sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Analisando Discografias - Rihanna, Orochi e Yunk Vino (RA: XIX)

         

Unapologetic – Rihanna





















NOTA: 4/10


Apesar de ter tido uma sequência muito interessante, foi lançado o Unapologetic e a partir daqui às coisas começaram a desandar. Até porque, nessa época, a Rihanna já estava sofrendo bastante pressão da mídia, o que é comum para os artistas pop passarem por isso. Mas o principal motivo dos erros deste trabalho é que a cantora abandonou tudo o que tinha sido proposto no Talk That Talk, que era ter uma sonoridade totalmente eletrônica, e acabou voltando para um som mais Synth-pop com Hip Hop, e com tudo isso a produção ficou bastante confusa, mostrando a tamanha bagunça presente em seus arranjos, que simplesmente não combinam com a letra ou soam genéricos demais. Isso se reflete em canções horríveis e sem qualquer tipo de emoção, como Jump, Stay, a xaropíssima Loveeeeeee Song e a estranha canção Nobody’s Business, que curiosamente conta com a participação do Chris Brown. Esse disco ainda apresenta músicas medianas, como Numb, que mais uma vez conta com a participação do Eminem, sendo uma tentativa totalmente aquém de atingir o mesmo sucesso de Love The Way You Lie. Assim, teve apenas três músicas que podemos destacar como boas: Diamonds, What Now e No Love Allowed. Mas juntando tudo isso, o repertório é tão eficiente quanto a defesa do Vasco. Sendo assim, um disco bem ruim que mostrou ser um tropeço horroroso da cantora caribenha.

ANTI – Rihanna 





















NOTA: 6/10


Após um último trabalho horroroso, chegou o último álbum até o momento de Rihanna, o ANTI, que foi lançado há 8 anos. Este disco, dessa vez, foi lançado pelo selo da Roc Nation, já que a cantora havia saído da Def Jam Recordings e assinado com a gravadora de Jay-Z. (Por sinal, a Roc Nation não é apenas uma gravadora, ela gerencia artistas e atletas e está no entretenimento.) Para evitar os problemas de seu trabalho anterior, ela trouxe apenas alguns produtores com os quais já tinha trabalhado, além de alguns novos. Sua sonoridade é mais influenciada pela música psicodélica e o Soul, trazendo uma vibe muito mais experimental, que foi tratada como inovadora, não sei aonde. Mas assim, eu concordo que o hit Never Ending e algumas faixas como Desperado, Work e Consideration são muito boas, mas há outras canções que são totalmente bagunçadas e muito fracas, como Woo, Needed Me e Higher, que são desconfortáveis de ouvir, principalmente com a voz desanimada que Rihanna apresenta. Das três novas faixas apresentadas na versão deluxe, apenas Sex With Me realmente parece ter sido bem trabalhada, mas, no geral, o repertório é composto por metade de músicas genéricas. Sendo um trabalho mediano e nem merece ser tratado como o melhor trabalho de Rihanna e após isso, não tivemos mais nenhum álbum novo da cantora, e não há previsão de quando chegará. Sendo bem sincero, acho difícil que seja lançado nos próximos meses

Celebridade Orochi 





















NOTA: 9,8/10


O álbum de estreia do Orochi é totalmente mágico, sendo lançado pouco tempo após a pandemia do Covid-19 ter estourado. E logicamente que o rapper, antes mesmo de lançar essa maravilha, já havia vencido o Alves no Duelo de MCs em 2015. Três anos depois, gravou seus primeiros singles que obtiveram um sucesso considerável, o que rendeu até uma participação no maravilhoso Poesia Acústica 6. Já estava claro que Orochi estava se preparando para lançar sua primeira obra. Esse álbum foi gravado durante 1 ano e produzido por diversos produtores como Kizzy, Dallas, Papatinho e o jess beats, e todos eles trouxeram uma sonoridade esplêndida, com qualidade acima da média, tendo batidas totalmente pesadas que se encaixam nas letras do Orochi. O repertório desse álbum é muito bem ordenado, parecendo uma coletânea, e se divide em estilos como Lifestyle, no caso de Mitsubishi e a faixa título, também romantismo, como o maravilhoso hit Amor de Fim de Noite (que eu acho que todo mundo já sofreu escutando isso aqui), e outras que seguem a mesma fórmula, só que com um grau de ‘‘putaria’’ como Vermelho Ferrari e a subestimadíssima Feiticeira, e alguns temas reflexivos que encerram muito bem esse álbum, em Balão e Nova Colônia. Mostrando assim, um álbum espetacular, bastante memorável, sendo um excelente começo da gravadora Mainstreet e que foi o marco zero para a consolidação do Orochi no cenário do Trap nacional.

Lobo – Orochi





















NOTA: 8,2/10


Depois do sucesso de Celebridade, logo no ano seguinte é lançado o segundo álbum do Orochi, intitulado de Lobo (que por sinal essa capa mais parece mais de single). Este álbum apresenta várias diferenças em relação ao seu álbum de estreia, mostrando letras mais reflexivas. Isso é resultado das diversas experiências que o rapper teve em sua vida até alcançar o estrelato. Mais uma vez, a produção conta com Kizzy e agora também com Ajaxx, que fizeram um ótimo trabalho com arranjos interessantes, bem acompanhados pelas letras excelentes contidas em cada canção. O repertório foi muito bem ordenado, trazendo faixas com algumas feats, como o MC Poze do Rodo na excelente faixa título, que abre o álbum muito bem. Também há colaborações com PL Quest e BIN em Champagne, que aborda um estilo de vida luxuoso, e o Borges na ótima canção Se o Mundo Acabasse Hoje. Além disso, outras faixas como Deixa Chapar, Íma e a melódica Sobre Nós. Tudo Isso mostrou uma obra mais conceitual e que demonstrou o quanto que o Orochi honrou o trabalho que o pessoal da Mainstreet teve nesse trabalho. Sendo assim, um álbum muito bom, mas que aos poucos já vem sendo tratado como um trabalho bastante subestimado após o lançamento do seu sucessor.

Vida Cara – Orochi 





















NOTA: 9,5/10


Falando nele, o terceiro álbum, o maravilhoso Vida Cara, que foi lançado no início do ano passado. No entanto, antes do lançamento, Orochi tinha sido detido pela polícia devido a um mandado de busca e apreensão após o rapper ter divulgado um vídeo nas redes sociais em que seu segurança pessoal estava portando um ‘‘fuzil’’, que na verdade era apenas uma espingarda. Ou seja, o clima antes do lançamento já começou conturbado. Mas focando no álbum, os produtores permaneceram os mesmos, incluindo o retorno de jess beats, e trouxeram alguns novos como RUNX, Galdino e vários outros. Todos desenvolveram uma sonoridade que não se limita apenas ao Trap, mas incorpora vários elementos do Hip Hop/Rap e Funk Carioca nas canções. Isso se reflete nas inúmeras feats presentes no álbum, que incluem Djonga, Baco Exu do Blues, Filipe Ret, MD Chefe, Vulgo FK, e entre outros, além de duas participações de rappers internacionais: Russ e Trippie Redd (conhecido pela feat na canção Fuck Love do saudoso XXXTentacion). A grande novidade foi que o repertório contém 26 faixas, tornando-se o álbum mais longo da carreira do Orochi. Posso dizer que a proposta foi muito bem executada, pois o álbum está recheado de canções maravilhosas como Iluminado, Sereia, Cicatrizes, Distante de Tudo, Sozinha e Balão 2, esta última sendo uma ótima sequência mantendo a mesma abordagem do seu antecessor. Enfim, este álbum é espetacular e mostrou um grande diferencial do seus anteriores.

Vida Cara (Deluxe) – Orochi 





















NOTA: 8,6/10


Seis meses depois já na metade do ano passado, foi anunciada a versão deluxe do Vida Cara e no mês de outubro chegou esse álbum, que podemos até tratar esses dois trabalhos como duplo. Principalmente porque esse álbum se tornou uma versão deluxe principalmente pela onda que veio de outros artistas que fizeram a mesma coisa que o Orochi fez e também pela proposta que o rapper fez nessa continuação, que era trazer músicas mais envolventes. E apesar de ter a mesma equipe de produtores, sendo que quem mais aparece por trás das batidas é o RUNX, só que logicamente todo mundo fez um bom trabalho, mas é óbvio que esse álbum é a mesma coisa da versão original, só que ele é mais puxado para questões mais reflexivas, apesar de as letras terem ficado bastante funkeadas. As 10 faixas inéditas desse repertório até que são legais, só que contém músicas fraquíssimas em Quando Você Chegou, Bottega Veneta e a terrível vangloriação luxuosa contida em Vivência de Trap, só que é claro que o resto das músicas salvam bastante, como é o caso do hit Mesma História, que tem a participação do Caio Luccas, Floripa e Mil Motivos, mas no final essas canções que acabaram falhando mostraram um pequeno tropeço do Orochi. Por sinal, essa capa dos dois álbuns ela representa aquela treta daquela mulher que tentou destruir a BMW X6 do rapper (coitada, acabou sendo marcada na história da música brasileira como um meme eterno). Enfim, é um álbum até legal, mas que ficou bem inconsistente para uma sequência.

442 – Orochi 





















NOTA: 3,8/10


Chegando agora no último álbum até o momento do Orochi, o 442, que foi lançado há quase três meses. Ele vem com algumas mudanças comparadas ao Vida Cara, tanto o original quanto o deluxe, com pequenas alterações nos temas abordados nas letras e algumas batidas que tentam combinar com cada refrão. O título desse álbum é uma alusão direta a um esquema tático de futebol, onde a vida se assemelha a uma busca incessante por vitórias e superações, mas isso tudo não deixa de mostrar que o contexto não passa de uma verdadeira ilusão. Por mais que esse trabalho tenha sido muito bem produzido, ele infelizmente tem arranjos que não combinam nem um pouco com várias canções. As únicas faixas que pode se dizer que ficaram muito boas e tiveram ótimas feats foram 2Am nas Américas, Sem Censura e Seu Nome, que tem um dueto bem interessante do Orochi com o Poze, enquanto que as outras canções são ruins e bem irregulares, principalmente devido a letras e arranjos que são confusos como no caso de Barras e Barras, Pix Misterioso, o entre aspas hit Vida Rasa e a interminável Assault Monopólio que finaliza esse repertório do pior jeito possível. Em suma, é um álbum muito ruim, totalmente abaixo comparado aos seus anteriores e com letras a nível Oruam de qualidade, é seu Flávio, errou feio dessa vez!

Off – Yunk Vino 





















NOTA: 8,2/10


A mixtape intitulada Off foi a estreia do Yunk Vino no cenário do trap brasileiro, e, por mais que tenha sido inicialmente ignorada, é um trabalho muito interessante. Apesar de ser um trabalho fora de uma gravadora grande e ter sido independente, sendo o próprio Vino o produtor executivo desse álbum, ele traz uma sonoridade que é do trap, mas que tem uns certos flertes com Hip Hop/Rap, mais precisamente nas suas letras. Só que é claro que na maioria das vezes tu percebe o rapper imitando até que excessivamente o Travis Scott. Foi errado? Bom, eu diria que não, até porque essa inspiração está presente até nos trabalhos mais recentes do Vino, mas já, já falaremos deles. Enfim, o repertório dessa mix está bem ordenado e ficou muito legal. Vale destacar várias faixas maravilhosas como Plug ++, Modo da Night e Bape, e outras canções que tiveram uma ótima combinação de letra com batidas mais técnicas, como em Fiji, Highway, Ykkg e Espelho. A única coisa que eu acho que foi o maior pecado desse trabalho foi que algumas faixas terminam sem som e não têm nem um tipo de transição para a próxima, mas que não estraga a experiência por trás dessa mix. No fim, é uma ótima mixtape e que marcou um bom começo do Yunk Vino.

237 – Yunk Vino  





















NOTA: 9/10


No ano seguinte, em 2020, foi lançada a segunda mixtape do Yunk Vino, que traz uma vibe bem diferente comparada ao Off. Sendo um trabalho mais complexo e fugindo um pouquinho mais do lado Hip Hop/Rap, focando-se de vez no trap e trazendo uma sonoridade mais psicodélica, isso foi uma captação bastante interessante por trás da produção desse álbum, que trouxe batidas que combinam com as letras cheias de vivências e um pedacinho de romantismo/putaria nelas. Tudo isso introduziu um repertório perfeito, que está ainda mais acertado e que inclui uma faixa melhor que a outra, como no caso de R.S.S., Campari, Medicine (que a letra não tem nada a ver com a profissão), e também as excelentíssimas Leans, Pt. 2 e Só Quando Ela Me Quer, cujas letras são bastante criativas e não é à toa que são os dois grandes hits dessa obra do Vino. Até mesmo a melancólica faixa título tem uma ótima mensagem em tudo que é abordado em sua letra. Outra coisa, todas as canções dessa mixtape, agora, não têm mais aquele problema que estava presente na última mix, de terminarem sem som e tal; agora elas já têm pelo menos uma finalização ou transições. No final de tudo, é uma mixtape excelente, cheia de flows absurdos, que acabou elevando um grande sucesso para o rapper paulista.

237 Deluxe – Yunk Vino 





















NOTA: 9,4/10


Em apenas quatro meses após lançar a versão original, já chega à versão deluxe do 237 que, logicamente, é a mesma coisa só que ficou ainda mais esplêndido. O que há de se notar é que a qualidade ficou ainda melhor e intensificou ainda mais aquele som psicodélico nas canções, tendo aqueles flows absurdos. Isso claro se deve à produção que nesses dois álbuns trouxe uma sonoridade que equivale bastante ao trap internacional, e posso dizer que certamente a mente pensante por trás de tudo isso foi o produtor Ecologyk que fez um trabalho espetacular e mostrou ainda mais serviço nessa versão deluxe, so que também os outros produtores colaboraram muito e todos os arranjos são bem complementados. Enquanto que as 14 faixas inéditas que estão presente nessa mixtape são ainda melhores que a versão original, sério chega a parecer uma coletânea e as canções que mais vale destacar são On Me, Bad Shawty, Rockstar, Normal que tem uma feat de um rapper que não era conhecido nessa época um ‘‘tal’’ de Veigh e a subestimada Rodeo, que é obvio que o título é uma alusão ao primeiro álbum do Travis Scott, enquanto que as outras faixas que por mais que não sejam super memoráveis elas tem ótimas letras no caso de Slimelife e Alarm (Midnight Calls), sério que repertório maravilhoso. No fim, essa versão deluxe é superior que a original sendo uma mixtape excelente e sendo o melhor trabalho lançado do Vino.

Então é isso e flw!!!

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