The League Of Gentlemen – Robert Fripp / The League Of Gentlemen
NOTA: 8/10
Entrando no início de 1981, foi lançado mais um álbum dele, o The League of Gentlemen. Após o God Save the Queen / Under Heavy Manners, Robert Fripp criou o projeto que leva o nome deste álbum para testar ideias de polirritmia e entrelaçamento de guitarras que vinha desenvolvendo desde Exposure. A formação incluía a baixista Sara Lee, o tecladista Barry Andrews e o baterista Johnny Toobad. Tudo aqui funcionava como uma máquina de precisão, explorando padrões rítmicos complexos e linhas de guitarra entrelaçadas com um minimalismo quase mecânico. A produção é mais crua, direta, sem sobreposições desnecessárias. Diferente da densidade dos Frippertronics, aqui o foco está na interação entre os instrumentos, que trazem uma base firme e transitam por momentos de Post-Punk, New Wave e Art Rock. O repertório é muito bom, e as canções são, em sua maioria, instrumentais, mas coesas. Enfim, é um ótimo trabalho, com aquela pegada atmosférica característica.
Melhores Faixas: Dislocated, Cognitive Dissonance
Vale a Pena Ouvir: Eye Needles, Ochre, Inductive Resonance
Let The Power Fall – Robert Fripp
NOTA: 6/10
Pouco tempo depois, foi lançado mais um trabalho, intitulado Let the Power Fall. Após o The League of Gentlemen, Fripp decidiu que era hora de dar um passo ainda mais radical: um álbum inteiramente baseado na guitarra e nas fitas, sem banda, sem percussão, sem melodia tradicional. Utilizando seu famoso sistema de Frippertronics, ele criou um trabalho que remete aos discos lançados em parceria com Brian Eno. Produzido por ele mesmo, o álbum é composto apenas de gravações ao vivo, registradas durante apresentações em diversas cidades americanas (Nova Iorque, Washington, Boston etc.). A mixagem é minimalista: uma única guitarra, dois gravadores e ecos que se entrelaçam até formarem texturas harmônicas e dissonantes. O problema é que muitas das ambiências não prendem a atenção, faltando algo mais e tornando a audição cansativa. O repertório é mediano, com faixas interessantes e outras esquecíveis. Enfim, é um trabalho irregular e impreciso.
Melhores Faixas: 1985, 1987
Piores Faixas: 1989, 1986
Show Of Hands – Robert Fripp & The League Of Crafty Guitarists
NOTA: 8,9/10
Melhores Faixas: Scaling The Whales, Circulation, Spasm For Juanita, Hard Times
Vale a Pena Ouvir: This Yes, Askesis
The Gates Of Paradise – Robert Fripp
NOTA: 8,3/10
Então, sete anos se passam e é lançado o último álbum solo até então de Robert Fripp, The Gates of Paradise. Após o Show of Hands, ele começou, no início dos anos 1990, a desenvolver os Soundscapes, baseados em processamento digital ao vivo por meio de unidades Eventide e Lexicon. Esses sistemas permitiam a criação de camadas de loops harmônicos e paisagens sonoras etéreas, sustentadas por notas longas, drones e texturas que se expandiam como um organismo vivo, com ele apresentando muitas dessas performances em igrejas e catedrais. A produção é bem pacífica, com um som monumental e tridimensional, em que cada frequência é cuidadosamente posicionada. Fripp utiliza apenas guitarra elétrica Roland e um processador Eventide, sem instrumentos adicionais; o que se ouve são orquestrações, coros, drones, sons de órgão, sopros e cordas. O repertório contém quatro faixas muito boas e relaxantes. Enfim, é um ótimo trabalho e muito coeso.
Melhores Faixas: The Gates Of Paradise (III & IV), The Outer Darkness (I to X)
Vale a Pena Ouvir: The Outer Darkness (XI), The Gates Of Paradise (I & II)



