Mr. Music Head – Adrian Belew
NOTA: 8,2/10
Chegando no final dos anos 80, foi lançado mais um disco do Adrian Belew, o Mr. Music Head. Após o Desire Caught By The Tail, o cenário musical já era outro: a New Wave perdia força e o Rock passava por uma transição entre a estética oitentista e a chegada iminente do Rock alternativo dos anos 90. Belew, sempre um outsider, decide fazer um disco mais direto e melódico, mas sem abandonar sua marca registrada: guitarras estranhas, inventivas, texturas pouco convencionais e humor musical. Com produção conduzida, como era de se esperar, por ele mesmo e com ele novamente tocando todos os instrumentos, temos aqui uma abordagem singular, fazendo deste um trabalho claramente artesanal, em que cada arranjo, cada barulho de guitarra e cada textura sintética parece ter uma intenção muito clara, trazendo influências de Art Rock, psicodelia e Zolo. O repertório é muito bom, e as canções são bem variadas. Enfim, é um trabalho bacana e bem visual.
Melhores Faixas: Oh Daddy, Hot Zoo
Vale a Pena Ouvir: Bad Days, 1967, Motor Bungalow
Young Lions – Adrian Belew
NOTA: 8/10
Entrando nos anos 90, Adrian Belew lançava mais um novo trabalho, o Young Lions. Após o Mr. Music Head, Belew estava em uma ótima fase: sua carreira solo ia bem e ele continuava envolvido com múltiplas colaborações. Um nome importante retorna nesse período: David Bowie. Belew havia sido guitarrista de Bowie no início dos anos 70, e essa parceria é retomada justamente no final dos anos 80, quando Bowie convida Belew para trabalharem novamente juntos, agora numa fase em que buscava um equilíbrio entre o Pop acessível e a vanguarda. A produção foi aquela de sempre: ele mesmo toca a maior parte dos instrumentos, escreve os arranjos, cuida da produção e controla quase todos os detalhes musicais. Isso cria uma identidade sonora muito coesa. O disco soa como uma extensão natural do anterior, mas com uma abordagem mais elétrica. O repertório é muito bom, e as canções são bem melódicas. Enfim, é um trabalho interessante e bem consistente.
Melhores Faixas: Pretty Pink Rose (dueto com David Bowie), Men In Helicopters
Vale a Pena Ouvir: Gunman (Bowie aparece de novo), Heartbeat
Inner Revolution – Adrian Belew
NOTA: 6/10
Melhores Faixas: I'd Rather Be Right Here, Inner Revolution, This Is What I Believe In
Piores Faixas: The War In The Gulf Between Us, Birds, I Walk Alone
Here – Adrian Belew
NOTA: 2,6/10
Em 1994, mais um trabalho dele foi lançado, intitulado Here, e aqui tivemos muitas precipitações. Após o fraquíssimo Inner Revolution, o King Crimson tinha recém voltado, só que Adrian Belew já preparava um novo trabalho solo que fosse mais introspectivo, apostando numa sonoridade que mistura art rock, minimalismo, arranjos flutuantes e ambientações densas, enquanto mantém melodias claras e letras emocionais. A produção foi bem mais experimental; aqui ele opta por um clima mais etéreo, quase “flutuante”. Tudo é construído em camadas: guitarras limpas e cheias de delay, texturas sintetizadas e pequenos detalhes sonoros que se entrelaçam sem nunca saturar o espaço. Os arranjos vocais são mais simples, porém tudo é excessivamente arrastado e falta mais complemento no som, que cai drasticamente. O repertório é péssimo, e as canções são tediosas, com poucas se salvando. Enfim, é um álbum ruim e bem esquecível.
Melhores Faixas: Never Enough, Here
Piores Faixas: Fly, Brave New World, Futurevision
Op Zop Too Wah – Adrian Belew
NOTA: 4/10
Dois anos se passam, e foi lançado mais um álbum, intitulado Op Zop Too Wah. Após o Here, Adrian Belew decidiu expandir o espectro experimental mais uma vez. Esse período coincide também com seu envolvimento contínuo com o King Crimson dos anos 90, especialmente a formação “double trio”, cuja estética de camadas, loops e texturas complexas inspiraria diretamente o álbum. A produção foi mais liberal, já que ele toca todos os instrumentos, programa loops, cria passagens eletrônicas, grava vocais múltiplos e constrói interlúdios que costuram as faixas como se o álbum fosse um grande mosaico sonoro. A estética é deliberadamente caseira no melhor sentido: orgânica e espontânea. O problema é que tudo é muito desalinhado, o que faz o álbum parecer bastante repetitivo e com um lado experimental que às vezes não funciona. O repertório é bem fraco, com poucas canções interessantes e outras chatíssimas. No geral, é um trabalho muito ruim e cansativo.
Melhores Faixas: Six String, Time Waits, Op Zop Too Wah, All Her Love Is Mine
Piores Faixas: The Ruin After The Rain, Conversation Piece, A Plate Of Guitar, Modern Man Hurricane Blues
Então é isso, um abraço e flw!!!




