segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Analisando Discografias - Pete Bardens: Parte 2

                 

Peter Bardens – Peter Bardens





















NOTA: 8,2/10


No ano seguinte, foi lançado seu 2º álbum de estúdio, autointitulado, que trouxe mudanças drásticas. Após o The Answer, Bardens começou a buscar um caminho musical mais autoral, menos dependente de convidados estrelados e com maior ênfase no que era chamado de rock progressivo. Assim, fez um álbum que deixa clara sua busca por uma identidade mais madura, menos psicodélica e mais centrada em groove, atmosfera e composição. A produção, novamente feita por ele próprio, utilizou gravação analógica, guitarras limpas porém encorpadas, órgão Hammond denso, bateria com punch e um baixo grave e bem presente. O resultado é um disco com forte caráter de jam, porém sempre direcionado pela composição. O repertório é muito bom e as canções têm um lado mais variado. Enfim, é um ótimo disco que mostrou uma renovação. 

Melhores Faixas: My House, Down So Long 
Vale a Pena Ouvir: Tear Down The Wall, Simple Song

Heart To Heart – Pete Bardens





















NOTA: 8/10


Aí se passou bastante tempo e foi só em 1979 que ele lançou mais um álbum solo, o Heart to Heart. Após o álbum de 1971, Pete Bardens acabou entrando para o Camel, onde ficou por sete anos, até sair por divergências com Andrew Latimer. Com isso, decidiu voltar à sua carreira solo fazendo um som mais acessível, urbano e moderno. Ele abandona a estética progressiva mais expansiva e abraça influências de Soft Rock e até elementos discretos de Jazz Fusion. A produção, feita como sempre por ele mesmo, vai para um direcionamento mais limpo, mais linear e com menor dependência de longos arranjos progressivos. Bardens passa a trabalhar mais intensamente com os sintetizadores polifônicos da época; as guitarras têm um suporte mais melódico, e o baixo e a bateria seguem um lado mais sustentável. O repertório é muito bom, e as canções são bem envolventes e melódicas. No geral, é um disco interessante e com uma ótima temática. 

Melhores Faixas: Doing The Crab, Slow Motion 
Vale a Pena Ouvir: Heart To Heart, Raining All Over The World

Seen One Earth – Pete Bardens





















NOTA: 8/10


Pulando para 1987, Pete Bardens retorna com mais um disco novo, o Seen One Earth. Após o Heart to Heart, ele se afastou temporariamente dos holofotes, envolveu-se com pequenos projetos paralelos e começou a absorver as novas possibilidades eletrônicas da década de 80. Decidiu então fazer seu primeiro álbum inteiramente mergulhado em sonoridades eletrônicas modernas, unindo elementos de Rock progressivo, paisagens espaciais, New Age e música ambiente. A produção foi fortemente baseada em teclados digitais, sintetizadores analógicos tardios ainda em uso na época, samplers e máquinas de ritmo. Bardens explora pads extensos, texturas brilhantes, sequências eletrônicas complexas e efeitos de profundidade, usando tons quentes, harmonias suaves e uma abordagem emotiva que contrasta com a estética futurista. O repertório é muito legal, e as canções são todas cheias de dinâmica. Enfim, é um disco interessante e que vale a pena apreciar. 

Melhores Faixas: Seen One Earth, The Stargate 
Vale a Pena Ouvir: In Dreams, Man Alive

Speed Of Light – Pete Bardens





















NOTA: 3/10


Aí mais um ano se passou, e foi lançado mais um trabalho do Pete Bardens, o Speed of Light. Após o Seen One Earth, Bardens percebeu que havia um novo público interessado no tipo de paisagem emocional e futurista que ele era capaz de construir com os sintetizadores. O músico, já um veterano de enorme sensibilidade melódica, entrou em 1988 com ainda mais domínio das tecnologias digitais que agora estavam fortemente estabelecidas no mercado. A produção foi ainda mais ampla e totalmente imersa no universo digital dos anos 80. O álbum se destaca pela clareza cristalina dos sintetizadores, pelo uso profundo de reverbs espaciais, delays longos que dão sensação de movimento e pelo equilíbrio entre batidas eletrônicas e atmosferas ambientais, só que o problema é que muita coisa é arrastada e bem repetitiva. O repertório é bem fraco, com poucas canções boas e o resto é bem chato. Enfim, é um disco ruim e bem esquecível. 

Melhores Faixas: Whisper In The Wind, Gold, Heartland 
Piores Faixas: Black Elk, Speed Of Light, Columbine, This Could Be Paradise

Water Colors – Pete Bardens





















NOTA: 2,5/10


Passam-se dois anos e foi lançado mais um trabalho solo do Pete Bardens, o também fraquíssimo Water Colors. Após o Speed of Light, Bardens se dedicava à construção de paisagens sonoras voltadas a ambientes interiores: músicas que se prestam tanto à contemplação quanto a pequenos fluxos narrativos instrumentais, sempre amparadas por uma sensibilidade melódica muito própria. A produção foi bem mais cinematográfica, com foco evidente na criação de atmosferas: Bardens trabalha com trilhas que se expandem lentamente, utiliza repetições rítmicas, arpejos cintilantes e texturas que parecem se mover como ondas, o que dá essa vibe meio aquática, pena que tudo é bem repetitivo e falta muita imersão nas variações rítmicas. O repertório é muito ruim, e as canções são bem fraquinhas, com poucas se salvando. No fim, é mais um trabalho péssimo e cansativo. 

Melhores Faixas: A Higher Ground, Timepiece 
Piores Faixas: Ghostwater, De Profundis, Journey, Shape Of The Rain

Further Than You Know – Pete Bardens





















NOTA: 3/10


Mais um intervalo de dois anos se passa, e ele lança mais um disco, intitulado Further Than You Know. Após o Water Colors, Pete Bardens continuava nessa busca artística mais espiritualizada, refletida em discos que soam como meditações musicais. Com isso, ele decidiu fazer um disco que recuperasse um pouco da sonoridade que havia explorado lá na época do Heart to Heart, com aquelas influências mais Pop. A produção foi aquela de sempre, com uso de sintetizadores suaves, teclados atmosféricos, linhas melódicas limpas e camadas texturais cuidadosamente sobrepostas. O uso de reverberação é amplo, só que bem ajustado, e aqui temos muitas influências que lembram Yacht Rock e até algumas referências ao emergente Downtempo, só que muita coisa acaba sendo bem previsível e muito arrastada. O repertório, novamente, é fraco, com canções genéricas e poucas realmente interessantes. Em suma, é outro disco ruim e que mostrava sua decadência. 

Melhores Faixas: Sea Of Dreams, This Could Be Like Heaven, Sometime 
Piores Faixas: Rain Talk, Bad Boy (Redemption Song), Real Time, Further Than You Know


                     Bom é isso e flw!!!       

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