Thuggin' – Freddie Gibbs & Madlib
NOTA: 7/10
Indo para 2011, foi lançado o 1º trabalho colaborativo do Freddie Gibbs com Madlib, o EP Thuggin'. Gibbs começou sua trajetória por volta de 2004 e, até 2011, lançou várias mixtapes, chegando a ser contratado pela gravadora CTE World. Nesse meio tempo, acabou conhecendo Madlib e eles formaram um duo também chamado MadGibbs. Para esse EP, foi pensado quase como um cartão de visitas desse projeto: uma cápsula densa com duas faixas principais, alguns instrumentais e remixes dependendo da versão. A produção tem samples de soul e funk raros que se chocam com beats esmerilados, sujos na medida certa, sem soar artificiais. Ele não tenta acompanhar Gibbs: ele o provoca. A produção tem muita textura, muita respiração e, ao mesmo tempo, deixa espaço para as histórias pesadas do rapper, tudo puxado para o Gangsta Rap. O repertório contém 6 faixas bem interessantes, entre instrumentais e cantadas. No geral, é um trabalho legal e que serviu como uma base.
Melhores Faixas: Deep (Vocal), Thuggin (Vocal) Vale a Pena Ouvir: Cold On The Blvd
ESGN - Evil Seeds Grow Naturally – Freddie Gibbs
NOTA: 5,9/10
Então se passam dois anos e é lançado o álbum de estreia do Freddie Gibbs, o ESGN – Evil Seeds Grow Naturally. Após o EP Thuggin’, ele acabou saindo da CTE World, cansado de promessas vazias da indústria e disposto a mostrar que conseguiria crescer sem depender de grandes selos. O título deixa isso claro: “sementes do mal crescem naturalmente”, como se a realidade dura de Gary, Indiana, cidade marcada por pobreza, crime e abandono, fosse o solo que o formou. A produção foi diversificada, contando com IDL Labs, Cardo, Tone Mason, entre outros, que entregaram um som sujo, carregado em bateria seca e samples que lembram trilhas de rua, sendo basicamente um Gangsta Rap, mas com influências de Trap que, de certo modo, combinam com a versatilidade vocal do Gibbs: ora cortante e rápida, ora pesada e cadenciada. Apesar disso, acontecem várias repetições. O repertório é bem irregular: tem canções legais e outras genéricas. No fim, é um álbum bastante mediano.
Melhores Faixas: Eastside Moonwalker, I Seen A Man Die, Came Up, Paper, F.A.M.E., Hundred Thousand
Piores Faixas: 9mm, Dope In My Styrofoam, The Real G Money, Certified Live, Lay It Down, D.O.A.
Deeper – Freddie Gibbs & Madlib
NOTA: 7,2/10
Foi questão de dois meses para que fosse lançado outro EP do Freddie Gibbs & Madlib, o Deeper. Após o lançamento do ESGN, a dupla já preparava mais um EP que serviria de base para o futuro álbum colaborativo e, aqui, mostra um drama humano por trás do Gangsta Rap de Gibbs. Ele não fala apenas da rua como negócio e sobrevivência, mas das marcas emocionais que ela deixa quando se ama alguém nesse cenário. A produção foi aquela de sempre: recortes de Soul e R&B que parecem tirados de fitas antigas, ásperas, com ruídos e cortes abruptos que dão a sensação de lembrança machucada. Os beats aqui têm um sentimento melancólico intenso, mais do que nos EPs anteriores. Madlib cria um ambiente emocional e Gibbs mostra um liricismo frio e factual. O repertório novamente conta com 6 faixas bacanas e imersivas. No final, é um trabalho bem legal e que preparou terreno para algo gigantesco.
Melhores Faixas: Deeper, Harold’s
Vale a Pena Ouvir: Ups & Downs (Bonus Beat)
Piñata – Freddie Gibbs & Madlib
NOTA: 10/10
Melhores Faixas: Shitsville, Deeper, Bomb (baita feat do Raekwon), High (feat sensacional do Danny Brown), Piñata (basicamente uma cypher, e o melhor verso é do Mac Miller), Harold’s, Real
Vale a Pena Ouvir: Thuggin', Robes (Domo Genesis e Earl Sweatshirt indo bem), Scarface
Shadow Of A Doubt – Freddie Gibbs
NOTA: 9/10
No ano seguinte, Freddie Gibbs lançava seu 2º álbum de estúdio, o Shadow of a Doubt. Após o excepcional Piñata, ele havia conquistado o respeito do underground e se tornado um nome fundamental no Rap contemporâneo, mas ainda vivia sob a sombra de ser visto como “o rapper do Madlib”. Com esse álbum, Gibbs mostra que não depende de nenhuma parceria consagrada para entregar um grande trabalho e que pode navegar por sonoridades mais atuais, com forte presença de Trap, Cloud Rap e elementos do Gangsta Rap moderno. A produção foi mais diversificada, contando com Speakerbomb, Boi-1da, Blair Norf, Murda Beatz, entre outros, que adicionaram uma sonoridade crua. O clima geral permanece sombrio: baixos grossos, baterias pesadas, ambiente tenso, mas com espaço para melodias mais suaves, enquanto o flow dele permanece bem cirúrgico. O repertório é muito bom, com canções pesadas e densas. No fim, é um trabalho incrível e subestimado.
Melhores Faixas: Fuckin' Up The Count, Extradite (baita feat do Black Thought), Rearview, Careless, Insecurities
Vale a Pena Ouvir: Forever And A Day, Narcos, 10 Times (ótima feat do Gucci Mane e E-40), Basketball Wives
Então é isso, um abraço e flw!!!




