quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Curtis Mayfield: Parte 2

                 

Super Fly (The Original Motion Picture Soundtrack) – Curtis Mayfield





















NOTA: 10/10


Outro ano se passou, e Curtis Mayfield lança seu 3º álbum de estúdio, a trilha sonora do filme Super Fly. Após o Roots, aquele período do início dos anos 70 marcou a explosão do movimento conhecido como blaxploitation no cinema, com filmes que buscavam retratar a vida urbana negra, frequentemente com uma mistura de glamour, criminalidade e crítica social. Super Fly, filme dirigido por Gordon Parks Jr., contava a história de Priest, um traficante de drogas tentando sair da vida do crime, e Mayfield foi contratado para criar a trilha sonora. A produção foi feita, obviamente, pelo próprio cantor, que colocou arranjos densos e precisos, linhas de baixo marcantes, cordas e metais elegantes, além de sua guitarra suave, porém insistente, e de sua voz doce, que ao mesmo tempo é quase falada, fazendo uma combinação perfeita de Soul com Funk. O repertório é simplesmente maravilhoso, todas as faixas bem amarradas e com muita profundidade. Enfim, é um belo disco e outro clássico. 

Melhores Faixas: Pusherman, Superfly, Little Child Runnin' Wild, Give Me Your Love (Love Song), Eddie You Should Know Better 
Vale a Pena Ouvir: Freddie's Dead, No Thing On Me (Cocaine Song)

Back To The World – Curtis Mayfield





















NOTA: 9/10


Mais um ano se passou, e Curtis retorna lançando mais um disco, intitulado Back to the World. Após o Super Fly, Curtis Mayfield se consolidou como um artista solo que unia consciência social, groove e melodias sofisticadas. Seu último trabalho não apenas foi uma trilha sonora de impacto, mas também um comentário político e social sobre a vida urbana, as drogas e a desigualdade racial. Aqui, ele continua a explorar temas de consciência social, política, amor e esperança, mas com uma abordagem mais pessoal e introspectiva. A produção é aquela de sempre, só que aqui ele segue por um caminho mais cristalino e preciso, com uma instrumentação tradicional, guitarra rítmica, baixo pulsante, cordas e sopros sutis, fazendo aquele equilíbrio entre o Soul progressivo e o Funk urbano, sem perder o apelo popular. O repertório é muito bom, e as canções são bem melódicas, com um clima intimista. No final, é um trabalho incrível e bastante subestimado. 

Melhores Faixas: Right On For The Darkness, Future Schock, Future Song (Love A Good Woman, Love A Good Man) 
Vale a Pena Ouvir: Keep On Trippin', Back To The World

Sweet Exorcist – Curtis Mayfield





















NOTA: 8,7/10


Indo para 1974, foi lançado seu 5º álbum de estúdio, intitulado Sweet Exorcist, que foi mais complexo. Após o Back to the World, Curtis Mayfield já se consolidava como um dos maiores inovadores do Soul, destacando-se por combinar groove sofisticado, consciência social e arranjos orquestrais elaborados. Aqui, ele decidiu explorar temas universais de amor, espiritualidade, resistência e consciência, com uma maturidade crescente na composição e nos arranjos. A produção foi conduzida, como sempre, pelo próprio cantor, que equilibrou groove, melodia e mensagem de forma orgânica, sem exageros instrumentais. Curtis gravou quase todas as camadas ele mesmo ou com músicos de confiança, garantindo que cada nota e efeito tivessem propósito narrativo e rítmico. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas e vão para um lado mais delicado. Enfim, é um ótimo álbum, que acabou ficando nas sombras dos anteriores. 

Melhores Faixas: Sweet Exorcist, Ain't Got Time 
Vale a Pena Ouvir: Power To The People, Suffer

  

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

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