Grant's First Stand – Grant Green
NOTA: 9/10
Agora, indo lá para 1961, foi lançado o álbum de estreia de Grant Green, intitulado Grant's First Stand. O guitarrista começou sua trajetória em 1959, vindo do circuito musical de St. Louis, Missouri, onde havia se destacado no final dos anos 50 como um músico versátil e expressivo. Autodidata, cresceu ouvindo Charlie Parker e Jimmy Raney, mas desenvolveu rapidamente um estilo próprio, baseado em fraseados lineares, articulação límpida e uma fluidez rítmica incomum. Ele havia sido notado por Lou Donaldson, que o levou à Blue Note após tocarem juntos em clubes de Nova York. A produção, feita pelo lendário Alfred Lion, deixou aquele som quente, direto e intimista. Aqui temos uma boa combinação: o Hammond do Baby Face Willette preenche o espaço harmônico com densidade, enquanto a bateria do Ben Dixon sustenta um pulso swingado e terreno. O repertório, apesar de curto, tem ótimas canções, que são também bem técnicas. Enfim, é um ótimo disco de estreia e bem firme.
Melhores Faixas: Blues For Willarene, A Wee Bit O' Green
Vale a Pena Ouvir: Baby's Minor Lope, Miss Ann's Tempo
Green Street – Grant Green
NOTA: 10/10
Melhores Faixas: 'Round About Midnight, No. 1 Green Street, Alone Together
Vale a Pena Ouvir: Green With Envy, Grant's Dimensions
Grantstand – Grant Green
NOTA: 8,8/10
No ano seguinte, foi lançado seu 3º álbum de estúdio, o Grantstand, que foi mais técnico. Após o atemporal Green Street, como já dito, a cena do jazz estava em ebulição. O Hard Bop, que havia dominado a segunda metade da década de 50, começa a abrir espaço para novas misturas com o Gospel e o R&B, originando o que viria a ser conhecido como Soul Jazz. Grant Green estava encarnando essa nova síntese, decidindo unir o groove com o lirismo, só que de uma forma mais ampla. A produção foi a de sempre: som quente, presença definida dos instrumentos e um ambiente acústico natural. Green, como sempre, toca sem pedais de efeito, com timbre direto do amplificador, limpo, seco e de articulação cristalina. Essa simplicidade técnica faz sobressair a expressão emocional de seu fraseado: cada nota soa deliberada, cantável e com senso de balanço preciso. O repertório contém 4 faixas muito boas, que são também mais fluidas. No fim, é um ótimo disco e mais complexo.
Melhores Faixas: Blues In Maude's Flat, Grantstand
Vale a Pena Ouvir: Old Folks, My Funny Valentine
É isso, um abraço e flw!!!


