quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Analisando Discografias - Robert Fripp: Parte 2

                 

The League Of Gentlemen – Robert Fripp / The League Of Gentlemen





















NOTA: 8/10


Entrando no início de 1981, foi lançado mais um álbum dele, o The League of Gentlemen. Após o God Save the Queen / Under Heavy Manners, Robert Fripp criou o projeto que leva o nome deste álbum para testar ideias de polirritmia e entrelaçamento de guitarras que vinha desenvolvendo desde Exposure. A formação incluía a baixista Sara Lee, o tecladista Barry Andrews e o baterista Johnny Toobad. Tudo aqui funcionava como uma máquina de precisão, explorando padrões rítmicos complexos e linhas de guitarra entrelaçadas com um minimalismo quase mecânico. A produção é mais crua, direta, sem sobreposições desnecessárias. Diferente da densidade dos Frippertronics, aqui o foco está na interação entre os instrumentos, que trazem uma base firme e transitam por momentos de Post-Punk, New Wave e Art Rock. O repertório é muito bom, e as canções são, em sua maioria, instrumentais, mas coesas. Enfim, é um ótimo trabalho, com aquela pegada atmosférica característica. 

Melhores Faixas: Dislocated, Cognitive Dissonance 
Vale a Pena Ouvir: Eye Needles, Ochre, Inductive Resonance

Let The Power Fall – Robert Fripp





















NOTA: 6/10


Pouco tempo depois, foi lançado mais um trabalho, intitulado Let the Power Fall. Após o The League of Gentlemen, Fripp decidiu que era hora de dar um passo ainda mais radical: um álbum inteiramente baseado na guitarra e nas fitas, sem banda, sem percussão, sem melodia tradicional. Utilizando seu famoso sistema de Frippertronics, ele criou um trabalho que remete aos discos lançados em parceria com Brian Eno. Produzido por ele mesmo, o álbum é composto apenas de gravações ao vivo, registradas durante apresentações em diversas cidades americanas (Nova Iorque, Washington, Boston etc.). A mixagem é minimalista: uma única guitarra, dois gravadores e ecos que se entrelaçam até formarem texturas harmônicas e dissonantes. O problema é que muitas das ambiências não prendem a atenção, faltando algo mais e tornando a audição cansativa. O repertório é mediano, com faixas interessantes e outras esquecíveis. Enfim, é um trabalho irregular e impreciso. 

Melhores Faixas: 1985, 1987 
Piores Faixas: 1989, 1986

Show Of Hands – Robert Fripp & The League Of Crafty Guitarists





















NOTA: 8,9/10


Pulando para 1991, Robert Fripp lançava mais um disco, desta vez junto com The League of Crafty Guitarists, Show of Hands. Após Let the Power Fall, ele se dedicou profundamente à Guitar Craft, uma série de seminários que criou em 1985 para ensinar não apenas técnica instrumental, mas também uma forma de viver e pensar a música. Desses encontros surgiu a League of Crafty Guitarists (L.O.C.G.), um grupo formado por alunos e colaboradores que tocavam com Fripp em concertos, apresentando composições coletivas e arranjos desenvolvidos a partir das ideias ensinadas nos cursos. A produção é bem coesa, trazendo um som cristalino, cada nota tem espaço, cada ataque é audível, e o resultado é uma textura coral, como se o ouvinte estivesse no centro de uma catedral feita de cordas. As bases são do Rock progressivo, mas também lembra o pós-minimalismo. O repertório é muito bom, e as canções são bem imersivas. Enfim, é um belo álbum e muito bem rotacionado. 

Melhores Faixas: Scaling The Whales, Circulation, Spasm For Juanita, Hard Times 
Vale a Pena Ouvir: This Yes, Askesis

The Gates Of Paradise – Robert Fripp





















NOTA: 8,3/10


Então, sete anos se passam e é lançado o último álbum solo até então de Robert Fripp, The Gates of Paradise. Após o Show of Hands, ele começou, no início dos anos 1990, a desenvolver os Soundscapes, baseados em processamento digital ao vivo por meio de unidades Eventide e Lexicon. Esses sistemas permitiam a criação de camadas de loops harmônicos e paisagens sonoras etéreas, sustentadas por notas longas, drones e texturas que se expandiam como um organismo vivo, com ele apresentando muitas dessas performances em igrejas e catedrais. A produção é bem pacífica, com um som monumental e tridimensional, em que cada frequência é cuidadosamente posicionada. Fripp utiliza apenas guitarra elétrica Roland e um processador Eventide, sem instrumentos adicionais; o que se ouve são orquestrações, coros, drones, sons de órgão, sopros e cordas. O repertório contém quatro faixas muito boas e relaxantes. Enfim, é um ótimo trabalho e muito coeso. 

Melhores Faixas: The Gates Of Paradise (III & IV), The Outer Darkness (I to X) 
Vale a Pena Ouvir: The Outer Darkness (XI), The Gates Of Paradise (I & II)

  

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