quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Adrian Belew: Parte 3

                 

Side One – Adrian Belew





















NOTA: 8,2/10


Pulando lá para 2005, Adrian Belew lançava mais um álbum, o Side One, que formaria o começo de uma trilogia. Após o Op Zop Too Wah, ele acabou lançando outros projetos colaborativos, só que seu maior foco foi no King Crimson, onde se expandiu artisticamente. Para esse novo trabalho, em vez de fazer um disco longo, ele concebeu a trilogia Side One / Side Two / Side Three, cada um com personalidade própria. O primeiro deles seria o mais “Rock”, o mais vigoroso e com um lado mais variado. A produção foi bem mais orgânica e visceral, com ele tocando todos os instrumentos, manipulando timbres de guitarra, loops, overdubs, efeitos digitais, ruídos e todo tipo de excêntrica manipulação sonora, fazendo uma mistura de Prog Rock com Math Rock e um lado funkeado. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas. Enfim, é um ótimo trabalho e bem profundo. 

Melhores Faixas: Writing On The Wall, Walk Around The World 
Vale a Pena Ouvir: Beat Box Guitar, Matchless Man

Side Two – Adrian Belew





















NOTA: 8,5/10


Alguns meses se passaram, e foi lançado o Side Two, que seguiu por um caminho mais eletrônico. Após o Side One, Adrian Belew precisava que a continuação fosse o oposto: mais introspectiva, mais experimental, mais fragmentada e mais solitária. Belew queria explorar um território mais eletrônico, baseado em loops, texturas e vozes múltiplas, e menos orientado pela instrumentação tradicional de rock. A produção foi mais ambiciosa e buscou o detalhe microscópico: ruídos processados, guitarras que soam como máquinas, vocais distorcidos intencionalmente, ritmos quebrados, efeitos de reversão, delay fragmentado, glitch e colagens que evocam tanto o Art Rock dos anos 80 quanto o que era chamado de Indietronica nos anos 2000. O repertório é muito bom, e as canções são divertidas e cada uma tem sua peculiaridade. Enfim, é um ótimo disco e bem surpreendente. 

Melhores Faixas: Then What, Sunlight, I Wish I Knew 
Vale a Pena Ouvir: Dead Dog On Asphalt, I Know Now

Side Three – Adrian Belew





















NOTA: 8/10


Então, no ano seguinte, essa trilogia é finalizada com Side Three, que dá um contexto final. Após o Side Two, Adrian Belew decidiu unir as forças dos dois discos anteriores, mas adicionando um elemento novo: colaborações pontuais com músicos que têm estética própria forte, como Robert Fripp, Mel Collins e outros parceiros. Isso dá ao disco um caráter mais expansivo, mais “de banda”, mas sem abandonar seu laboratório particular. A produção foi bem estruturada, com moldes sonoros complexos e, depois, o encaixe de participações externas em pontos muito específicos, quase como pinceladas dentro de um quadro já pronto. A sonoridade é nítida, agressiva quando precisa, melódica quando quer e constantemente surpreendente, fazendo essa junção de Rock progressivo, Art Rock e música eletrônica num lado mais futurista. O repertório é muito legal, e as canções são bem variadas. Enfim, é um ótimo trabalho e fecha essa trilogia de forma decente. 

Melhores Faixas: Incompetence Indifference, Men In Helicopters V4.0 
Vale a Pena Ouvir: Beat Box Car, Drive, &

E – Adrian Belew





















NOTA: 8,6/10


Três anos se passam, e é lançado mais um trabalho dele, intitulado apenas como E. Após aquela trilogia, Adrian Belew criou um trio formado por ele nos vocais e na guitarra, Julie Slick no baixo e Eric Slick na bateria. Os irmãos Slick, então muito jovens, impressionaram-no por sua musicalidade avançada, disciplina rítmica e afinidade natural com tempos complexos, uma rara combinação que permitia a Belew trabalhar composições intrincadas, fractais, cheias de polirritmos e texturas que exigiam precisão absoluta. A produção foi bem mais precisa e gravada de forma orgânica, cuidadosamente planejada para capturar a potência bruta do trio, sem exagerar em overdubs: guitarra carregada de efeitos, baixo articulado de Julie e bateria frenética e técnica de Eric. Porém, tudo é bem repetitivo e parece ter sido feito de forma excessivamente simplista, refletindo em um repertório mediano, com poucas canções interessantes. Enfim, é um trabalho irregular que não funcionou. 

Melhores Faixas: D2, B, C 
Piores Faixas: B3, B2, E2

Pop Sided – Adrian Belew





















NOTA: 8,5/10


Dez anos se passaram, e Adrian Belew lançava mais um disco, o Pop Sided, que foi mais consistente. Após o E, Belew passou boa parte da década de 2010 concentrado em turnês, colaborações e experimentos com tecnologia musical, especialmente seus notórios “Belewtronics”, o método particular de transformar a guitarra em uma máquina de texturas mutantes. O álbum marca um retorno ao formato de canção, mas sob o filtro de um compositor que já atravessou fases experimentais, sinfônicas, pop, tecnológicas e improvisadas. A produção é bem expansiva, com timbres limpos convivendo com distorções digitais; guitarras surgem como se fossem sintetizadores; baterias são nítidas e diretas; e o ambiente geral é brilhante, alegre e energético, mostrando sua melhor versão dentro do Art Rock. O repertório é muito bom, e as canções são melódicas e divertidas. Em suma, é um trabalho bacana e que foi um acerto. 

Melhores Faixas: Although, Road Rage 
Vale a Pena Ouvir: Everybody's Sitting, Obsession


         Por hoje é só, então flw!!!      

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