domingo, 26 de outubro de 2025

Analisando Discografias - King Von

                 

Grandson, Vol. 1 – King Von





















NOTA: 6/10


Voltando novamente para 2019, foi lançado o primeiro trabalho do King Von em formato de mixtape, Grandson, Vol. 1. O rapper, vindo de Chicago e que desde a adolescência acompanhou o surgimento do Drill, não pôde iniciar sua carreira antes por ter sido preso várias vezes. Foi só depois de mais uma saída da prisão, em 2017, que ele começou sua trajetória, sendo apadrinhado por Lil Durk. Com isso, trazia uma energia bruta e uma narrativa realista sobre a vida no South Side. A produção foi diversificada, contando com Chopsquad DJ, Young Chop e outros, que colocaram aquele DNA tradicional do Drill, com beats densos, ênfase em 808s e melodias sombrias, mas já apontando para uma direção mais polida. Ainda assim, há muita coisa que ficou repetitiva. O repertório é mediano, com canções fracas e outras interessantes. Enfim, é um trabalho irregular, mas que serviu como uma apresentação. 

Melhores Faixas: Crazy Story, Pt. 3, Crazy Story, Hoes Ain't Shit, Fuck Yo Man 
Piores Faixas: Mama's Boy, What It's Like, No Flaws, Jet

LeVon James – King Von





















NOTA: 8,6/10


No ano seguinte, foi lançada sua segunda mixtape, intitulada LeVon James, e aqui teve mais coesão. Após o Grandson, Vol. 1, King Von consolidou-se como uma das vozes mais autênticas do Drill de Chicago. O impacto de Crazy Story havia-o projetado nacionalmente, e sua parceria com Lil Durk o posicionou como o principal nome da nova geração da Only The Family (OTF). Esse título brinca com o nome do jogador LeBron James, sugerindo confiança e domínio: Von agora era a estrela, o “franchise player” do drill. A produção foi feita novamente por Chopsquad DJ, Dr. Flow, Mike WiLL Made-It e outros, e seguiu uma sonoridade mais robusta e cinematográfica. Os beats são mais nítidos, o grave é mais controlado e há uso de melodias mais melancólicas, que acentuam a dualidade entre glória e dor. O repertório ficou muito bom, com canções bem reflexivas que seguem um caminho bastante pessoal. No fim, é um ótimo trabalho e mais consistente. 

Melhores Faixas: Took Her To The O, 3 A.M., Baguette's, Rollin (ótima feat do YNW Melly), Don't Want To Be Me 
Vale a Pena Ouvir: Broke Opps, Str8, 2 A.M.

Welcome To O'Block – King Von





















NOTA: 9/10


Alguns meses se passaram e foi lançado seu álbum de estreia e único em vida, o Welcome To O'Block. Após o LeVon James, King Von estava finalmente se firmando como uma das figuras centrais do Drill de Chicago e como uma das vozes mais poderosas do Rap narrativo da década. O título é emblemático: “O’Block” é o nome do quarteirão na Parkway Gardens, em Chicago, onde Von cresceu e que virou símbolo tanto da violência local quanto da resistência e da identidade de uma geração inteira. A produção foi feita, como sempre, por Chopsquad DJ, Hitmaka, Wheezy e outros, trazendo um som dinâmico, com arranjos mais nítidos, camadas instrumentais mais ricas e uma variação rítmica que dá ao disco fluidez e estrutura. A base segue o mesmo DNA de Chicago: hi-hats curtos, 808s potentes, linhas de piano ou synths sombrios, mas os beats são detalhados. O repertório é incrível, e as canções são todas bem reflexivas. No fim, é um trabalho maravilhoso e profundo. 

Melhores Faixas: Armed & Dangerous, Gta, Ride, I Am What I Am, Back Again (Lil Durk mandou bem), Why He Told 
Vale a Pena Ouvir: The Code, All These N****s, Demon

What It Means To Be King – King Von





















NOTA: 5/10


Dois anos se passaram, foi lançado o 1º trabalho póstumo do King Von intitulado What It Means To Be King. Após o Welcome To O'Block, um mês após o lançamento ele acabou sendo assassinado aos 26 anos, e antes de tudo isso ele já estava preparando um trabalho novo falava abertamente sobre expandir o som, incorporar novas melodias e explorar temas que iam além da guerra das ruas, embora sem abandonar o realismo que definia seu estilo. Com isso Lil Durk, a família e a gravadora OTF/Empire se uniram para terminar o projeto. Produção foi diversificada como sempre contando com os mesmos nomes, onde mesclam o Drill clássico de Chicago com elementos do Trap moderno e até melodias R&B em alguns momentos. Os beats são polidos, a mixagem é de alto nível, apesar de que tem muita coisa que ficou bem genérica e faltando ampliação. O repertório é irregular, tem canções boas e outras descartáveis. Enfim, é um album mediano e inconsistente. 

Melhores Faixas: Don't Play That (21 Savage amassando), My Fault, War, Where I'm From, Get Back 
Piores Faixas: Facetime, Get It Done, Hard To Trust, Evil Twins (Lil Durk voltando ao normal né), Too Real

Grandson – King Von





















NOTA: 3/10


Então chegamos ao seu último álbum póstumo, intitulado Grandson (um de seus apelidos). Após o irregular What It Means To Be King, há uma camada emocional adicional: o material foi selecionado após sua morte e carrega seu legado, o que impõe o desafio de manter a autenticidade e a coerência com o que ele era como artista e pessoa de rua. Há também a expectativa por parte dos fãs de que este trabalho “termine o ciclo” ou “sublime” seu legado. A produção seguiu a de sempre, mostrando aquele drill cru de Chicago, embora esse DNA esteja firme, mas com uma variação de sonoridades: batidas pesadas, atmosferas mais melódicas, momentos de introspecção e também hinos de rua. O problema é que muita coisa não se encaixa, deixando tudo repetitivo e faltando mais dinâmica em alguns flows e ritmos. O repertório é bem ruinzinho, com canções esquecíveis e poucas interessantes. Enfim, é um trabalho medíocre e bem abaixo do esperado. 

Melhores Faixas: From The Hood (Lil Durk foi bem de novo), Think I'm A Hoe, Robberies
Piores Faixas: GangLand, Act Up, Phil Jackson, HitMan, Pressure
  

              Então é isso e flw!!!        

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