With The Beatles – The Beatles
NOTA: 9,4/10
Alguns meses depois, os Beatles retornaram com mais um álbum e desta vez sendo um trabalho muito mais animado comparado ao seu disco de estreia. A produção do George Martin teve uma melhora absurda que deixou uma sonoridade mais polida e com um clima muito mais definido. O repertório desse disco tem a mesma característica do primeiro, sendo 8 canções próprias da banda (tendo a primeira música composta pelo guitarrista George Harrison) e 6 covers de outros artistas, inclusive tendo um ótimo cover de Roll Over Beethoven de Chuck Berry. Além disso, canções como It Won’t Be Long e All My Loving são maravilhosas. E olha que existe muito falas do Beatlemaníacos que dizem que esse álbum tem um punhado de canções terríveis e inexpressivas, o que é uma tremenda bobagem. Mas uma coisa com a qual se pode concordar é que, mesmo tendo sido gravado em 3 meses, diferente do antecessor que foi gravado em único dia, dá pra se notar que esse álbum tem traços de ter sido feito às pressas. Só que pelo menos não ficou aquele trem malfeito como vários outros discos de outras artistas que são gravados às pressas. Em suma, é um disco muito agradável e bem consistente, mostrando que a banda estava perto de chegar no seu sucesso estrondoso.
A Hard Day’s Night – The Beatles
NOTA: 9,4/10
Beatles For Sale – The Beatles
NOTA: 8,7/10
E mais uma vez, no mesmo ano, é lançado o 4º álbum dos Beatles, trazendo uma sonoridade mais focado no Folk e no Country, mas sem sair é claro das suas raízes. Lembrando que o nome desse disco, Beatles For Sale, sugere que a banda estava sendo comercializada e vendida como um produto; praticamente os caras da banda sacaram isso. Este disco ele tem uma produção que, pra mim, é melhor do que a dos 3 primeiros álbuns, mesmo que apresente falhas em seus refrões e na sua intensidade sonora, com letras trazendo um aspecto muito interessante, sendo algumas tristes e alegres. E novamente acontece a mesma coisa que ocorre nos primeiros trabalhos, que o seu repertório é composto por 8 músicas originais e 6 covers de outros artistas e novamente tendo um cover de uma canção do Chuck Berry, Honey Don’t, que ficou mais uma vez muito boa, e apesar de ter mais uma vez 2 músicas fraquíssimas, isso não abala várias canções maravilhosas como Eight Days A Week, I’m A Loser e I’ll Follow The Sun. Apesar de já mostrar ser um dos álbuns mais fracos da banda, isso não tira os méritos de ser um disco maravilhoso e que tem bastante qualidade.
Help! – The Beatles
NOTA: 10/10
Rubber Soul – The Beatles
NOTA: 10/10
Depois de um último lançamento brilhante, em 4 meses, é lançado o Rubber Soul e que já traz uma mudança drástica na banda, que a partir desse disco as letras estariam mais maduras e muito mais reflexivas. E, lógico que a sonoridade continuava sendo a mesma do Help!, só que implementaram um som muito mais profundo em todas as canções deste disco, e novamente o repertório inteiro é composto de músicas originais escritas como sempre por Lennon-McCartney e não possuindo no mínimo 2 covers como no caso do último álbum. Foi a partir do Rubber Soul que os Beatles decidiram largar de fazer covers de outros artistas. E assim do mesmo jeito que o álbum anterior parecia ser uma coletânea de tão bom que é, esse aqui segue a mesma coisa, sendo até dificil de comparar qual dos dois álbuns tem um repertório melhor. Mais uma vez isso se deve ao George Martin, que fez uma produção muito boa e os arranjos que são perfeitos, juntando isso temos canções maravilhosas como In My Life, You Won’t See Me, Nowhere Man, Norweigan Wood (This Bird Has Flown) e a subestimadíssima Wait, que tinha até sido gravada para o álbum anterior só que foi rejeitada. No final de tudo, é um disco incrível e que se tornou em mais um clássico da banda.
Revolver – The Beatles
NOTA: 10/10
Agora, indo para um dos discos mais revolucionários daquela época, o Revolver, percebe-se que a banda ultrapassou os limites do Pop Rock, criando um som muito mais soberano. Apesar de na época do seu lançamento ter ocorrido um mês antes a polêmica entrevista dos Beatles, que resultou em uma das falas mais infelizes de John Lennon ao dizer: ‘‘Que os Beatles eram mais famosos que Jesus’’, na Inglaterra ninguém reclamou, mas nos Estados Unidos foi um alvoroço gigantesco. Voltando a este disco, as letras têm um significado bem distante das letras românticas dos outros álbuns. Por exemplo, em Doctor Robert, possivelmente uma homenagem a Dr. Robert Freymann, um médico de Nova York conhecido por distribuir injeções de vitamina B-12 misturadas com anfetaminas para uma clientela. O cinismo sobre impostos em Taxman, o clássico Yellow Submarine, que parece ser uma canção infantil, mas a letra não passa de uma alucinação lisérgica, e até mesmo uma das canções mais lindas da banda, She Said She Said, mostra uma bad trip alucinógena. E tudo isso se juntou em uma sonoridade psicodélica que não dá nem para acreditar de tão perfeita que é, isso se deve ao comprometimento e à fidelidade na produção de George Martin. No geral, não é apenas um dos melhores discos da banda, mas sim um dos melhores de todos os tempos.
Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – The Beatles
NOTA: 10/10
Após o Revolver, os Beatles decidiram ir ainda mais além fazendo um novo álbum totalmente conceitual que é o Sgt. Pepper’s e seu nome gigantesco. Esse disco aprimora ainda mais o que o anterior fez, com sua sonoridade incluindo música psicodélica e adicionando um novo gênero promissor que é o Art Rock, que é uma das inspirações que um dia ia ser criado como Rock Progressivo (mas isso é outra história). Mas o fato é que, além de também terem inserido efeitos sonoros que complementavam e muito seus arranjos, as letras por mais que sejam cheias de imaginação e reflexão, todas elas combinam com suas melodias. E canções como Lucy In The Sky With Diamonds, que acabou sendo especulada que falava intencionalmente sobre a droga LSD, só que sempre foi negado por John Lennon, sendo que a inspiração veio de um desenho do filho dele de 3 anos e juntou com a evocação de imagens surrealistas e A Day In The Life que é cheia de inspirações como a morte de Tara Browne e vários artigos de jornais. Que por sinal a impressão parece que quem é o líder por trás desse álbum é o Paul McCartney por conta das composições, arranjos e até mesmo seu repertório, só que é claro todos os outros 3 membros e o produtor George Martin contribuíram muito. Mostrando assim, um álbum cheio de clássicos se tornando uma obra-prima e que bate de frente em todos os aspectos com o Revolver.
The Beatles (White Album) – The Beatles
NOTA: 9,9/10
Depois de dois álbuns atemporais, os Beatles lançam o tão aclamado álbum autointitulado que conhecemos carinhosamente como White Album, assim como foi o caso do Metallica com o Black Album. O álbum branco da banda pode até não ter introduzido coisas novas como nos discos anteriores e ainda seguindo a mesma fórmula vindo do Revolver, e se tornando o primeiro e único disco duplo da banda, que traz alguns outros gêneros como ska e music hall, e até alguns elementos que te fazem lembrar Heavy Metal, mesmo não sendo. A produção continuou em alto nível e com vários detalhes incríveis, que você percebe em 2 canções maravilhosas: While My Guitar Gently Weeps e Helter Skelter. Bem, tudo parece ter sido lindo, mas não nessa época os bastidores já estavam mostrando que a banda estava chegando ao seu fim, como o início do relacionamento entre John Lennon e Yoko Ono que fez ele dar uma surtada levando-a para as gravações, quebrando uma regra da banda de não trazer suas mulheres para as gravações, as tretas que fizeram Ringo Starr se afastar da banda por duas semanas, e que levaram Paul McCartney a tocar bateria nas músicas Back In The U.S.S.R. e Dear Prudence, além de vários outros problemas. Mas, apesar de tudo, isso não tira o brilho dessa obra dos Beatles, tendo um repertório impecável e sendo um baita disco.
Yellow Submarine – The Beatles
NOTA: 7,8/10
Vamos agora para um dos álbuns mais controversos dos Beatles, o Yellow Submarine. Basicamente, não é apenas um álbum de estúdio, mas sim uma trilha sonora de outro filme da banda, desta vez uma animação. Apesar do repertório deste disco ser bastante limitado, com a parte final composta por músicas escritas e arranjadas sinfonicamente por George Martin, elas ainda mostram defeitos, como as canções inéditas da primeira parte estarem mal-acabadas e seu modo psicodélico não funcionar muito bem. A única canção que tem conexão significativa com a lendária Yellow Submarine é a All You Need Is Love, que possui uma letra muito bem escrita por Lennon-McCartney e uma qualidade sonora muito bem produzida. O que mais os Beatlemaníacos reclamam é que não havia necessidade de o resto do álbum ser orquestrado, sendo considerado uma medida desnecessária, e que todas as faixas são completamente chatas. No entanto, realmente existem algumas músicas chatas; porém, algumas têm uma harmonia muito boa e são cheias de animação, como o Sea Of Time. Assim, este disco não é horroroso, você consegue se divertir com o conceito dele que tem sim sua consistência.
Abbey Road – The Beatles
NOTA: 10/10
Após uma tentativa que não teve o sucesso esperado, os Beatles chegam com seu penúltimo álbum, o icônico e adorado Abbey Road. Com uma das capas mais memoráveis representando essa famosa rua em Londres, que, no outro lado, era onde estava o estúdio onde foram gravados todos os discos da banda. Voltando pra esse álbum, tudo nele o torna perfeito, desde sua sonoridade, que é muito mais autêntica e mistura vários gêneros, até suas letras, bastante memoráveis, com um repertório impecável e cheio de consistência, que faz parecer ser uma coletânea. Mesmo que a relação entre os membros da banda estivesse totalmente desgastada e cheia de tretas, aqui eles fizeram um trabalho fantástico, com todos estando acima da média: John Lennon e Paul McCartney arrebentando nas composições e no toque de seus instrumentos; George Harrison apresentando performances inacreditáveis, mostrando todo seu talento; e Ringo Starr, que não só comandou bem a bateria, como também ajudou demais na criação das canções. Apesar das pessoas lembrarem muito mais de canções como Here Comes The Sun, Come Together e Something como atemporais, esquecem de outras canções brilhantes como I Want You (She’s So Heavy), The End, Because e várias outras que chegam a ser tão maravilhosas quanto elas. Tudo isso mostrou um álbum sensacional, cheio de clássicos e sendo uma grande obra-prima.