domingo, 23 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Keith Emerson: Parte 2

                 

Nighthawks (Original Soundtrack) – Keith Emerson





















NOTA: 8,1/10


Mais um ano se passou, e foi lançada outra trilha sonora de filme, dessa vez a de Nighthawks. Após o Honky, Keith Emerson continuava seu interesse em música programática, atmosferas cinematográficas e construção orquestral expansiva. O convite veio quando o diretor Bruce Malmuth procurava uma trilha sonora tensa e moderna para o thriller policial. A ideia era ter uma música com energia urbana, eletrônica e ameaçadora, refletindo o clima de violência em meio à Nova York do início dos anos 80. A produção foi bem mais densa, com o granulado típico do início dos sintetizadores polifônicos, algo que combina surpreendentemente bem com o clima sujo e urbano do filme. Emerson opta por timbres ásperos, sintetizadores que imitam sirenes e batidas que lembram o pulsar de uma perseguição. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem climáticas. Enfim, é um ótimo trabalho e traz uma atmosfera ousada. 

Melhores Faixas: The Chase, Face To Face 
Vale a Pena Ouvir: Nighthawking, The Flight Of A Hawk, I'm A Man

Emerson Plays Emerson – Keith Emerson





















NOTA: 4/10


Aí, pulando para 2002, ele lança um álbum completamente diferente, intitulado Emerson Plays Emerson (eu sei, está confuso). Após a trilha sonora de Nighthawks, Keith Emerson ficou um bom tempo fazendo trilhas sonoras de filmes e teve o retorno do ELP, que não durou muito. A ideia do álbum nasceu justamente dessa necessidade de revisitar sua obra em formato puro, direto e íntimo. Emerson queria mostrar o que sempre esteve por trás de tudo: o pianista. A produção, feita como sempre por ele mesmo, é deliberadamente minimalista. Gravado em grande parte no final dos anos 90 e início dos anos 2000, muitas faixas derivam de sessões íntimas, registros caseiros, recitais privados, demos polidas ou execuções diretas sem overdubs. O foco absoluto está no piano, usando várias variações, só que, no geral, tudo é bem excessivo e falta dinâmica. O repertório é bom, mas a execução é fraca, com poucas interpretações interessantes. No fim, é um trabalho ruim e esquecível. 

Melhores Faixas: Creole Dance, Honky Tonk Train Blues, Summertime, Vagrant 
Piores Faixas: Ballad For A Common Man, For Kevin, Soulscapes, Nilu's Dream, A Cajun Alley

The Keith Emerson Trio – The Keith Emerson Trio



















NOTA: 8/10


Chegamos em 2015, quando foi lançado seu último trabalho, que era um arquivo dos anos 60 feito com um trio tocando Jazz. Após o Emerson Plays Emerson, o pianista passou por um período focando em outros projetos, só que, de forma surpreendente, resgataram um trabalho seu de quando tinha recém completado 18 anos, tocando com dois colegas da região de Worthing: Godfrey Sheppard no baixo e David Keene na bateria. Com eles, interpretando alguns standards e fazendo essa gravação de forma caseira. A produção é rudimentar, já que a gravação é extremamente Lo-fi; o som é mono, cru, às vezes abafado, com picos, chiados, pequenas distorções e ruídos ambientais. O grande destaque é o talento de Keith Emerson ao piano, com aquela articulação forte que se tornaria característica. O repertório é muito bom, e as canções são todas bem consistentes. Assim, é um trabalho bom, apesar de que, infelizmente, no ano seguinte ele nos deixaria após cometer suicídio. 

Melhores Faixas: Winckle Picker Stamp, 56 Blues 
Vale a Pena Ouvir: Soul Station, There Will Never Be Another You

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

                   Kansas – Kansas NOTA: 9/10 Indo para 1974, o Kansas lançava seu álbum de estreia autointitulado, que trazia uma estética ...