terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

                  

Kansas – Kansas





















NOTA: 9/10


Indo para 1974, o Kansas lançava seu álbum de estreia autointitulado, que trazia uma estética diferente. A banda havia sido formada um ano antes, na capital do estado do Kansas: Topeka, e era composta por Kerry Livgren (guitarra e teclados), Steve Walsh (teclados e vocalista principal), Rich Williams (guitarra), Robby Steinhardt (violino), Dave Hope (baixo) e Phil Ehart (bateria). Eles surgiram como uma aposta do Don Kirshner para ser uma banda de Rock progressivo bem mais variada, capaz de competir com nomes como Pink Floyd e Genesis. A produção, feita por Wally Gold, mantém o espírito cru, mas ao mesmo tempo exibe complexidade e ambição nas estruturas progressivas, com o violino do Robby sendo o centro enquanto o resto da instrumentação serve de sustentação para arranjos que mostram um lado bem cinematográfico. O repertório é incrível, e as canções são imersivas e energéticas. Enfim, é um belo disco de estreia e já mostrava um grande potencial. 

Melhores Faixas: Belexes, Apercu, Journey From Mariabronn 
Vale a Pena Ouvir: Can I Tell You, Death Of Mother Nature Suite, Lonely Wind

Song For America – Kansas





















NOTA: 9,4/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum do Kansas, o clássico Song for America. Após o álbum de estreia, Kerry Livgren já se mostrava, desde o início, como um compositor com inclinações filosóficas e espirituais, e, após esse primeiro trabalho, ampliou ainda mais sua ambição. O Kansas também passou a se entender melhor como unidade: Walsh se firmou como vocalista e tecladista expressivo, Steinhardt como uma força dramática com o violino, e a banda compreendeu que sua identidade real estava no equilíbrio entre o peso americano e o progressivo europeu. A produção, feita agora por Jeff Glixman e Wally Gold, é bem mais ampla: os instrumentos são melhor distribuídos no espaço sonoro, o violino ocupa um papel central com maior clareza, e as performances vocais recebem mais espaço para harmonia e contraponto. O repertório é maravilhoso, e as canções são profundas e dinâmicas. No final, é um baita disco e um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: Song For America, The Devil Game 
Vale a Pena Ouvir: Lamplight Symphony, Down The Road
  

                                                                           Então um abraço e flw!!!                

Analisando Discografias - Colin Bass

                  

An Outcast Of The Islands – Colin Bass





















NOTA: 1,6/10


Voltando para 1998, Colin Bass lançava seu 1º álbum solo, intitulado An Outcast of the Islands. Após o lançamento do Harbour of Tears com o Camel, Bass vinha cultivando um interesse crescente por músicas de outros países, Folk europeu, texturas acústicas e melodias intimistas. Ele sempre teve um senso melódico muito forte, algo perceptível mesmo em suas contribuições discretas no Camel, e sentia a necessidade de criar um álbum solo onde pudesse explorar sua própria voz emocional como compositor. A produção, feita obviamente por ele mesmo, trouxe aquela abordagem refinada e elegante, optando pela construção de arranjos orgânicos dominados por violões acústicos, teclados atmosféricos e percussão suave, colocando essas influências de Folk em um lado mais progressivo, só que tudo soa como uma colcha de retalhos de ideias descartadas. O repertório é péssimo, e as canções são bem fracas. No final, é um disco terrível e sem brilho. 

Melhores Faixas: (................................) 
Piores Faixas: Second Quartet, Aïssa, Burning Bridges, Holding Out My Hand, The Straits Of Malacca

At Wild End – Collin Bass





















NOTA: 1,5/10


Então se passam 17 anos, e Colin Bass lança seu 2º e último álbum solo até então, o At Wild End. Após o horrível An Outcast of the Islands, Bass seguiu desenvolvendo um estilo muito seu, centrado em melodias emocionais, arranjos acústicos e letras que frequentemente abordam deslocamento, memória, viagens e observações sensíveis sobre o mundo. Para esse trabalho, ele quis expandir esse conceito e trazer coisas novas (ou ideias jogadas, infelizmente). A produção, feita novamente por ele mesmo, seguiu uma linha acústica, orgânica e calorosa, com foco quase absoluto na naturalidade dos instrumentos. Violões, contrabaixo acústico ou elétrico suave, pianos, harmonias vocais e instrumentos Folk tradicionais pintam o cenário sonoro do disco, só que, novamente, tudo é bem previsível e até sonolento, já que não há muita mudança de ritmo. O repertório é horrível, e as canções são bem medíocres. Enfim, é um disco péssimo e que não faz jus ao seu talento. 

Melhores Faixas: (...................................) 
Piores Faixas: Up At Sheep's Bleat, Walking To Santiago, In Another Time Szegereli Eternal, Bubuka Bridge

   

Analisando Discografias - Pete Bardens: Parte 3

                   

Big Sky – Pete Bardens





















NOTA: 2,6/10


Em 1994, foi lançado o último álbum em vida do Pete Bardens, intitulado Big Sky. Após o Further Than You Know, ele já não buscava mais provar nada a ninguém, nem seguir tendências comerciais: sua música se tornara quase uma extensão espiritual (do mais chato possível). Com esse trabalho sendo mais introspectivo, havia um desejo evidente de unir sensibilidade melódica, paisagismo sonoro e uma atmosfera cinematográfica. A produção foi feita mais uma vez por ele mesmo, que construiu camadas, sequências, atmosferas e arranjos praticamente sozinho. Sua abordagem para esse álbum é extremamente cinematográfica, tentando juntar as influências do Rock progressivo com a New Age, só que, como sempre, as coisas são bem arrastadas e com conceitos de ideias bem previsíveis. O repertório é muito ruim, e as canções são bem chatas, com pequenas exceções. No geral, é um disco péssimo e que fechou a trajetória de sua carreira de forma apática. 

Melhores Faixas: On The Air Tonight, The Last Waltz 
Piores Faixas: You've Got It, For Old Times Sake, Gunblasters, On A Roll

 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Analisando Discografias - Pete Bardens: Parte 2

                 

Peter Bardens – Peter Bardens





















NOTA: 8,2/10


No ano seguinte, foi lançado seu 2º álbum de estúdio, autointitulado, que trouxe mudanças drásticas. Após o The Answer, Bardens começou a buscar um caminho musical mais autoral, menos dependente de convidados estrelados e com maior ênfase no que era chamado de rock progressivo. Assim, fez um álbum que deixa clara sua busca por uma identidade mais madura, menos psicodélica e mais centrada em groove, atmosfera e composição. A produção, novamente feita por ele próprio, utilizou gravação analógica, guitarras limpas porém encorpadas, órgão Hammond denso, bateria com punch e um baixo grave e bem presente. O resultado é um disco com forte caráter de jam, porém sempre direcionado pela composição. O repertório é muito bom e as canções têm um lado mais variado. Enfim, é um ótimo disco que mostrou uma renovação. 

Melhores Faixas: My House, Down So Long 
Vale a Pena Ouvir: Tear Down The Wall, Simple Song

Heart To Heart – Pete Bardens





















NOTA: 8/10


Aí se passou bastante tempo e foi só em 1979 que ele lançou mais um álbum solo, o Heart to Heart. Após o álbum de 1971, Pete Bardens acabou entrando para o Camel, onde ficou por sete anos, até sair por divergências com Andrew Latimer. Com isso, decidiu voltar à sua carreira solo fazendo um som mais acessível, urbano e moderno. Ele abandona a estética progressiva mais expansiva e abraça influências de Soft Rock e até elementos discretos de Jazz Fusion. A produção, feita como sempre por ele mesmo, vai para um direcionamento mais limpo, mais linear e com menor dependência de longos arranjos progressivos. Bardens passa a trabalhar mais intensamente com os sintetizadores polifônicos da época; as guitarras têm um suporte mais melódico, e o baixo e a bateria seguem um lado mais sustentável. O repertório é muito bom, e as canções são bem envolventes e melódicas. No geral, é um disco interessante e com uma ótima temática. 

Melhores Faixas: Doing The Crab, Slow Motion 
Vale a Pena Ouvir: Heart To Heart, Raining All Over The World

Seen One Earth – Pete Bardens





















NOTA: 8/10


Pulando para 1987, Pete Bardens retorna com mais um disco novo, o Seen One Earth. Após o Heart to Heart, ele se afastou temporariamente dos holofotes, envolveu-se com pequenos projetos paralelos e começou a absorver as novas possibilidades eletrônicas da década de 80. Decidiu então fazer seu primeiro álbum inteiramente mergulhado em sonoridades eletrônicas modernas, unindo elementos de Rock progressivo, paisagens espaciais, New Age e música ambiente. A produção foi fortemente baseada em teclados digitais, sintetizadores analógicos tardios ainda em uso na época, samplers e máquinas de ritmo. Bardens explora pads extensos, texturas brilhantes, sequências eletrônicas complexas e efeitos de profundidade, usando tons quentes, harmonias suaves e uma abordagem emotiva que contrasta com a estética futurista. O repertório é muito legal, e as canções são todas cheias de dinâmica. Enfim, é um disco interessante e que vale a pena apreciar. 

Melhores Faixas: Seen One Earth, The Stargate 
Vale a Pena Ouvir: In Dreams, Man Alive

Speed Of Light – Pete Bardens





















NOTA: 3/10


Aí mais um ano se passou, e foi lançado mais um trabalho do Pete Bardens, o Speed of Light. Após o Seen One Earth, Bardens percebeu que havia um novo público interessado no tipo de paisagem emocional e futurista que ele era capaz de construir com os sintetizadores. O músico, já um veterano de enorme sensibilidade melódica, entrou em 1988 com ainda mais domínio das tecnologias digitais que agora estavam fortemente estabelecidas no mercado. A produção foi ainda mais ampla e totalmente imersa no universo digital dos anos 80. O álbum se destaca pela clareza cristalina dos sintetizadores, pelo uso profundo de reverbs espaciais, delays longos que dão sensação de movimento e pelo equilíbrio entre batidas eletrônicas e atmosferas ambientais, só que o problema é que muita coisa é arrastada e bem repetitiva. O repertório é bem fraco, com poucas canções boas e o resto é bem chato. Enfim, é um disco ruim e bem esquecível. 

Melhores Faixas: Whisper In The Wind, Gold, Heartland 
Piores Faixas: Black Elk, Speed Of Light, Columbine, This Could Be Paradise

Water Colors – Pete Bardens





















NOTA: 2,5/10


Passam-se dois anos e foi lançado mais um trabalho solo do Pete Bardens, o também fraquíssimo Water Colors. Após o Speed of Light, Bardens se dedicava à construção de paisagens sonoras voltadas a ambientes interiores: músicas que se prestam tanto à contemplação quanto a pequenos fluxos narrativos instrumentais, sempre amparadas por uma sensibilidade melódica muito própria. A produção foi bem mais cinematográfica, com foco evidente na criação de atmosferas: Bardens trabalha com trilhas que se expandem lentamente, utiliza repetições rítmicas, arpejos cintilantes e texturas que parecem se mover como ondas, o que dá essa vibe meio aquática, pena que tudo é bem repetitivo e falta muita imersão nas variações rítmicas. O repertório é muito ruim, e as canções são bem fraquinhas, com poucas se salvando. No fim, é mais um trabalho péssimo e cansativo. 

Melhores Faixas: A Higher Ground, Timepiece 
Piores Faixas: Ghostwater, De Profundis, Journey, Shape Of The Rain

Further Than You Know – Pete Bardens





















NOTA: 3/10


Mais um intervalo de dois anos se passa, e ele lança mais um disco, intitulado Further Than You Know. Após o Water Colors, Pete Bardens continuava nessa busca artística mais espiritualizada, refletida em discos que soam como meditações musicais. Com isso, ele decidiu fazer um disco que recuperasse um pouco da sonoridade que havia explorado lá na época do Heart to Heart, com aquelas influências mais Pop. A produção foi aquela de sempre, com uso de sintetizadores suaves, teclados atmosféricos, linhas melódicas limpas e camadas texturais cuidadosamente sobrepostas. O uso de reverberação é amplo, só que bem ajustado, e aqui temos muitas influências que lembram Yacht Rock e até algumas referências ao emergente Downtempo, só que muita coisa acaba sendo bem previsível e muito arrastada. O repertório, novamente, é fraco, com canções genéricas e poucas realmente interessantes. Em suma, é outro disco ruim e que mostrava sua decadência. 

Melhores Faixas: Sea Of Dreams, This Could Be Like Heaven, Sometime 
Piores Faixas: Rain Talk, Bad Boy (Redemption Song), Real Time, Further Than You Know


                     Bom é isso e flw!!!       

Analisando Discografias - Kansas: Parte 1

                   Kansas – Kansas NOTA: 9/10 Indo para 1974, o Kansas lançava seu álbum de estreia autointitulado, que trazia uma estética ...