sexta-feira, 28 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Camel: Parte 1

                 

Camel – Camel





















NOTA: 9,9/10


Em 1973, foi lançado o álbum de estreia autointitulado do Camel (e não, a banda não era patrocinada pela marca de cigarro). Formado em Guildford, em Surrey, na Inglaterra, a partir do trio The Brew, composto por Andrew Latimer (guitarra, flauta, vocais), Doug Ferguson (baixo, vocais) e Andy Ward (bateria), e com a entrada de Peter Bardens (teclados), a banda ganhou um eixo melódico muito mais sofisticado. Com isso, depois de várias andanças, eles assinaram com a MCA Records. A produção, feita por Dave Williams, colocou uma sonoridade crua e orgânica, com a guitarra de Latimer aparecendo com enorme clareza e os teclados analógicos de Bardens servindo de base. A bateria de Andy já mostra sua destreza técnica, enquanto Ferguson sustenta tudo com linhas de baixo econômicas, tudo dentro desse caldeirão de Rock progressivo com um lado mais sinfônico. O repertório é incrível, e as canções são bem melódicas. No final, é um belo disco de estreia e bastante direto. 

Melhores Faixas: Mystic Queen, Never Let Go, Slow Yourself Down 
Vale a Pena Ouvir: Curiosity, Separation

Mirage – Camel





















NOTA: 10/10


Então chega o ano seguinte, quando foi lançado o atemporal 2º álbum deles, o Mirage. Após o álbum de estreia, o Camel entrou em uma turnê intensa, afiadíssima, e dessa pressão criativa nasceu esse trabalho. Com a entrada deles na Deram Records, o selo percebeu o potencial da banda e deu aos músicos mais liberdade artística. Isso abriu caminho para composições mais longas, complexas e arquitetadas. A produção foi feita por David Hitchcock, que colocou um som mais refinado e manteve o clima orgânico, mas agora com maior amplitude de timbres: Bardens usa sintetizadores e pianos elétricos com mais ousadia, enquanto Latimer explora guitarras mais cheias, flauta com maior presença e alguns efeitos discretos. A bateria do Andy Ward está mais viva, e o baixo do Ferguson aparece com mais clareza, sustentando as harmonias com elegância. O repertório é sensacional, contendo 5 faixas incríveis. Enfim, é um álbum maravilhoso e uma obra-prima. 

Melhores Faixas: Lady Fantasy (minha parte favorita dessa peça: Encounter), Freefall 
Vale a Pena Ouvir: Nimrodel / The Procession / The White Rider (um exemplo de suíte perfeita), Supertwister

The Snow Goose – Camel





















NOTA: 9,6/10


Mais um ano se passou, e foi lançado o 3º álbum do Camel, o The Snow Goose. Após o Mirage, a banda buscava um projeto que os diferenciasse ainda mais dentro de um cenário progressivo já repleto de obras grandiosas. Inspirados pelo livro The Snow Goose, de Paul Gallico, o Camel decidiu criar um álbum inteiramente instrumental, baseado na história lírica e melancólica envolvendo o eremita Rhayader, a jovem Fritha e o ganso-branco que os une. A produção, feita mais uma vez por David Hitchcock, teve o uso de orquestrações arranjadas em colaboração com o maestro David Bedford, o que adiciona profundidade cinematográfica às composições. O som é cristalino e equilibrado: o álbum soa como uma suíte contínua, com peças interligadas que formam uma narrativa musical fluida. O repertório é espetacular, e as composições são todas bem atmosféricas e relaxantes. No final de tudo, é outro disco sensacional e que também é um clássico. 

Melhores Faixas: Rhayader Goes To Town, Rhayader, Flight Of The Snow Goose, Dunkirk, The Snow Goose, La Princesse Perdue 
Vale a Pena Ouvir: Preparation, Sanctuary, Migration (única faixa que apresenta vocal)

Moonmadness – Camel





















NOTA: 10/10


Outro ano se passou, e foi lançado mais um álbum espetacular do Camel, o Moonmadness. Após o The Snow Goose, o Camel finalmente se estabeleceu como uma das bandas mais respeitadas do Rock progressivo britânico. Para esse novo trabalho, eles decidiram unir a temática dos álbuns anteriores a uma nova camada de sutileza atmosférica. Os vocais retornaram e mantêm um clima conceitual mais sutil, com cada faixa representando um dos integrantes da banda de forma mais ou menos alegórica. A produção, feita por Rhett Davies junto com a banda, apresenta uma sonoridade mais aerada, com muito uso de reverberações naturais, sintetizadores e overdubs delicados. Os teclados do Bardens ganham mais espaço. A guitarra do Latimer está mais limpa e melodiosa. A flauta ganha papel central, sendo tratada quase como um segundo vocal. O repertório é simplesmente sensacional e até parece uma coletânea. No geral, é um baita disco e certamente outra obra-prima deles. 

Melhores Faixas: Song Within A Song, Chord Change, Air Born 
Vale a Pena Ouvir: Aristillus, Another Night

Rain Dances – Camel





















NOTA: 9/10


Chega 1977, e foi lançado o 5º álbum do Camel, intitulado Rain Dances, que trouxe mudanças. Após o Moonmadness, tornou-se claro para a banda que eles estavam se aproximando de um limite natural daquele estilo. O baixista Doug Ferguson preferia a vertente mais pastoral e tradicional, enquanto Andrew Latimer e Pete Bardens mostravam crescente interesse por novos horizontes, como o Jazz. Com isso, ele acabou saindo, dando lugar a Richard Sinclair, vindo da cena de Canterbury, que sempre inspirou a banda. Houve também a inclusão do saxofonista Mel Collins. A produção, feita novamente por Rhett Davies junto com a banda, tem um som limpo, cristalino e refinado, priorizando dinamismo e camadas: cada instrumento tem espaço, com os teclados variados do Bardens e a bateria definida do Andy Ward. O repertório é muito bom, e as canções são bem intimistas e com uma pegada futurista. Em suma, é um trabalho legal e mais multifacetado. 

Melhores Faixas: Metrognome, Skylines, Unevensong 
Vale a Pena Ouvir: First Light, Rain Dances, Tell Me
  

               Então é isso e flw!!!          

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

                   Kansas – Kansas NOTA: 9/10 Indo para 1974, o Kansas lançava seu álbum de estreia autointitulado, que trazia uma estética ...