terça-feira, 17 de junho de 2025

Review: Eu Odeio o Dia Dos Namorados do Orochi

                    

Eu Odeio o Dia Dos Namorados – Orochi





















NOTA: 3,8/10


E novamente o Orochi retorna lançando mais um trabalho novo, o Eu Odeio o Dia dos Namorados. Após o péssimo 442, ele continuou focado em outras coisas, como administrar sua gravadora, além de continuar fazendo bastante show, fora ter pago a fiança pro Oruam não ficar preso, e depois acabou lançando uma mixtape totalmente descartável, até que decidiu lançar um álbum mais focado em love songs, certamente inspirado no Little Love, do Cabelinho, e de: para:, do Sant. A produção foi, como sempre, muito diversificada, contando com aqueles nomes como Kizzy, Portugal no Beat, jess beats, TkN e afins, que seguiram aquela sonoridade do Trap Funk, com beats melódicos e sintéticos, mas tudo é bastante repetitivo, desde os flows até os arranjos, que são muito genéricos. O repertório é simplesmente terrível, tendo canções ridículas e outras que salvam, e posso dizer o mesmo de algumas feats. No final, é um álbum péssimo e que mostra Chiró regredindo cada vez mais. 

Melhores Faixas: Alguém Que Te Ame de Verdade, Não Me Abandona (ótima feat com BK’), Intenção 
Piores Faixas: Van Cleef (nem Ret se salvou), Lua Cheia, Raro, Cê Deve Tá Linda, Dejavu (coitado do L7 nunca vi ele junto com tanto animal como Oruam e esse tal de MC Tuto)

                                                         Então é isso e flw!!!      

Review: Álbum Autointitulado do Prophets Of Rage

                     

Prophets Of Rage – Prophets Of Rage





















NOTA: 2,8/10


Em 2017, foi lançado o 1º e único álbum de estúdio autointitulado do supergrupo Prophets of Rage. Esse projeto, formado pelos ex-integrantes do Rage Against the Machine Tom Morello, Brad Wilk e Tim Commerford, além do DJ Lord, Chuck D do Public Enemy e B-Real do Cypress Hill, foi criado devido à crescente tensão política e social nos Estados Unidos, especialmente em meio à ascensão de Donald Trump. O objetivo era unir forças do Rap e do Rock em prol da resistência contra a opressão, o racismo, a desigualdade e o autoritarismo. A produção, feita pelo já conhecido Brendan O'Brien, é totalmente limpa e agressiva, combinando riffs explosivos, batidas pesadas e rimas afiadas. A influência sonora do RATM é evidente, só que encaixada com o vocal duplo de Chuck D e B-Real, o que deixou tudo desalinhado e sem coesão. O repertório é péssimo, e parece que as canções são todas recicladas. No fim, é um disco péssimo e que foi um completo fiasco. 

Melhores Faixas: Unfuck The World, Who Owns Who 
Piores Faixas: Hands Up, Living On The 110, Take Me Higher, Hail To The Chief

Analisando Discografias - Professor Griff: Parte 2

                 

Kao's II Wiz *7* Dome – Professor Griff





















NOTA: 2,7/10


No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum do Professor Griff, o Kao's II Wiz 7 Dome. Após o Pawns in the Game, vivia-se um momento muito tenso tanto na vida pessoal do rapper quanto no panorama político e racial dos Estados Unidos no início dos anos 90, um período marcado por tensões raciais, crescimento das gangues urbanas e avanço do movimento afrocentrado no Hip-Hop/Rap. Produção conduzida por ele mesmo, juntamente com Luke Skyywalker e Kavon Shah, segue uma linha bastante crua, com batidas secas, samples densos e uma abordagem minimalista. Comparado a obras mais polidas da época, aposta em uma sonoridade mais próxima da estética do Public Enemy, mas com menos complexidade nas camadas sonoras. Seguindo as mesmas influências, acaba se tornando bastante monótono e altamente repetitivo. O repertório é muito fraco, e as canções são medíocres, com poucas se destacando. Enfim, é um disco ruim e bastante preguiçoso. 

Melhores Faixas: My Ideology, In-Cog-Negrow 
Piores Faixas: Fugitive, Assassination Attempt, Attention Please (Prologue) Verbal Intercourse, Crucified, The Late Great Black Man, Rev 2:26

Disturb N Tha Peace (Freedom Is Just A Mind Revolution Away) – Professor Griff





















NOTA: 2,5/10


Mais outro ano se passou, e ele voltou lançando mais um disco chatíssimo: Disturb N Tha Peace (Freedom Is Just a Mind Revolution Away). Após o Kao's II Wiz 7 Dome, ele tentou fazer algo um pouco mais conceitual, com o título fazendo um jogo com a expressão inglesa “Disturb the Peace” (perturbar a paz), transformando-a em um apelo revolucionário. A frase subtitulada “Freedom Is Just a Mind Revolution Away” (“A liberdade está a apenas uma revolução mental de distância”) reforça a ideia de que a libertação começa na mente, ecoando influências da Nação do Islã e de pensadores afrocentrados. A produção foi praticamente a mesma: fizeram um som bastante cru e direto, com uso de samples de Soul e Funk, discursos, citações e efeitos vocais, mantendo tudo minimalista, mas deixando o resultado muito arrastado e, mais uma vez, monótono. O repertório, novamente, é muito fraco, com canções ruins e tendo raras exceções. No fim, é outro disco péssimo que se tornaria comum. 

Melhores Faixas: Phuck Tha Media, 43rd Negative Confession 
Piores Faixas: 107. Point Live (At The Slave Theatre), Respect The Art-Kill-Tech, Rebelz Against Tha Develz, Color Confrontation, Sista Sista, 7 Wattz Of Reality

Blood Of The Profit – Professor Griff





















NOTA: 1/10


Então, se passaram seis anos, e o Professor Griff lançava outro trabalho infame: Blood Of The Profit. Após o Disturb N Tha Peace, o rapper passou por um período de menor visibilidade na cena musical. Seu retorno, naquele ano de 1998, marcou uma tentativa de reafirmar sua identidade como artista solo de forte cunho político e ideológico, longe da sombra do Public Enemy, mas ainda carregando o mesmo DNA contestador. Esse álbum chega em um momento em que o Hip-Hop havia se tornado mais comercial nos Estados Unidos, dominado por temáticas mais hedonistas e menos voltadas à crítica social. A produção é aquela mesma de sempre, com uma temática crua e sombria, refletindo o tom austero das letras. Griff assume boa parte do controle criativo, apostando em batidas densas, colagens de discursos e samples minimalistas, só que repetindo uma fórmula que torna tudo muito exaustivo. O repertório é fraco, e as faixas são todas bastante medíocres e sem alma. Em suma, trata-se de outro trabalho terrível e completamente inexpressivo. 

Melhores Faixas: (...............................) 
Piores Faixas: The X-Y Chromozone Theory, Vicious Cycle, The Ole B#tch-U-Worryz, Blood Of The Profit, Imaginenation, Black Beauty & The B#tch

And The Word Became Flesh – Professor Griff





















NOTA: 1/10


Então entra o ano de 2001, quando foi lançado o último álbum até o momento do Professor Griff, o And The Word Became Flesh. Após o Blood Of The Profit, Griff continuou trilhando seu caminho como militante político, palestrante e autor, além de músico. Esse projeto é lançado em um período posterior ao boom comercial do Gangsta Rap e durante o ressurgimento do Rap mais consciente no underground. E só um caso sabe que dia naquele ano lançaram esse disco? Se você falou 11 de setembro (isso não te faz ser um gênio). Produção feita por ele junto com Chuck D e Kerwin Young, segue uma estética mais densa, pegando influências do Boom Bap, mas com inserções de colagens vocais, falas de líderes, gravações de aula, trechos de discursos e tons ritualísticos. Só que tudo novamente é muito arrastado e com uma total falta de imersão. O repertório é horrível, e as canções são todas muito chatas e tediosas. No final, é um trabalho pavoroso e novamente esquecível. 

Melhores Faixas: (..................zzzzzz...............) 
Piores Faixas: Sudden Death, The Late Great Blackman Pt. 2, R.A.P. (Real African People) Pt. 1 & 2, A.I.D.S., Imagination, I Am A Poet, G.O.D. (Griff On Duty), Black Beauty & The Bitch

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Analisando Discografias - Professor Griff: Parte 1

                      

Pawns In The Game – Professor Griff And The Last Asiatic Disciples





















NOTA: 7,9/10


Em 1990, Professor Griff lançava seu 1º álbum solo, o Pawns In The Game, que adotou uma abordagem diferente. Após deixar o Public Enemy devido a uma controvérsia pública relacionada a comentários polêmicos, ele fez desse projeto uma tentativa de reafirmar sua voz e posicionamento político fora do grupo, além de aprofundar temas sobre racismo, opressão, teorias conspiratórias e empoderamento negro. A produção foi conduzida por Luke Skyywalker (não confundir com o personagem de Star Wars), também conhecido como Uncle Luke, e contou com a ajuda de outros colaboradores. Utilizaram beats densos e robustos que criam um clima mais sombrio, tenso e, por vezes, experimental, refletindo o tom combativo e até conspiratório do conteúdo lírico. Além disso, percebe-se elementos de Hardcore Hip-Hop com Turntablism. O repertório é bem interessante, com canções cheias de crítica e bem aprofundadas. No geral, é um disco legal, mas que foi um completo fiasco. 

Melhores Faixas: Last Asiatic Disciples, Pass The Ammo 
Vale a Pena Ouvir: Rap Terrorist, The V Amendment, Pawns In The Game, 1-900 Ste Oreo Type

                                                         Então é isso e flw!!!      

Analisando Discografias - Chuck D

                  

Autobiography Of Mistachuck – Chuck D





















NOTA: 8/10


Em 1996, Chuck D lançava seu 1º trabalho solo, o Autobiography of Mistachuck. Após o lançamento do Muse Sick-n-Hour Mess Age, o rapper buscou afirmar sua voz individualmente, sem o peso do Public Enemy, para explorar temas pessoais, sociais e políticos com maior liberdade. A década de 1990 já mostrava um cenário do Hip-Hop diversificado, com o surgimento do Gangsta Rap, mas Chuck D manteve sua postura crítica, voltada para a conscientização política. A produção foi conduzida pelo próprio rapper, com a ajuda de outros colaboradores, e aqui tudo segue uma pegada mais crua e minimalista, se comparada à densidade sonora do Public Enemy, mas ainda mantendo a agressividade e o peso das mensagens. A base instrumental utiliza batidas fortes, samples que remetem à música negra e toda aquela vibe do Boom Bap. O repertório é bem interessante, e as canções são reflexivas e precisas. Enfim, é um ótimo disco, mas que acabou ficando esquecido. 

Melhores Faixas: Underdog, Endonesia 
Vale a Pena Ouvir: Free Big Willie, But Can You Kill The Nigger In You?, No

Don't Rhyme For The Sake Of Riddlin' – Chuck D





















NOTA: 6/10


Foi só 14 anos depois que Chuck D decidiu lançar seu 2º trabalho solo, o último de inéditas até o momento. Após o Autobiography of Mistachuck, ele voltou seu foco para o Public Enemy e, depois de lançar How You Sell Soul to a Soulless People Who Sold Their Soul?, decidiu fazer algo particular, mas que também fosse mais abrangente, assim como em seu grupo. Por isso, não teve receio de apostar em colaborações ou remixes. A produção foi feita em sua maioria pelo próprio Chuck, que, com a ajuda de outros produtores menos conhecidos, colocou beats pesados, camadas densas de samples, ruídos urbanos, elementos de Funk, Soul e Rock, além de efeitos sonoros e scratches, tentando criar algo de modo experimental. Porém, tudo ficou muito desproporcional, parecendo uma espécie de colcha de retalhos. O repertório é bem irregular, com faixas interessantes e outras mais descartáveis. Em suma, é um disco mediano que acabou sendo renegado. 

Melhores Faixas: Tear Down That Wall, What's My Name (Ali Rap Theme), Run From The Trouble (MistaChuck Mixx) 
Piores Faixas: This Bit Of Earth, I Rap Black, Super Ego Man

Analisando Discografias - Milionário & José Rico: Parte 4

                 

Vontade Dividida – Milionário & José Rico




















NOTA: 8,6/10


Já em 1990, foi lançado mais um disco da dupla Milionário & José Rico, o Vontade Dividida. Após o Viva a Vida!, naquele período a dupla continuava fazendo sucesso, tendo também um programa de TV no SBT. Porém, a relação entre eles começou a se desgastar, além de ser um momento em que a música Sertaneja passava por mais uma mudança para se tornar ainda mais abrangente. Mesmo assim, eles decidiram seguir a fórmula que vinham utilizando anteriormente. A produção, feita novamente por Oscar Nelson Safuan, manteve toda a abordagem característica da dupla. Aqui, nota-se que eles seguiram por um caminho mais raiz, com maior foco em arranjos mais puros, e tudo foi gravado, possivelmente, em um processo mais contido e focado na expressividade vocal. O repertório ficou muito bom, e as canções têm aquele lado introspectivo, mas falando bem mais de vivências do campo. Enfim, é um ótimo disco e, mesmo assim, não evitou o fim temporário da dupla. 

Melhores Faixas: Vontade Dividida, Mentira Também é Verdade, Vergonha na Cara 
Vale a Pena Ouvir: Mentira Também é Verdade, Convite, Porto da Saudade

Nasci Para Te Amar – Milionário & José Rico




















NOTA: 8,2/10


Quatro anos se passaram, a dupla saiu do hiato e voltou lançando o Nasci Para Te Amar. Após o Vontade Dividida, Milionário & José Rico se separaram por uma série de atritos. Eles tentaram lançar trabalhos solo, mas totalmente sem consistência e que foram ignorados. Percebendo que as contas possivelmente estavam apertando e que não podiam ficar parados, decidiram retornar, ganhando mais uma chance da gravadora Chantecler / Warner. A produção, conduzida por José Raimundo, seguiu uma abordagem mais abrangente. Embora ainda houvesse foco na instrumentação tradicional do Sertanejo, a dupla também passou a incorporar o uso de guitarra elétrica em seus arranjos, o que os trouxe para um lado mais contemporâneo. Além disso, todos os músicos estavam bem entrosados. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem diversificadas, mas em sua maioria com aquele romantismo característico. Enfim, é um disco bacana e muito coeso. 

Melhores Faixas: Faz Um Ano, Meu Pobre Coração 
Vale a Pena Ouvir: Herói Da Velocidade (música em homenagem ao Ayrton Senna), Amada Amante, Caboclo Nato

De Cara Com A Saudade – Milionário & José Rico





















NOTA: 5,2/10


Dois anos se passaram, e eles retornaram lançando mais um trabalho, o De Cara Com a Saudade. Após o retorno da dupla com Nasci Para Te Amar, eles decidiram seguir um pouco mais a temática do trabalho anterior, só que incluindo sonoridades gaúchas, mexicanas, ciganas e paraguaias de forma mais evidente, tentando resgatar um pouco do que faziam nos anos 80. A produção, feita dessa vez por Mário Campanha, que havia arranjado o disco anterior, trouxe aquela pegada tradicional do Sertanejo romântico, mesclando a instrumentação clássica com a suavidade característica da dupla. Porém, muita coisa ficou extremamente repetitiva, deixando toda a imersão bastante previsível. O repertório é bem fraco, com algumas canções interessantes, mas outras bastante genéricas. No final, é mais um disco mediano e sem muita identidade. 

Melhores Faixas: Velha Canoa, Mãe Natureza, Eu, Você E Ela (Paixão Tricordiana) 
Piores Faixas: Irmão, Paixão Anônima, Sublime Miragem

Decida!!! - Vol 27 – Milionário & José Rico





















NOTA: 7,2/10


Em 2003, foi lançado o verdadeiro último disco da dupla Milionário & José Rico, o Decida. Após o De Cara Com a Saudade, eles lançaram outros discos, mas totalmente equivocados e que não surtiram qualquer efeito para a dupla. Então, no começo do novo século e já com 30 anos de carreira, eles decidiram reunir todas as influências que adquiriram ao longo dessa trajetória. A produção, conduzida por Elcio Alvarez Filho, trouxe arranjos harmoniosos que dão espaço para as vozes emotivas e para a essência narrativa tradicional do Sertanejo, incluindo, é claro, elementos de Bolero e Guarânia. Assim, o resultado ficou bem consistente, mesmo com um estilo que já soava datado. O repertório é bem interessante, com canções legais e diversificadas, embora algumas sejam mais fracas. Em suma, é um trabalho que encerrou bem a trajetória dessa dupla totalmente lendária. 

Melhores Faixas: Ancestrais, Você Vai Ver, Agenda Rabiscada, Meu Grito 
Piores Faixas: Coração De Luto, Fim De Noite, Meu Primeiro Amor (Lejania)

domingo, 15 de junho de 2025

Analisando Discografias - Milionário & José Rico: Parte 3

                            

Trilha Sonora Do Filme Estrada Da Vida – Milionário & José Rico





















NOTA: 9,6/10


Entrando na década de 80, eles acabaram lançando Trilha Sonora do Filme Estrada da Vida, como o próprio título já diz. Após o Realidade, como a dupla já era conhecida nacionalmente, eles ganharam a chance de fazer um filme biográfico sobre a história deles, que recebeu o nome do grande hit "Estrada da Vida". Tudo isso foi financiado pela Warner, que controlava a gravadora onde eles estavam, e, com isso, nada mais justo do que fazer um disco que servisse como trilha sonora. A produção foi conduzida novamente por Miltinho Rodrigues e José Raimundo, e aqui eles seguiram a estética da música Sertaneja de raiz, que, na época, ainda não desfrutava de estrutura musical volumosa. A simplicidade das instrumentações reforça a emoção lírica, que é bem diversificada. Com isso, o repertório é maravilhoso, e as canções são bem profundas, claro, com aquelas mais românticas. Enfim, é um baita disco e que é bastante preciso. 

Melhores Faixas: Saudade De Minha Terra, Coração de Pedra, Estrada Da Vida, Berço De Deus 
Vale a Pena Ouvir: Recordando A Infância, Do Mundo Nada Se Leva, De Longe Também Se Ama

Amor Dividido – Milionário & José Rico





















NOTA: 3/10


Ainda naquele mesmo ano, foi lançado mais um trabalho novo, o Amor Dividido, que tentou trazer coisas novas. Após o Trilha Sonora do Filme Estrada da Vida, Milionário & José Rico, apesar de estarem no auge, teriam que se adequar a um novo momento musical, já que a maioria das outras duplas teve que mudar sua abordagem, muito por conta de que todo mundo precisava se modernizar para tocar no rádio, e eles foram mais um dos que acabaram sendo, de certo modo, pasteurizados. A produção, feita novamente por Miltinho Rodrigues e José Raimundo, seguiu um lado mais intimista, e aqui eles quiseram focar mais em voz e violão, deixando de lado toda aquela refinação. Esse foi o grande problema, já que a maioria dos arranjos é totalmente imprecisa e tudo fica muito arrastado. O repertório é muito ruim, e as canções são todas bem medíocres, com pouquíssimas que se salvam. Enfim, é um trabalho bem fraco e muito apressado. 

Melhores Faixas: Sonho De Mentira, Filho do Pecado, Amor Dividido 
Piores Faixas: Praia Deserta, Meu Lamento, Pobre Coração, Meu Pranto

Escravo do Amor – Milionário & José Rico





















NOTA: 2,6/10


Mais um ano se passou, e Milionário & José Rico lançavam mais um disco, o Escravo do Amor. Após o fraquíssimo Amor Dividido, a situação ficou bastante feia, já que parecia que eles ainda estavam muito enraizados nas fórmulas que usavam na década de 70. Então, eles tentaram resgatar aquelas interpretações mais sofridas e poderosas. A produção foi conduzida pelo lendário violinista caipira Julião Amâncio da Silva, que optou por arranjos mais discretos, sem extravagâncias orquestrais, valorizando a interpretação direta da dupla. Tentou-se focar mais nas melodias típicas da safra do sertanejo romântico, mas, novamente, tudo soou bastante repetitivo, e a instrumentação, apesar de tentar ser moderna, acabou ficando bastante datada. O repertório ficou terrível, e as canções são todas muito genéricas, para não dizer ridículas, com pouquíssimas interessantes. Em suma, é um disco péssimo e que mostrava a dupla ficando muito para trás. 

Melhores Faixas: Águas Passadas, Conselho de Amigo 
Piores Faixas: Sonho De Um Caminhoneiro, Reconciliação, Homens, Rotina Da Vida

Tribunal do Amor – Milionário & José Rico




















NOTA: 2,6/10


Em 1982, foi lançado o 12º álbum da dupla, o Tribunal do Amor, que acabou repetindo os mesmos problemas. Após o Escravo do Amor, Milionário & José Rico, mesmo ainda sendo bastante conhecidos, pareciam não ter se encaixado na nova abordagem que a música sertaneja estava tomando, e olha que tudo aquilo até se encaixaria para eles. Então, eles entraram em estúdio bastante pressionados. A produção foi praticamente a mesma, com arranjos bastante discretos e sem muita orquestração, só que, mais uma vez, foi basicamente a mesma coisa do antecessor, com tudo soando bastante repetitivo e muito datado, parecendo que eles ficaram presos na década que havia passado. O repertório, novamente, é terrível, e as canções são bem medíocres, com pouquíssimas conseguindo se salvar. No final de tudo, é outro trabalho péssimo que mostrava que eles precisavam se renovar. 

Melhores Faixas: Ser Humano, Corpo E Alma 
Piores Faixas: Mãe De Leite, Mudança, Minha Súplica de Amor, Cruel Saudade

Amor Infinito – Milionário & José Rico




















NOTA: 9,1/10


Indo para o ano seguinte, eles voltam com mais um disco, o Amor Infinito, que trouxe muitas mudanças. Após o Tribunal do Amor, percebendo que estavam ficando muito para trás, decidiram reformular toda a abordagem deles, seguindo influências de outras duplas como João Mineiro & Marciano e Chitãozinho & Xororó, que estavam se adequando a um caminho mais abrangente. A produção, dessa vez conduzida por Milton José, mostrou a dupla abraçando de vez o Sertanejo romântico e evidenciando uma mudança marcante: os dois não cantavam mais juntos ao mesmo tempo, passando a se revezar nos vocais. Além disso, a instrumentação ficou mais orgânica, com maior ênfase nas linhas de violão e no uso preciso da sanfona. O repertório é ótimo, trazendo canções que mantêm aquele romantismo clássico deles, mas também faixas que exploram vivências do sertão e até instrumentais. No fim, é um belo disco que os resgatou do quase fundo do poço. 

Melhores Faixas: Velho Confidente, Sonhei Com Você, Fim Da Estrada, Meu Tesouro 
Vale a Pena Ouvir: Meu Mundo Vazio (Sereia), Além Fronteira (instrumental), Além Fronteira

Lembrança – Milionário & José Rico





















NOTA: 8,2/10


Mais um ano se passou, e eles retornam lançando mais um trabalho, intitulado Lembrança. Após o Amor Infinito, vendo que haviam conseguido voltar aos trilhos, decidiram seguir a mesma fórmula de sucesso, além de dar continuidade a um caminho muito mais comercial, já que não tinham mais influências daquele lado mais raiz. A produção, conduzida por Milton José, segue a tradição da dupla: voz potente à frente, acompanhada por viola, violão e acordeão. Além disso, mantém toda aquela simplicidade, autenticidade e foco na expressão emocional. O arranjo valoriza a interpretação, sem orquestrações exageradas, reforçando a essência daquela turma do Sertanejo romântico. O repertório é muito legal, e as canções ficaram ainda mais profundas, até indo para um lado mais consciente, digamos assim. Enfim, é um trabalho bacana e que manteve a relevância deles. 

Melhores Faixas: Lembrança, Orgulhosa e Bonita 
Vale a Pena Ouvir: Esquina Do Adeus, Flor Da Lama, Minha Última Canção

Minha Prece – Milionário & José Rico





















NOTA: 7/10


Logo depois, foi lançado mais um trabalho deles, intitulado Minha Prece, que foi um pouco mais equilibrado. Após o Lembrança, percebendo que estavam em um ótimo caminho e constantemente em turnê, eles quiseram reunir tudo o que conseguiram construir desde a década passada, decidindo fazer um disco bastante maduro e preciso. A produção, feita por Milton José junto com José Raimundo (tropa dos Zés total), seguiu uma abordagem simples, valorizando a expressividade vocal do Milionário e José Rico, com uma sonoridade bastante orgânica, incluindo momentos que seguem a linha do Sertanejo romântico, com pitadas de Bolero e até mesmo Forró. O repertório, no geral, é bem legal, e as canções são diversificadas, indo das mais românticas até outras voltadas às vivências do campo, embora existam algumas faixas mais fracas. No fim, é um disco legal, mas que faltou aquele espírito de maturidade. 

Melhores Faixas: Cavalo De Aço, Minha Prece, Mané Do Forró, Tudo Bem 
Piores Faixas: Sublime Esperança, Minha Casa, Fechei Meu Coração Para Balanço

Viva a Vida! – Milionário & José Rico




















NOTA: 5/10


Três anos depois, foi lançado mais um trabalho deles, o Viva a Vida!, que não trouxe tantas mudanças. Após o Minha Prece, a dupla chegou a lançar outros discos anuais, mas a maioria era praticamente a mesma coisa, além de lançarem uma coletânea com os grandes sucessos deles. Então, Milionário & José Rico decidiram voltar a gravar algo que mostrasse algo diferente. A produção, conduzida por Oscar Nelson Safuan, manteve a estética clássica da dupla: vozes em destaque, acompanhadas pela base instrumental de violões e sopros leves. Além disso, o álbum transita entre Bolero e rancheira, fazendo um Sertanejo romântico padronizado, e com isso tudo ficou bastante arrastado e com poucos momentos de brilho. O repertório é muito irregular, com algumas canções legais e outras bem descartáveis. No geral, é um trabalho mediano e com uma temática repetitiva. 

Melhores Faixas: Paixão De Um Homem, Viva A Vida, Minha Voz 
Piores Faixas: Homem Triste, Dor Da Paixão, Minha Verdade
 

            Bom é isso, então flw!!!   

Review: Eu Odeio o Dia Dos Namorados do Orochi

                     Eu Odeio o Dia Dos Namorados – Orochi NOTA: 3,8/10 E novamente o Orochi retorna lançando mais um trabalho novo, o Eu Od...