Me Against The World – 2Pac
NOTA: 8,6/10
Em mais uma pausa de dois anos entre um álbum e outro, chega o Me Against The World, que logo de cara você percebe uma vibe bem diferente. Afinal, nesse meio tempo, ocorreu a prisão de 2Pac por abuso sexual e, também, em novembro do ano anterior, ele sofreu aquela famosa emboscada no saguão de um estúdio de gravação em Nova Iorque, um dia antes do júri. Mas foi graças ao seu julgamento e prisão que este se tornou um dos álbuns mais consistentes de sua carreira. Primeiro, sua sonoridade é muito mais de um Rap consciente e às vezes lembra R&B, com amostras que continuam tendo uma conexão com a letra introduzida. A parte lírica é muito mais reflexiva, fazendo você perceber alguns pensamentos de desespero e paranoia. As feats são muito poucas, contando apenas com o rapper underground Richie Rich e o grupo recém-criado por Pac, o Dramacydal (que mais tarde virou o Outlawz). E não tem como não destacar a canção Dear Mama, cuja letra é uma homenagem à sua mãe, Afeni Shakur, e tudo que é abordado faz dela uma música espetacular. Esse disco mostra uma produção impecável, demonstrando um amadurecimento do rapper e tornando-se uma das maiores obras da história do Hip Hop/Rap.
All Eyez On Me – 2Pac
NOTA: 10/10
The Don Killuminati: The Day 7 Theory – Makaveli (2Pac)
NOTA: 8/10
Nas semanas antes do seu assassinato, 2Pac conseguiu gravar algumas canções que seriam lançadas em seu futuro álbum. Esse álbum, em vez de estar sob nome do rapper, acabou ganhando um novo nome artístico de Makaveli, pseudônimo do político italiano Niccolo Machiavelli, que fingiu sua própria morte e reapareceu sete dias depois para se vingar de seus inimigos. A sonoridade desse disco é muito mais sombria, fugindo daquele lado animado do All Eyez on Me. Os arranjos chegam a lembrar o gênero Horrorcore, que pode ser chamado de Death Rap. E tudo isso se intensifica ainda mais por conta das letras que, além de terem suas críticas sociais e de injustiça racial, a maioria das canções tem xingamentos aos rappers da Costa Leste e até xingamentos ao Dr. Dre, que tinha recém-saído da Death Row, por conta das ações desonestas que ele via de Suge Knight. Algumas canções, como Hail Mary e Against All Odds mostra um lado muito mais frio de Pac, e um detalhe: todas as feats são compostas de artistas undergrounds e do grupo Outlawz, que tinha deixado o nome de Dramacydal. Apesar de ter sido um álbum bastante sombrio e obscuro, é uma obra póstuma muito interessante de 2Pac.
R U Still Down? (Remember Me) – 2Pac
NOTA: 8,5/10
Still I Rise – 2Pac e Outlawz
NOTA: 8,1/10
O Still I Rise é o terceiro álbum póstumo de 2Pac e o primeiro álbum de estúdio do grupo Outlawz, ou seja, é um álbum colaborativo. Foi lançado próximo ao Natal de 1999. Este álbum é bastante diferente em comparação aos álbuns anteriores do rapper, e não é devido às participações do Outlawz, mas sim porque tenta simular uma sonoridade semelhante à de Me Against The World, adicionando um som envolvente nas poucas canções do álbum do Makaveli. Apresenta uma parte lírica totalmente diferente, mostrando mais as visões de Pac sobre a sociedade e também refletindo sobre sua vida. As feats de Big Syke e Nate Dogg não acrescentaram muito, e o trabalho da produção em sua mixagem chega a ser mediano, dando a impressão que faltou vontade de deixa-lo bem feito. No entanto, isso não diminui a qualidade dos refrões de músicas como Still I Rise, Secretz of War e High Speed, que lembram o som clássico e tradicional do Hip Hop. No final, é um álbum muito interessante e que acabou sendo muito subestimado pelos fãs do rapper.
Until The End Of Time – 2Pac
NOTA: 7/10
Após o álbum colaborativo com Outlawz, novamente é lançado mais um trabalho póstumo e mais uma vez sendo um disco duplo, que consiste em matérias gravados na época em que 2Pac estava na Death Row. Essas canções nem sequer foram cogitadas a entrar no All Eyez On Me, sendo apenas materiais que provavelmente ficariam para um futuro disco. Tudo que tiveram que fazer foi pegar os vocais do Pac e fazer uma mixagem para essas canções, e toda a sonoridade é do Hip Hop tradicional com uma combinação de R&B. Isso se evidencia pelas feats de artistas como K-Ci & JoJo, Lil' Mo e Left Eye, que era do grupo TLC, e também as letras são muito mais comerciais, falando até um pouco mais de questões pessoais, sem fugir das letras mais gangsters. Mais um fato é que o começo do Disco 1 é muito sólido, tendo um repertório muito irregular, enquanto que o Disco 2 tem um começo muito melhor e mais melódico, mas o seu final é totalmente decepcionante, o que demonstra que a produção errou ainda mais como no R U Still Down? (Remember Me). Embora seja um disco inchado, ele tem algumas qualidades, mas que chega a ser decepcionante após termina-lo de ouvir.
Better Dayz – 2Pac
NOTA: 6,6/10
Um ano após o ultimo lançamento, mais um trabalho póstumo de 2Pac é lançado e novamente sendo um disco-duplo. Só que comparado aos últimos 2 trabalhos, esse álbum é um tapa na cara, mas não da melhor forma e sim de uma forma muito mais decepcionante. Esse disco consiste em canções inéditas remixadas que foram gravadas nas sessões do Makaveli e as letras podem até ser mais promissoras do que o seu antecessor, mais a maioria dos arranjos continua buscando um som mais comercial e eles continuam sendo tediosos e muito chatos, mostrando uma produção muito pobre e que fez uma sonoridade que na maioria das vezes não tem nenhuma emoção. E o repertório do Disco 1 e 2 ainda tem o mesmo problema do antecessor, e mesmo tendo algumas canções boas como Ghetto Star, My Block e as duas versões de Thugz Mansion, enquanto as músicas mais chatas e genéricas desse disco parece que foram produzidas de forma bagunçada, mostrando que esse trabalho não precisava ser um álbum duplo. Apesar de ter um som comercial, só que com letras de Hardcore Hip Hop e Gangsta Rap, ele é um trabalho póstumo totalmente sem brilho algum.
Loyal To The Game – 2Pac
NOTA: 6,9/10
Após mais um tempo sem nenhum lançamento novo, em 2004, mais um álbum póstumo de 2Pac é lançado e desta vez com uma novidade: neste disco, o produtor executivo já não é a mãe do Pac, Afeni Shakur, e sim o Eminem. Isso aconteceu porque durante uma entrevista na MTV, o rapper afirmou que ficou tão emocionado com a vida e o trabalho de Tupac que escreveu uma carta para a mãe de Pac pedindo que considerasse deixá-lo produzir seu próximo álbum, e ela acabou aceitando esse pedido. Assim, diferente dos 2 últimos discos que tinha um som mais comercial e puxado para o R&B, aqui isso já não ocorre, trazendo uma sonoridade muito mais raiz com um Gangsta Rap e Hip Hop da Costa Oeste. Só que, em determinados momentos, há arranjos que parece ter sido tirados das próprias canções do Eminem, ou seja, ele produz essas faixas do 2Pac como se estivesse produzindo ele mesmo, mas há de se concordar que a produção ficou muito boa. E os vocais do Pac foram retirados lá da época da Interscope, só que eles ficaram rápidos demais, deixando a voz dele muito estranha. E apesar de não ser um disco duplo, ele traz a mesma decepção que os anteriores trouxeram.
Pac’s Life – 2Pac
NOTA: 4/10
E chegamos ao último álbum de estúdio da carreira de Tupac Shakur, sendo seu 6º álbum póstumo. Novamente, a mãe de 2Pac é a produtora executiva deste disco, trazendo materiais inéditos com origens mais uma vez vindo da metade dos anos 90. No entanto, seu som lembra um pouco do trap que conhecemos hoje, devido à combinação de R&B e Gangsta Rap. Mas, isso novamente foi um grande problema para este álbum. Ao contrário da sonoridade dos discos anteriores, este é muito mais tedioso e totalmente fora de sintonia, não se conectando de forma alguma com as letras poderosas escritas por 2Pac, que tem uma crítica social muito intensa, sendo, pra mim, o ponto mais forte deste disco. Agora, falando das feats. MEU DEUS! Parece que quase nenhuma delas é boa. Tirando o Big Syke, Yaki Kadafi e até mesmo Nipsey Hussle, cujas partes são competentes, o resto parece totalmente sem inspiração e sem o mínimo sentido. Alguns exemplos são Ashanti, Jay Rock, Chamillionaire, Lil Scrappy, Ludacris, entre outros. No final de contas, o último trabalho de 2Pac tem uma produção muito fraca, arranjos horríveis e é totalmente frustrante de ouvir, sendo o pior disco de toda a carreira do rapper e encerrando de forma decepcionante.
Please Please Me – The Beatles
NOTA: 9/10
E cá estamos no álbum de estreia dos Beatles, que já tem uma idade de 60 anos de existência e que nunca chegou a envelhecer mal. Pois esse álbum que iniciou a historia de uma banda de 4 moleques de cabelos compridos super promissores, vindo lá da cidade de Liverpool, na Inglaterra, e sendo produzido por um cara desconhecido chamado George Martin, acabou revolucionando não só a história da música, e muito menos apenas marcando a história do Rock, mas sim revolucionou os padrões sociais daquela época. Por sinal, esse disco foi gravado em 12 horas e em uma sessão única. E todas as músicas têm uma qualidade espetacular em tudo e seus arranjos são fascinantes. Há canções que ao todo são 8 escritas por John Lennon e Paul McCartney, e outras 6 que são covers de artistas que hoje são tratados como desconhecidos. Por exemplo, Twist and Shout, que não é uma canção própria dos Beatles, mas sim de Phil Medley e Bert Berns, tornou-se um grande sucesso quando foi regravada pela banda. Assim, os Beatles iniciam sua carreira de forma forte com um álbum muito legal e inovador. Podem ter certeza de uma coisa: se as canções desse disco não fossem vindas por eles, tudo seria diferente.