostrou mais variado. Após o Bang 3, Keef mergulhou em uma rotina de experimentações sonoras, lançando projetos em ritmo intenso e com autonomia criativa total. Com este trabalho ele tenta reafirmar o controle sobre a própria narrativa, o álbum busca mostrar que Keef ainda é relevante e que seu estilo, o drill autêntico e as melodias distorcidas, havia influenciado uma geração inteira. A produção, feita como sempre por ele junto com D. Rich, Ness, K.E. on the Track e entre outros, segue aquela estética marcada por linhas de baixo pesadas, hi-hats cortantes e um uso habilidoso do autotune, que Keef maneja de maneira muito particular. O som é mais polido do que o de seus projetos anteriores, mas ainda mantém a crueza e a espontaneidade típicas do Drill e também do Trap. O repertório é muito bom, e as canções são pesadas e até mais variadas. Enfim, é um trabalho interessante e bem coeso. 

Melhores Faixas: Mailbox, Kills, Negro, Text, Come On Now (Lil Yachty mandando bem demais) 
Vale a Pena Ouvir: Get It, Let Me See, Ticket

4NEM – Chief Keef





















NOTA: 8,2/10


Quatro anos se passaram e foi lançado mais um álbum de Chief Keef, intitulado 4NEM. Após o Dedication, Keef passou alguns anos sem lançar um álbum de estúdio propriamente dito, mas isso não significou ausência. Ele manteve um fluxo constante de mixtapes, singles e colaborações, além de mergulhar de cabeça na produção musical. Esse título é uma gíria local de Chicago, significando “for them”, ou seja, “pelos meus”, uma dedicatória aos amigos e companheiros de rua, muitos dos quais ele perdeu ao longo dos anos. A produção foi feita por ele junto com outros nomes, como K.E. on the Track e até mesmo Juicy J e DJ Paul (do Three 6 Mafia). A sonoridade é cristalina e detalhada, uma fusão entre o Drill de Chicago e o Trap. Os beats são cheios de sintetizadores distorcidos, melodias de videogame, camadas de 808s vibrantes e uma atmosfera digital quase surreal. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem energéticas. No final, é um ótimo trabalho e preciso. 

Melhores Faixas: Hadouken, Bitch Where, Ice Cream Man, Yes Sir 
Vale a Pena Ouvir: Tuxedo, Hurry B4 The Gate Close, On What

Almighty So 2 – Chief Keef





















NOTA: 9/10


Então chegamos ao último trabalho, até o momento, do Chief Keef, lançado no ano passado: Almighty So 2. Após o 4NEM, Keef reforçou sua autonomia criativa, produzindo grande parte de seu material, cultivando a estética do Drill de Chicago, mas também experimentando mais melodias, texturas eletrônicas e ambientes sonoros mais amplos. Esse projeto já havia sido anunciado por volta de 2018, mas demorou muito por conta de outros lançamentos, e aqui basicamente ele mostra um lado muito mais pessoal, relembrando um pouco seu passado e olhando para o futuro. A produção foi diversificada, contando, além dele, com Akachi, Bobby Raps, DP Beats e outros, que inseriram elementos típicos do drill de Chicago (808s pesadas, hi-hats ágeis, atmosferas sombrias), mas também camadas mais melódicas, sintetizadores digitais e até elementos de Chipmunk Soul. O repertório é ótimo, e as canções são pesadíssimas. No fim, é um trabalho excepcional e imersivo. 

Melhores Faixas: Banded Up, Runner, Believe, Tony Montana Flow, Jesus (Lil Gnar amassando), Prince Charming, 1,2,3 
Vale a Pena Ouvir: Drifting Away, Grape Trees (Sexyy Red não entregou quase nada), Neph Nem

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