sábado, 18 de outubro de 2025

Analisando Discografias - Grant Green: Parte 1

                 

Grant's First Stand – Grant Green





















NOTA: 9/10


Agora, indo lá para 1961, foi lançado o álbum de estreia de Grant Green, intitulado Grant's First Stand. O guitarrista começou sua trajetória em 1959, vindo do circuito musical de St. Louis, Missouri, onde havia se destacado no final dos anos 50 como um músico versátil e expressivo. Autodidata, cresceu ouvindo Charlie Parker e Jimmy Raney, mas desenvolveu rapidamente um estilo próprio, baseado em fraseados lineares, articulação límpida e uma fluidez rítmica incomum. Ele havia sido notado por Lou Donaldson, que o levou à Blue Note após tocarem juntos em clubes de Nova York. A produção, feita pelo lendário Alfred Lion, deixou aquele som quente, direto e intimista. Aqui temos uma boa combinação: o Hammond do Baby Face Willette preenche o espaço harmônico com densidade, enquanto a bateria do Ben Dixon sustenta um pulso swingado e terreno. O repertório, apesar de curto, tem ótimas canções, que são também bem técnicas. Enfim, é um ótimo disco de estreia e bem firme. 

Melhores Faixas: Blues For Willarene, A Wee Bit O' Green 
Vale a Pena Ouvir: Baby's Minor Lope, Miss Ann's Tempo

Green Street – Grant Green





















NOTA: 10/10


Pouco tempo depois, foi lançado seu maravilhoso 2º álbum, intitulado Green Street, que foi mais elegante. Após o Grant's First Stand, esse novo trabalho apresentava Green com um trio de órgão, enfatizando seu lado mais quente e soulful. Mas o guitarrista queria agora demonstrar outra faceta: a de um improvisador que podia sustentar harmonia e melodia ao mesmo tempo, explorando as nuances do espaço, do silêncio e da interação. A produção, feita mais uma vez por Alfred Lion, foi bem mais exemplar, já que a guitarra de Green soa próxima e quente, enquanto o contrabaixo de Ben Tucker ocupa o espaço inferior com elegância, sem competir. Dave Bailey, na bateria, oferece uma sustentação sutil, com escovas e pequenos ataques que realçam o espaço em vez de preenchê-lo, mostrando um pouco da combinação de Hard Bop com Soul Jazz. O repertório é incrível, e as canções são todas excepcionais. Enfim, é um baita disco e certamente um clássico. 

Melhores Faixas: 'Round About Midnight, No. 1 Green Street, Alone Together 
Vale a Pena Ouvir: Green With Envy, Grant's Dimensions

Grantstand – Grant Green





















NOTA: 8,8/10


No ano seguinte, foi lançado seu 3º álbum de estúdio, o Grantstand, que foi mais técnico. Após o atemporal Green Street, como já dito, a cena do jazz estava em ebulição. O Hard Bop, que havia dominado a segunda metade da década de 50, começa a abrir espaço para novas misturas com o Gospel e o R&B, originando o que viria a ser conhecido como Soul Jazz. Grant Green estava encarnando essa nova síntese, decidindo unir o groove com o lirismo, só que de uma forma mais ampla. A produção foi a de sempre: som quente, presença definida dos instrumentos e um ambiente acústico natural. Green, como sempre, toca sem pedais de efeito, com timbre direto do amplificador, limpo, seco e de articulação cristalina. Essa simplicidade técnica faz sobressair a expressão emocional de seu fraseado: cada nota soa deliberada, cantável e com senso de balanço preciso. O repertório contém 4 faixas muito boas, que são também mais fluidas. No fim, é um ótimo disco e mais complexo. 

Melhores Faixas: Blues In Maude's Flat, Grantstand 
Vale a Pena Ouvir: Old Folks, My Funny Valentine

          É isso, um abraço e flw!!!                 

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