sábado, 24 de agosto de 2024

Analisando Discografias - Yunk Vino, Terreno Baldio e Rage Against The Machine *Extra dos Beatles e Metallica (RA: XX)

          

MIDNIGHT CALLS – Yunk Vino





















NOTA: 6/10


Pouco tempo depois, em dezembro, é lançada a quarta mixtape do Yunk Vino, e sim, ele lançou 3 mixtapes no mesmo ano, coisa que jamais irá acontecer novamente e que não é nem um pouco comum. Mas voltando, após o sucesso das mix dupla de 237, a proposta da vez foi que as canções têm um clima um pouquinho mais longe daquele modo psicodélico, mostrando uma vibe mais sombria e trazendo algumas letras que combinam com esse contexto. Isso mostra o quanto que o Vino, em todos os seus trabalhos, tem ótimas ideias e sendo único em tudo que ele faz. Mais uma vez a equipe de produtores foi a mesma, mesmo que tenha sido bastante dividida a criação das beats e dos flows, e foi algo que deixou tudo bagunçado, por mais que o Vino estivesse focado muito na sua parte lírica. Enquanto que o repertório, por mais que ele tenha um começo muito legal nas 4 primeiras músicas, como na sequência muito boa a Bad Shawty 2, que sua primeira versão encerrou de forma brilhante o repertório de 237 Deluxe e aqui se completou ainda mais com a excelente Pretty Bitch e as ótimas D.D, Baby Bitch, Rádio e 30 dias, que têm uma ótima feat do Sidoka, só que as outras canções são bastante irregulares em seus arranjos no caso Lilás, Maníaca e 2AM. A verdade é que após as 4 primeiras músicas, mostrou que a ordem das faixas ficou muito errada. Enfim, essa última mixtape do Vino no ano de 2020 é muito irregular, mas que isso poderia ser recuperado num futuro novo trabalho.

Meu Amigo Diário, Vol. 1 – M.A.D – Yunk Vino 





















NOTA: 9,2/10


Depois de 3 anos de espera, é lançada a 5ª mixtape e, por enquanto, o último trabalho de Yunk Vino, intitulado Meu Amigo Diário, Vol. 1. Esta mix traz uma abordagem que mostra um amadurecimento pessoal do rapper. A história por trás do nome ser um diário é praticamente uma alusão que Vino tem de que, de alguma forma, a música é como um diário, afinal, todo o trabalho que ele faz é como se fosse um desabafo, tanto que sua parte lírica nesta obra é bastante notória. Uma novidade é que tem outros produtores por trás deste trabalho, como Bvga Beatz, Caio Passos e apenas Nagalli, que voltou a trabalhar com Vino mais uma vez. Todos eles fizeram um trabalho bastante eficiente e sem aquela bagunça que ocorreu na última mix. O repertório desta vez ficou novamente bem ordenado e cheio de faixas maravilhosas, tendo um início muito bom com o hit Diálogo, que mostra o total desabafo do rapper, embora a letra não mostre esse contexto de forma explícita. Logo depois, as outras canções completam ainda mais toda a proposta por trás desta mixtape, sendo todas muito boas, como Animais, Made It!, P.J.L, Jogo Sujo, que conta com a participação de Veigh, agora já consolidado após seu álbum de estreia, e a interessante canção Antes de Ter Esse Show, que tem uma abordagem de lifestyle muito boa. Enfim, funcionou muito bem toda a abordagem por trás deste repertório. Sendo assim, mais um ótimo trabalho de Vino, novamente tendo aqueles flows absurdos e superando muito sua mixtape anterior.

Terreno Baldio – Terreno Baldio 





















NOTA: 10/10


Em 1975, foi lançado o não tão conhecido, porém maravilhoso álbum de estreia do Terreno Baldio. Uma banda que foi formada há 2 anos antes, com o vocalista João Kurk, Mozart Mello na guitarra, João Ascenção no baixo, Roberto Lazzarini no teclado e Joaquim Correia na bateria, criaram juntos uma banda que surfou na grande era do rock progressivo no Brasil e mundialmente nos anos 70. Este disco foi produzido pelo italiano Cesare Benvenutti, que viu um dos shows da banda fazendo covers e viu potencial neles, os chamando para gravar seu primeiro disco. Toda sonoridade apresentada mostra uma grande inspiração em outra banda inglesa de rock progressivo, o Gentle Giant, tanto que não é à toa que eles foram bastante apelidados como a versão brasileira deles. Todas as faixas presentes nesse disco são maravilhosas, bem ordenadas e logicamente parecendo uma coletânea, com letras e arranjos totalmente hipnotizantes como Pássaro Azul, Loucuras de Amor, Água que Corre que tem uma sonoridade bem peculiar e a espetacular Grite, que se tornou meio que um hino da banda (até porque no terreno baldio realmente você pode gritar). Sério, maravilhosas todas as faixas. No final de tudo, é um disco espetacular que envelheceu muito bem e, por mais que não seja reconhecido, é um dos melhores álbuns nacionais de todos os tempos.

Além das Lendas Brasileiras – Terreno Baldio




















NOTA: 9,9/10


Dois anos depois, foi lançado o segundo e infelizmente último álbum da banda, com uma temática bem diferente da apresentada em sua estreia. Lançado após a saída do baixista João Ascenção, que foi substituído por Rodolfo Braga, baixista da banda Joelho de Porco, o que foi uma ótima implementação para a banda. Este disco foi novamente produzido pelo mesmo produtor e, desta vez, foi lançado pelo selo da Continental, enquanto o 1º álbum foi lançado pelo selo da Pirata (e não, ele não foi pirateado). A sonoridade continuou sendo bastante inspirada no Gentle Giant, agora com uma implementação de temas folclóricos nacionais e muito mais elementos de jazz em seus arranjos. O repertório, mais uma vez, é excelente e cheio de canções que, apesar de as letras serem cômicas, são maravilhosas, como Caipora, Curupira, Passaredo (que é um cover bem legal da música de Chico Buarque) e Saci-Pererê, que tem uma história curiosa: a Rede Globo cogitou usar essa música no seriado Sítio do Pica-Pau Amarelo, mas no final foram escolhidas as músicas de Gilberto Gil. Após isso, em 1979, a banda acabou devido à queda do gênero progressivo na grande mídia, embora tenha havido momentos em que a banda voltou a fazer turnês. Até que, em 2017, o vocalista João Kurk veio a falecer. Mas enfim, apesar disso, este álbum é outro clássico e, junto com o primeiro, são duas grandes obras-primas da música brasileira, embora a banda nunca tenha recebido reconhecimento.

Evil Empire – Rage Against The Machine 





















NOTA: 9,7/10


Quatro anos após o seu magnífico álbum de estreia, o Rage Against The Machine retorna com seu 2º álbum trazendo a mesma proposta que tinha dado certo. Lançado após algumas brigas internas que a banda teve, que quase ocasionaram um fim prematuro da banda, eles conseguiram voltar enfim para o estúdio para gravar esse disco, cujo título vem de uma origem de um termo usado no início dos anos 80 pelo presidente Ronald Reagan e por muitos conservadores americanos para descrever a União Soviética. Dessa vez, esse disco foi produzido pelo excelente produtor Brendan O’Brien, que elevou ainda mais a característica da banda de misturar Hip Hop/Rap com Rock. E não só isso, esse álbum em determinados momentos soa mais como um Metal Alternativo. Eu até diria também como Nu Metal, mas por mais que o Rage seja um dos padrinhos do gênero, eles nunca foram de cabeça para aquela onda que já estava bastante popular. O repertório, mais uma vez, é bastante diversificado, com muitas canções maravilhosas, apesar de que Wind Below seja a faixa mais fraca e regular desse disco, as músicas como People of the Sun, o hit Bulls on Parade e Down Rodeo são bastante incríveis pelas letras falando de desigualdade, resistência e a militarização que a sociedade americana estava passando, fora outras canções muito boas como Revolver e Year of tha Boomerang. Sendo assim, mais um disco excelente, cheio de energia e mais uma vez muito pesado.

The Battle Of Los Angeles – Rage Against The Machine 





















NOTA: 9,8/10


Depois de mais um tempo de espera, é lançado o maravilhoso The Battle of Los Angeles, que chega a ser tão explosivo quanto o álbum de estreia. Mais uma vez, veio para quebrar aquela linha política que o governo dos Estados Unidos estava seguindo, principalmente durante o quase período de eleição que se aproximava. O título desse álbum tem a ver com o alarme falso de um ataque aéreo, no qual as forças militares dos Estados Unidos abriram fogo contra o que foi considerado uma invasão japonesa. Por mais que o título possa parecer estar relacionado com os Distúrbios que aconteceram na cidade no ano do lançamento do primeiro álbum do Rage, na verdade tem origem em outro acontecimento. Mais uma vez, a produção continuou sendo a mesma, com Brendan O’Brien, que junto à banda, captou um som ainda mais intenso. Isso se reflete principalmente nos vocais de Zack de La Rocha, que são verdadeiros gritos, e nos maravilhosos riffs de Tom Morello, que são absolutamente memoráveis. O repertório começa de um jeito incrível com as maravilhosas faixas Testify, Guerrilla Radio, Calm Like a Bomb, Mic Check e Sleep Now In The Fire, que são perfeitas em tudo, e também as outras canções como Born As Ghosts e Voice of the Voiceless, que têm um contexto de crítica social muito bem pensada. Mais um repertório perfeito da banda. Em suma, é um disco maravilhoso que seguiu muito bem a fórmula que os discos anteriores apresentaram e que foi o último trabalho com material inédito.

Renegades – Rage Against The Machine 





















NOTA: 9/10


Chegando ao último álbum de estúdio do Rage Against The Machine até o momento (que é o trabalho final da banda), o Renegades, foi lançado numa época que culminou no fim do Rage. Bom, o que aconteceu foi que após o relativo sucesso do disco anterior, várias coisas aconteceram, como quando eles gravaram o clipe de Sleep Now In The Fire, fechando a Bolsa de Valores em Nova Iorque, o constrangedor momento em que o baixista Tim Commerford escalou o set no palco do VMA da MTV após o Rage ter perdido o prêmio de melhor vídeo de rock para o Limp Bizkit, e logo um mês após isso, Zack de La Rocha anunciou que sairia da banda devido a um desgaste que estava tendo com os outros integrantes. No final do ano de 2000, lançaram esse presente de despedida para os fãs. O álbum foi inicialmente produzido por Brendan O’Brien, que colaborou em apenas uma faixa, e logo depois, o restante do trabalho foi produzido por Rick Rubin, que fez uma ótima produção. Dessa vez, o repertório era composto inteiramente de covers, tanto de bandas e artistas dos anos 60 até algumas atuais da época, e, por mais que tenha 2 covers fracos em The Ghost of Tom Joad e In My Eyes, as outras ficaram maravilhosas, como Pistol Grip Pump, Renegades Of Funk e How I Could Just Kill a Man do Cypress Hill. Enfim, após esse lançamento, os outros integrantes da banda criaram o Audioslave junto com Chris Cornell. No fim, o último trabalho do Rage é bastante legal, apesar de ter sido bem diferente dos discos anteriores.

Magical Mystery Tour – The Beatles 





















NOTA: 9,1/10


Falando agora sobre o álbum Magical Mystery Tour, que foi lançado como um EP duplo na Inglaterra e nos Estados Unidos como um LP, pois é mais uma das confusões dos lançamentos da banda nesses dois países. Mas enfim, esse disco chegou após o lançamento do maravilhoso Sgt. Pepper’s e vindo daquele período de experimentação que os Beatles estavam passando. Então o Paul McCartney pensou em criar um filme trazendo aquela vibe psicodélica. Só que isso demorou para acontecer, até porque a banda tinha entrado num retiro de meditação transcendental por Maharishi Mahesh Yogi, e também porque o empresário da banda tinha falecido. Aí foi só um tempo depois que o projeto saiu do papel. E mais uma vez, esse trabalho foi produzido, obviamente, pelo George Martin e não teve nada de inovador, até porque foram usadas as mesmas técnicas utilizadas no seu antecessor e olha que a produção demorou para fazer a mixagem desse disco. Enquanto que o repertório foi dividido em uma primeira metade sendo a trilha sonora do filme, com canções como a faixa-título, Your Mother Should Know e I Am The Walrus (que é outra canção inspirada em uma das experiências de John Lennon com o ácido), enquanto que a segunda metade são os singles que foram lançados naquele ano de 1967, como Hello, Goodbye, Penny Lane e a gloriosa All You Need Is Love, sendo um repertório bem interessante. Sendo assim, mais um disco bem legal e sendo uma trilha sonora boa para um filme tão ruim.

Garage Inc. – Metallica  





















NOTA: 8,9/10


Antes mesmo de surgir aquele lixo do St. Anger e após o lançamento dos irmãos gêmeos Load e Reload, o Metallica decidiu fazer um novo trabalho totalmente diferente. A motivação desse álbum se deve que o Metallica sempre gostou de pegar músicas de outras pessoas e transformá-las no jeito que a banda sempre fez o seu som. Outro motivo foi que eles fizeram esse disco mais para poder reconquistar a confiança dos fãs idiotas que ainda estavam revoltados com a mudança de sonoridade desde o Black Album, enfim, aquela chatice que eu já comentei. A produção desse disco acabou gravando-o em um estúdio caseiro, dando uma pegada mais crua e raiz. Sem contar que a banda pediu para Bob Rock fazer com que o som não ficasse muito polido, sendo bem mais simples e dando uma impressão de que o Metallica era uma banda de garagem. E o repertório foi dividido em duas partes, sendo a primeira parte covers recém-gravados que ficaram tão bons quanto as versões originais, no caso de Die, Die My Darling do Misfits, Whiskey In The Jar e Tuesday’s Gone do Lynyrd Skynyrd, enquanto que a outra parte é uma junção de lados B com o repertório do raro The $5.98 E.P. – Garage Days Re-Revisited. Vale destacar as faixas The Small Hours e So What, e todas as faixas covers foram uma alternância entre Heavy Metal, Hardcore Punk e até música popular. No final, é um trabalho excelente e que foi uma ótima ideia que a banda trouxe, vale muito a pena ouvir este disco.

Então é isso, um abraço e flw!!!

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