quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Analisando Discografias - Bob Marley & The Wailers e Michael Jackson (RA: XVII)

       

Survival – Bob Marley & The Wailers





















NOTA: 7,9/10


Chegando agora no disco Survival, aqui parece que tudo foi completamente refeito para esse álbum. Isso se deve porque tudo que é abordado chega a ser quase um momento de Bob Marley sendo militante, se preocupando não só pela solidariedade expressa não só na África, mas como também mundialmente. E a capa ela contém quase todos os países africanos da época, incluindo até mesmo Papua-Nova Guiné que não é um país africano (mas que tem bastante conexão com os países desse continente), e você percebe bandeiras de países como Nigéria e Argélia, mas também há bandeiras que mudaram como a de Camarões e alguns países que hoje não são mudaram a bandeira como também o nome, como no caso do Zaire atual República Democrática do Congo. Mas voltando pra esse álbum, por mais que seja um trabalho muito bem produzido ele mostra várias irregularidades em sua sonoridade e com algumas canções com letras sem sentido e muito chatas no caso de Top Rankin e Babylon System e apesar de canções muito boas como So Much Trouble In The World, One Drop e Zimbabwe que se tornou um hino dedicado à libertação e independência dessa nação, mas novamente esse álbum acaba muito mal com às duas últimas canções que são bem ruins. Mesmo sendo um trabalho que tenta ser igual ao Exodus, ele se torna um ponto bem abaixo da carreira de Marley, apesar de ser um disco interessante.

Uprising – Bob Marley & The Wailers 





















NOTA: 6/10


Um ano depois, chega o último álbum de estúdio do Bob Marley & The Wailers, novamente gravado no estúdio da Tuff Gong, na Jamaica, assim como o disco anterior. Dessa vez, o álbum não teve uma produção feita pela banda inteira, com Chris Blackwell apenas contribuindo como produtor executivo. Dessa vez, ele produziu tudo e o Bob Marley que colaborou com suas próprias ideias neste trabalho, sendo um álbum com forte teor religioso, referenciando suas crenças no Rastafari. Apesar de ter ideias muito boas, as músicas se dividem entre algumas boas e outras medianas, com arranjos muito similares a outras, o que faz parecer preguiçoso. Além disso, a ordem das músicas está bastante errada, deixar as maravilhosas Pimper’s Paradise e Could You Be Loved para perto do fim do disco, em vez de colocá-las no início após Coming In From The Cold, chega a beirar a burrice. Isso poderia ter salvo o repertório, já que algumas canções como Work e Real Situation apresentam muitas irregularidades. Quanto à Redemption Song, apesar de ser uma balada acústica, ela não deixa de ser mediana, até porque ela é tão cativante quanto um cacto seco. Mas após esse lançamento, que não era imaginado como o último, Bob Marley acabaria falecendo vítima de câncer. No fim, este disco acabou trazendo um desempenho muito abaixo da média comparado aos trabalhos anteriores.

Confrontation – Bob Marley & The Wailers 





















NOTA: 6,2/10


2 anos após a morte de Bob Marley, foi lançado seu último trabalho inédito e sendo o único álbum póstumo de sua carreira, juntamente com a sua banda que ele criou junto com o Tosh e o Bunny Wailer, que nessa época continuavam com suas carreiras solo. Mas enfim, esse disco teve todas as suas canções compiladas e construídas a partir de várias demos, devido à colaboração que a viúva de Marley teve, juntamente com uma produção a cargo do engenheiro de som Errol Brown, que teve que garantir que as gravações se encaixassem bem com suas melodias. Mas, apesar disso, esse disco comete os mesmos erros que o anterior, com arranjos de algumas músicas ficando na mesmice e suas letras alternando entre questões sociais, religiosas e políticas, o que confunde bastante. Só que, é claro, apesar de ter canções muito contagiantes e animadas como Trench Town, Rastaman Live Up e a sensacional Buffalo Soldier, há canções que são muito sem graça, como Give Thanks & Praises, I Know e Mix Up, Mix Up, que é uma balada bem desinteressante. No final, esse álbum póstumo, apesar de seus momentos de brilho, acaba se tornando um trabalho mediano, mostrando mais uma vez um final bem abaixo da carreira inteira do reverenciado Rei do Reggae.

Go To Be There – Michael Jackson





















NOTA: 8/10


Em 1972, um moleque de apenas 14 anos, que vinha de uma banda com mais 4 irmãos, lança o seu primeiro álbum solo, ainda estando na banda. Esse garoto, chamado Michael Joseph Jackson, ou apenas Michael Jackson, começa a trilhar o seu caminho para uma futura grande fama, que é claro, ninguém na época imaginava que fosse acontecer. Mas enfim, o que a produção de Berry Gordy queria era pegar a sonoridade que Michael fazia com o Jackson 5, só que indo para um lado mais romântico e adocicado. O repertório inteiro é composto por covers e algumas músicas originais, e todas são muito boas, como no caso de I Wanna Be Where You Are, Rockin’ Robin, Maria (You Were The Only One), o impressionante cover que ele fez da canção de Bill Withers, Ain’t No Sunshine, e é claro, a própria faixa título. Como já disse, todas as canções são muito cativantes e foram feitas para serem mais descoladas, o que chega a ser bastante impressionante. E eu já dou uma dica: por mais que a voz infantil do Michael, em determinados momentos, chegue a irritar pelos agudos, não fale que isso transforma o disco em algo ruim. Apesar disso, é uma estreia muito interessante que já mostra um bom começo na carreira solo de um cantor que se tornaria gigante.

Ben – Michael Jackson 





















NOTA: 8,5/10


Poucos meses depois, em agosto, é lançado o segundo álbum de estúdio da carreira de Michael Jackson. E podemos dizer que ele é praticamente o mesmo que sua estreia, não tendo grandes alterações. Apesar de ter tido a mesma equipe de produção da Motown Records, liderada por Berry Gordy, e apresentando uma sonoridade muito mais polida para todos os arranjos que são ainda descolados e cativantes. O repertório é muito melhor que do disco anterior, contendo baladas muito boas como Shoo-Be-Doo-Be-Doo-Da-Day, People Make The World Go Round e a chiclete faixa-título que, por incrível que pareça, esteve presente na trilha de um filme de terror que tem o mesmo nome, é um fato bastante curioso. E mais uma vez as faixas se alternam entre covers como no caso, por exemplo, de My Girl que é muito mais divertida que a versão original feita pelos Temptations, e também algumas canções originais, mesmo que elas não foram escritas pelo cantor e sim pela produção, como You Can Cry On My Shoulder. E mais uma vez, apesar da voz infantil de Michael, todas elas são muito bem interpretadas. Mostrando mais uma vez outro álbum muito bom e sendo uma sequência legal.

Music & Me – Michael Jackson 





















NOTA: 7,9/10


Depois de um ano, chega mais um trabalho novo, só que agora com a voz do Michael um pouco mais grave, já saindo daquela voz infantil. Esse disco já poderia ter tido as próprias composições do jovem cantor, que veio influenciado por Marvin Gaye e Stevie Wonder, só que a proposta foi negada pela Motown, mas principalmente pelo chefão Berry Gordy, que já daria início aos primeiros desentendimentos com a gravadora. Mas enfim, a produção ficou dessa vez apenas com Hal Davis, que praticamente apresentou as mesmas coisas presentes nos dois últimos discos e tendo uma linha de vocal muito mais discreta. Mais uma vez é um álbum que contém alternância entre covers e músicas compostas pelo pessoal da produção, valendo destacar, é claro, a faixa-título e a canção Happy, que virou tema de outro filme, dessa vez um drama biográfico-musical sobre a cantora Billie Holiday, o filme Lady Sings the Blues. Também tem outras faixas muito boas que não são lembradas, como Johnny Raven, With A Child’s Heart e Euphoria. E que, apesar disso, é um disco tratado como um passo atrás da até então carreira solo do jovem Michael, o que não passa de uma mentira, já que é um trabalho que tem sim sua consistência, apesar de começar a mostrar uma nítida transição.

Forever, Michael – Michael Jackson 





















NOTA: 9/10


No início de 1975, foi lançado o Forever, Michael, que foi o último álbum lançado pelo selo da Motown, onde Michael Jackson esteve nessa gravadora junto com seus irmãos por oito anos. Esse álbum já mostra o total amadurecimento do cantor, afastando-se daquele lado infantil e indo para letras muito mais maduras, tendo uma produção que foi muito bem elaborada para refletir esse amadurecimento. Com um repertório que foi o último a contar com covers e músicas escritas pelos produtores e, mais uma vez, com todas as canções contendo ótimos arranjos. Exemplos de canções como We’re Almost There e Just A Little Bit Of You, que foram produzidas por Brian Holland, do lendário trio de compositores Holland/Dozier/Holland. Evidentemente, outras faixas maravilhosas como Dear Michael, Take Me Back e One Day In Your Life alternam entre letras românticas e sobre esperança. Enfim, todas as canções desse disco são muito interessantes e têm uma ótima qualidade, mas é claro que ainda houve muitas críticas dizendo que ele estava seguindo a mesma fórmula de outros trabalhos, o que não faz o menor sentido, até porque o Michael, nessa época, já estava mostrando o tipo de direcionamento mais dançante que pretendia dar em sua própria carreira. Mas, enfim, apesar de ser um disco muito interessante, ele acaba sendo muito subestimado.

Thriller – Michael Jackson 





















NOTA: 10/10


Após o sucesso do Off The Wall, estava claro que merecia uma sequência ainda melhor, e nem preciso dizer que espetáculo é o Thriller. Que foi o álbum que adaptou tudo que o anterior já conseguiu fazer com extrema excelência, até porque com uma produção do mito Quincy Jones é óbvio que a sonoridade vai ser marcante. Porque apesar de continuar com vários gêneros como, obviamente, o Pop e R&B característicos da carreira do Michael, junto com o Funk, acabaram implementando influências de post-disco, Synth-pop e Rock, e pode acreditar, foi bastante essencial. Até porque todas as faixas se complementam com as outras que vêm depois no momento em que você está escutando uma delas, sem contar que todas elas foram feitas para você sacudir o esqueleto. Isso vale para os clássicos Billie Jean, Beat It e da faixa título, e também para a não tão lembrada, mas muito boa, P.Y.T. (Pretty Young Thing). Sem contar que esse álbum tem as participações de vários artistas, exemplos de Eddie Van Halen numa música já citada, Paul McCartney na chicletuda This Girl Is Mine e até mesmo Paulinho da Costa na percussão de duas canções. Enfim, tudo isso mostra um repertório espetacular que, como no disco anterior, parece uma coletânea. Sendo assim, mais um trabalho perfeito não só do Michael Jackson, como também da gravadora Epic, que se transformou em um dos melhores álbuns de todos os tempos.

Bad – Michael Jackson  





















NOTA: 10/10


Depois do sucesso do Thriller, era inevitável que o álbum posterior tivesse que seguir a mesma forma do seu anterior e mais uma vez aconteceu. Com uma gravação que durou exatamente dois anos, que por fora dela teve vários causos da vida pessoal do cantor como, por exemplo, a mídia ter especulado que ele tinha branqueado a sua pele, só que na verdade o que Michael Jackson tinha era vitiligo. Também, antes das sessões desse disco, tinha ocorrido aquele famoso incidente no comercial da Pepsi, em que a pirotecnia acidentalmente incendiou o cabelo dele, causando queimaduras de segundo grau em seu couro cabeludo. Mas enfim, a sonoridade desse álbum é muito mais pesada e rítmica, não sendo à toa as inclusões de Hard Rock e Soul em algumas canções, largando o post-disco e Synth-pop que estavam presentes no álbum anterior. Além disso, a produção de Quincy Jones tentou trazer algo muito mais diversificado e que trouxe mais sintetizadores, e isso é apresentado na maravilhosa Smooth Criminal, Man in the Mirror e Leave Me Alone, enquanto que outras canções são mais experimentais como no caso da faixa-título e Liberian Girl. E também tem uma música com participação do Stevie Wonder, a Just Good Friends, que tem um bom ritmo. Sendo assim, mais um trabalho ótimo, que seguiu o mesmo nível dos dois discos anteriores, se tornando outro clássico do já apelidado Rei do Pop.

Dangerous – Michael Jackson 





















NOTA: 9,4/10


Após mais um sucesso, era hora de tentar fazer uma renovação e quando foi lançado o 8º álbum de estúdio do Michael, muitas coisas mudaram. Primeiro, foi que o cantor decidiu ter uma mudança artística e a outra foi que ele desfez a parceria com o produtor Quincy Jones e chamou, dessa vez, um trio de produtores: Teddy Riley, Bruce Swedien e Bill Bottrell, tendo a intenção de se aproximar do universo do Hip Hop. E o que a produção desses três, junto com a do próprio Michael Jackson, queria era trazer uma sonoridade que juntasse um som mais underground e que fosse implementado em seus arranjos uma parte mais urbana com sons de Scratching, Buzinas de Carro, Beatbox e vários outros elementos. Também foi bastante essencial tirar algumas influências que estavam nos três discos anteriores e implementar apenas um gênero novo, que era o New jack swing ou swingbeat, que estava bastante popular no início daquela década de 90. E como esperado, o repertório é recheado de músicas muito boas e interessantes como Jam, Remember the Time e as baladas Heal The World, Give in To Me que tem a participação do Slash do Guns N' Roses, que têm temas que te fazem refletir muito e a maior prova foi na música Black or White que foi criada devido aquelas especulações de que o Michael estaria branqueando sua pele de propósito. No final, é mais um disco maravilhoso e que mal sabíamos que seria o último trabalho brilhante da carreira do Rei do Pop.

Então é isso, um abraço e flw!!!

Analisando Discografias - Belladonna

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