Nadando Com Os Tubarões – Charlie Brown Jr.
NOTA: 9,6/10
Um ano após o antológico Preço Curto... Prazo Longo, o Charlie Brown retorna com mais um novo álbum em uma época bem complicada para a banda. Pois, antes das gravações, o pai do Chorão acabou falecendo e ele ficou bastante devastado. Só seis meses depois ele voltou para começar a gravar esse disco, mesmo estando um ‘‘pouquinho’’ acima do peso, só tendo ganhado uns 20 quilos a mais. Esse álbum, além de ter tido uma produção ainda mais melhorada que inseriu um pouco de efeito nas músicas, as letras ficaram muito mais profundas e reflexivas. Isso juntou-se com uma sonoridade bem pesada, mostrada em canções espetaculares como Rubão, o Dono Do Mundo, Fichado e Transar no Escuro, e também puxada para o Rap, que contou com participações do Sabotage e do RZO na canção A Banca, da Negra Li em Não é Sério e dos desconhecidos e muito bons grupos de Rap Controlamente e o De Menos Crime em Somos Extremes no Esporte e na Música, todas sendo canções maravilhosas. Claro que teve algumas pessoas que não curtiram essa pegada indo muito mais para o Rap, mas eu posso dizer que foi inserido no momento certo. Em suma, é um disco muito bom e que mostrou um certo amadurecimento da banda.
100% Charlie Brown Jr. Abalando Sua Fábrica – Charlie Brown Jr.
NOTA: 9,8/10
Bocas Ordinárias – Charlie Brown Jr.
NOTA: 9,9/10
Passado mais um ano, é lançado o Bocas Ordinárias quase sem nenhuma mudança significativa, sendo quase a mesma coisa do disco anterior. A produção, mais uma vez, foi feita por Tadeu Patolla, deixando de lado o produtor do disco anterior, Carlo Bartolini. Isso acabou sendo feito trazendo um pouco mais de incorporação em sua sonoridade e tendo novamente uma implementação de Rap e Nu Metal em suas músicas, que para mim é o álbum do Charlie Brown que mais se parece com esse gênero. Apesar disso, o disco mostrou músicas de bastante qualidade. Por sinal, no repertório desse álbum tem a presença do primeiro cover da banda, que é um cover de uma música lá do álbum de estreia do Legião Urbana, a canção Baader-Meinhof Blues, que ficou muito boa, mesmo que não supere a original. Além disso, tem as clássicas Papo Reto (Prazer É Sexo O Resto é Negócio) e Só Por Uma Noite. Há outras que também são excelentes, como Hoje Eu Só Procuro A Minha Paz, a própria faixa título desse disco e uma canção não muito lembrada, Com A Boca Amargando. Vale dizer que esse disco é um álbum que mostra que todos os membros da banda entregaram o seu melhor. No final, é um disco excepcional, que para mim é criminosamente injustiçado porque o repertório dele é excelente.
Tamo Aí Na Atividade – Charlie Brown Jr.
NOTA: 8,7/10
Imunidade Musical – Charlie Brown Jr.
NOTA: 8,8/10
Após um período de um ano de incertezas, de forma inesperada, o Charlie Brown retorna com um novo álbum, o Imunidade Musical. Falo de forma inesperada porque, como os membros originais acabam vazando, rolaram boatos de que a banda tinha acabado e que Chorão seguiria uma carreira solo. Mas como ele sempre disse: ‘‘Que ele era o Charlie Brown Jr.’’, então a banda continuou e teve a volta de Thiago Castanho, acrescentando um novo baixista, o Heitor Gomes, e um novo baterista, o Pinguim, assim a banda estava completamente reformulada. Mantiveram o mesmo produtor do álbum anterior, a lenda Rick Bonadio, que como sempre explorou muito bem a sonoridade da banda, trazendo canções melódicas e reflexivas como as estrondosas Senhor Do Tempo e Dias De Luta, Dias De Glória, que é a música mais tapa na cara da história da banda, além de uma nova versão de Aquela Paz que estava no primeiro álbum, so que com um clima mais sombrio. O álbum também contém músicas carregadas de emoções, como Lutar Pelo Que É Meu, a famosa Ela Vai Voltar (Todos Os Defeitos De Uma Melhor Perfeita), e uma canção com a participação do rapper Rappin’ Hood, a poderosa Cada Cabeça Falante Tem Sua Tromba de Elefante. Apesar disso, esse álbum possui algumas canções fraquíssimas e genéricas em seu repertório, mostrando que não havia necessidade de ter 23 faixas. No final, mesmo tendo sido um disco inicialmente desacreditado, ele cumpre muito bem seu papel e é superior ao anterior.
Ritmo, Ritual e Responsa – Charlie Brown Jr.
NOTA: 9,1/10
Depois de dois anos, o Charlie Brown lançou seu 8º álbum com uma pegada muito mais pesada comparado ao anterior. Esse disco inteiro tem umas curiosidades interessantes: ele serviu de trilha sonora para o filme O Magnata, que é o primeiro filme roteirizado pelo Chorão, e foi o primeiro disco produzido pelos próprios membros da banda, no caso o Chorão e o Thiago Castanho. Eles fizeram um bom trabalho, buscando, como eu já tinha dito, uma sonoridade mais pesada contendo Rap, Ska, Hardcore, o Skate Punk tradicional da banda e novamente trazendo Nu Metal, mesmo não tendo uma predominância balanceada e as letras como sempre reflexivas e trazendo muita crítica social. Isso refletiu em um repertório gigantesco mais uma vez com 23 faixas, mais uma vez precisava? Não, mas como sempre acertaram na ordem das músicas e tendo músicas incríveis como Pontes Indestrutíveis, Não Viva Em Vão, Be Myself (que mesmo pelo título não é cantada em inglês) e tem algumas canções bem fracas só que dessa vez são poucas como, por exemplo uma com a participação da terrível banda Forfun, só que teve outras participações que ficaram muito boas como a do MV Bill e do João Gordo. E esse foi o segundo e último álbum com o baterista Pinguim, pois ele acabou saindo da banda. O fato é que é um disco sensacional, sendo muito interessante em trazer novamente uma pegada mais pesada.
Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva – Charlie Brown Jr.
NOTA: 9/10
Após uma pausa rápida, o Charlie Brown Jr. chega com mais um álbum e é uma verdadeira maravilha. Trazendo algumas mudanças: após a saída do baterista Pinguim, que saiu devido ao fato de seu contrato com a banda não ter sido renovado, acabou entrando em seu lugar o Bruno Graveto, que já tinha sido membro de outras bandas como Pipeline e O Surto (que por sinal, essa última tem uma certa história envolvendo o Charlie Brown, mas daqui um tempo eu conto). A outra novidade foi que eles trocaram de gravadora e novamente tiveram a produção do Rick Bonadio. A sonoridade toda desse disco é muito mais melódica, deixando de lado a maioria das coisas que estavam presentes no trabalho anterior, e tendo um repertório cheio de canções maravilhosas. Mesmo que apresente um erro na ordem de algumas faixas, esse álbum traz uma música que tinha sido escrita por Chorão 8 anos antes, intitulada O Dom, a Inteligência e a Voz, que foi a pedido da cantora Cássia Eller, mas ela acabou falecendo e a canção ficou arquivada até finalmente ser gravada. Fora claro as outras canções muito boas como Me Encontra, Só Existe o Agora e a reflexiva Só Os Loucos Sabem, que foi escrita numa época em que o nosso querido Big Cry tinha passado por uma profunda experiência numa igreja em São Paulo. Em suma, é um disco espetacular, tendo letras memoráveis e com cada arranjo maravilhoso.
La Familia 013 – Charlie Brown Jr.
NOTA: 9,4/10
Depois de muito tempo, o Charlie Brown lançou seu décimo e último álbum de estúdio da banda e que aconteceu em uma época que começou cheia de altos e terminou de forma baixa e triste. Primeiro que após o último álbum, o baixista Heitor Gomes acabou saindo da banda, só que logo depois Marcão e Champignon voltaram para a banda, e a banda praticamente estava quase com a formação original de volta. Só que com o tempo rolaram brigas e desentendimentos após alguns shows e até mesmo na frente do palco em um show em Apucarana, no Paraná. Só que depois teve pedido de desculpas e aí, infelizmente, no início de março de 2013, o Chorão foi encontrado morto em seu apartamento devido a uma overdose e aí 6 meses depois o Champignon acabou se matando e tudo isso demonstrou um triste fim pra banda. E aí esse álbum que já era planejado antes da morte do Chorão acabou infelizmente se tornando póstumo e seria lançado em setembro, mas foi adiado para o mês seguinte, tendo a produção de Tadeu Patolla e lançado pelo selo da Som Livre. A sonoridade desse disco, do começo ao fim, é totalmente em tom de despedida mesmo tendo um clima animado e melódico, apresentando ótimas canções como Um Dia a Gente Se Encontra, Rockstar, Hoje Sou Eu Que Não Mais Te Quero e a música que é praticamente uma despedida, a incrível Meu Novo Mundo. No final de tudo, é um disco maravilhoso e que encerra de forma digna a história da banda.
Nevermind – Nirvana
NOTA: 10/10
Depois de um longo período, chega o maravilhoso e absurdo Nevermind, o segundo álbum de estúdio do Nirvana, que veio numa época de várias transições da banda. Após eles saírem da gravadora que lançou seu álbum de estreia, graças a todo o sucesso e mostrarem uma sonoridade bastante promissora, eles acabaram se mudando para uma gravadora maior, a Geffen Records. E também, eles finalmente encontraram o baterista definitivo para a banda, pois Chad Channing saiu e entrou em seu lugar um moleque promissor de uma banda desconhecida, e esse moleque se chamava Dave Grohl. Uma coisa que precisa ser destacada é que a sonoridade espetacular desse disco se deve muito a ele e, claro, à produção atenciosa do Butch Vig. Ele não foi apenas o produtor ele meio que agiu como um psicólogo de Kurt Cobain em determinados momentos. No final das contas, isso resultou em uma sonoridade muito mais polida e comercial, e todo o repertório dele faz parecer uma coletânea, é so música espetacular, e não apenas Smells Like Teen Spirit, Come as You Are, In Bloom, Lithium, Breed, mas todas as faixas. Por sinal, quando foi lançado, as 20 mil primeiras cópias não tinham a última faixa, Endless, Nameless, tudo porque houve um erro na masterização, pois esqueceram de avisar a pessoa que estava por trás dela, mas depois foi corrigido. Enfim, esse álbum é uma verdadeira maravilha, um clássico, antológico, não sendo à toa ser um dos melhores de todos os tempos.
Incesticide – Nirvana
NOTA: 8,2/10
Depois de um tempo, no final do ano de 1992, foi lançada a coletânea Incesticide, que apresenta canções inéditas sendo elas de 2 EPs, o Blew e Hormoaning, demos, lados B e alguns covers. Assim, esse disco inteiro é uma junção de materiais gravados desde a época da banda estando na Sub Pop até a Geffen. Só para vocês terem uma noção, se juntar todas as músicas, apenas o Kurt Cobain e o Krist Novoselic estão em todas as sessões, pois todas as gravações, ao todo, incluem 4 bateristas diferentes e também tiveram vários produtores diferentes, indo desde Jack Endino até Butch Vig. E sim, a sonoridade ao todo desse álbum chega a ser confusa, mas os riffs são bastante legais. Esse disco tem cada canção maravilhosa, que infelizmente as pessoas não conhecem, como Dive, Aneurysm, Aero Zeppelin, Molly’s Lips, e a melhor música para mim dessa coletânea, em questão de arranjo e letra, que é Sliver, que até acho que dava para ela ter entrado no repertório do Nevermind. Este disco tem uma versão alternativa da canção Polly, só que muito mais rápida e acrescentando no título um (New Wave), mas ficou bastante fraca se juntando a outras 2 canções bem ruinzinhas. Apesar disso, é uma ótima coletânea, sendo um trabalho bem interessante mesmo sendo tratado como desconhecido.
Por hoje é só e flw!!!