Songs for Young Lovers – Frank Sinatra
NOTA: 9,7/10
Depois de quatro anos, um verdadeiro sumiço, Frank Sinatra retorna com Songs for Young Lovers, que marca uma nova fase do cantor. Após um período de declínio na popularidade, que resultou em uma época em que ele se estabeleceu na cidade de Las Vegas, onde suas apresentações ficavam quase cheias, mas quando ele tentava se apresentar em lugares diferentes era um completo fiasco, além de uma relação desgastada com a gravadora Columbia, Sinatra assinou com a Capitol em 1953 e começou a trabalhar com o arranjador e maestro Nelson Riddle. O álbum foi lançado como um LP de 10 polegadas, um formato relativamente novo na época, e além disso, ele quis fazer um álbum conceitual, o que fica perceptível já no título. A produção de Songs for Young Lovers foi conduzida por Voyle Gilmore, com arranjos de Nelson Riddle. Riddle trouxe sofisticação e leveza aos arranjos que complementavam perfeitamente a voz de Sinatra. A produção foi inovadora para a época, trazendo clareza à voz e criando uma atmosfera íntima e envolvente. O repertório é completamente magnífico, com várias canções envolventes, como My Funny Valentine, The Girl Next Door e I Get a Kick Out of You, além de canções mais suaves, como Little Girl Blue e Like Someone in Love. No fim, é um álbum espetacular, clássico, que mostrava que a parceria entre Sinatra e Riddle seria uma das mais emblemáticas da história da música.
Swing Easy! – Frank Sinatra
NOTA: 9/10
In the Wee Small Hours – Frank Sinatra
NOTA: 10/10
Então, mais um ano se passa, e chega o clássico e atemporal In the Wee Small Hours, o 9º álbum de Frank Sinatra. Este álbum foi gravado durante um período de turbulência pessoal; Sinatra testemunhou o fim de vários relacionamentos. Ele e sua primeira esposa, Nancy Barbato, se separaram no Dia dos Namorados de 1950. Depois que ele e Barbato se divorciaram em outubro de 1951, ele se casou com Ava Gardner dez dias depois. Mas ambos tinham ciúmes dos casos extraconjugais um do outro. O relacionamento se deteriorou durante a gravação de Songs for Young Lovers, isso serviu de inspiração para que todo o conceito desse álbum abordasse profundamente temas de solidão, desgosto e introspecção. O álbum foi produzido por Voyle Gilmore, com arranjos magistralmente conduzidos por Nelson Riddle. Novamente, a colaboração entre Sinatra e Riddle estava em seu auge, e este álbum é um exemplo perfeito de como os arranjos de Riddle complementam a entrega vocal emotiva de Sinatra. A gravação foi feita em sessões noturnas, o que contribuiu para a sensação de isolamento e introspecção que permeava o álbum, além de o trabalho de produção ter sido bastante minimalista. O repertório é sinceramente espetacular; parece uma coletânea, com todas as canções sendo sensacionais, como Glad to Be Unhappy, Deep In a Dream, Last Night When We Were Young, I’ll Never Be the Same e, claro, a faixa-título. Sendo assim, um clássico absoluto e um dos melhores trabalhos do cantor.
Songs for Swingin’ Lovers! – Frank Sinatra
NOTA: 9,8/10
Close to You – Frank Sinatra
NOTA: 8,6/10
Mais um ano se passa, e esse ano de 1957 seria mais uma vez produtivo, começando com Close to You. Após o grande sucesso de seus álbuns anteriores, Frank Sinatra decidiu explorar um som mais íntimo e menos orquestrado para esse álbum. Ou seja, ele pediu arranjos de câmara, o que o diferencia dos projetos anteriores, que contavam com orquestras maiores, e deixando tudo com uma exuberância que lembra coisas mais progressivas. Este trabalho trazia uma profunda proximidade emocional pela forma como Sinatra se aproxima do ouvinte. A produção do álbum foi mais uma vez conduzida por Voyle Gilmore, e os arranjos foram preparados por Nelson Riddle. Ele criou arranjos que lembram a música de câmara, utilizando um quarteto de cordas, o Hollywood String Quartet, em vez das grandes orquestras tradicionais. Essa decisão conferiu ao álbum um som mais íntimo e sofisticado, e foi difícil de gravar, já que o álbum foi concluído ao longo de oito meses e em cinco sessões diferentes. Até o Riddle achou que não fez o que era esperado, apesar de Sinatra ter gostado. Mais uma vez, o repertório é muito bom e tem muitas canções interessantes, como no início com Close to You e P.S. I Love You, ambas românticas. Além delas, há as espetaculares Everything Happens to Me, With Every Breath I Take, e The End of a Love Affair, todas elas melancólicas, mas que funcionam muito bem. No fim, é um disco bem legalzinho, mesmo tendo enfrentado muitas dificuldades para ser gravado.
A Swingin’ Affair! – Frank Sinatra
NOTA: 9,3/10
Em maio, Frank Sinatra lança A Swingin’ Affair!, um trabalho muito mais audacioso do que toda a temática do seu anterior. O que Sinatra queria fazer era dar continuidade ao estilo swing que ele havia explorado com grande sucesso em Songs for Swingin’ Lovers! no ano anterior. Tanto que o álbum foi apelidado como a "parte 2" desse disco, e claro, o que foi aparente é que houve um resgate de tudo que havia sido descartado anteriormente. Refletindo o desejo de Frank Sinatra de manter o impulso criativo e o sucesso comercial, ao mesmo tempo em que continua a explorar novas nuances no estilo swing. O álbum foi produzido pelas mesmas pessoas de sempre. Basicamente, Nelson Riddle teve que mostrar sua habilidade de criar arranjos coesos, utilizando uma orquestra completa com uma seção de metais e cordas, e tudo isso para se conectar com as linhas vocais de Sinatra, e mais uma vez ele fez isso com excelência. No geral, a produção é rica e cheia de energia, com um som vibrante que reflete o otimismo e a confiança do cantor durante este período. O repertório é maravilhoso e contém várias canções cativantes e envolventes como Night and Day, I Wish I Were in Love Again e Oh! Look at Me Now, que, apesar de serem lindas, tinham o contraponto da solidão de The Lonesome Road e da desilusão de I Got It Bad (And That Ain’t Good). No geral, todas as músicas são bem diversificadas. Enfim, é mais um álbum incrível e que realmente é uma verdadeira continuação de Songs for Swingin’ Lovers!.
Where Are You? – Frank Sinatra
NOTA: 8,9/10
Para fechar o produtivo ano de 1957, Frank Sinatra lança mais um álbum, o Where Are You? (embora ele tenha lançado outro trabalho, mas esse foi uma coletânea de Natal). Este foi o primeiro álbum que Sinatra gravou em estéreo, marcando uma nova era em termos de qualidade sonora para suas gravações. Nesse álbum, ele trouxe um retorno ao lado mais voltado para baladas melancólicas e introspectivas, um estilo que já havia explorado com sucesso em trabalhos anteriores. Além disso, o cantor estava muito envolvido no cinema, não só em trilhas sonoras como também atuando, algo que ele já fazia antes, mas que, nessa época, se consolidou ainda mais. Este disco foi arranjado e conduzido por Gordon Jenkins, conhecido por sua habilidade em criar arranjos orquestrais ricos e emocionantes. Jenkins trouxe uma qualidade quase cinematográfica às músicas, utilizando cordas e sopros de maneira suave. Este foi o primeiro trabalho de Sinatra sem contar com Nelson Riddle. A intenção da produção foi clara: criar um ambiente sonoro que refletisse o tema de perda e saudade, no estilo Jazz Vocal. O repertório é excelente e contém várias canções magníficas, como The Night We Called It A Day, Autumn Leaves, There’s No You, e, claro, a faixa-título, além de outras faixas muito boas. Apesar de apresentar muitas mudanças em comparação aos álbuns anteriores, é um bom disco.
A Jolly Christmas from Frank Sinatra – Frank Sinatra
NOTA: 9/10
Perto do fim daquele bendito ano de 1957, Frank Sinatra lançou o A Jolly Christmas from Frank Sinatra, mais um álbum de Natal dele. Antes que vocês falem que eu poderia ignorar esse lançamento, ele foi superimportante quando chegou. Como sabemos, Sinatra estava no seu completo auge, e ele já havia feito um álbum de Natal em 1948, o Christmas Songs by Sinatra. Porém, aquele álbum teve muitas limitações, além de ter sido lançado pela antiga gravadora em que o cantor estava, a Columbia. Então, ele queria meio que refazer aquele trabalho, adicionando sua marca pessoal a músicas que eram, com toda aquela interpretação emocional dos seus últimos trabalhos. O álbum foi, mais uma vez, produzido por Voyle Gilmore e apresentou os Ralph Brewster Singers junto com uma orquestra conduzida por Gordon Jenkins, que criou arranjos ricos e detalhados que complementam perfeitamente a voz de Sinatra. A combinação da produção impecável de Gilmore e dos arranjos emotivos de Jenkins resultou em um álbum que é ao mesmo tempo intimista e grandioso, capturando a magia do Natal. O repertório é logicamente composto por canções natalinas, e as melhores reinterpretações ficaram com Jingle Bells, The Christmas Song, Adeste Fideles e Silent Night. Das novas canções, as que mais se destacam são The Christmas Waltz e O Little Town of Bethlehem. No fim, este álbum de Natal é o melhor e mais completo em comparação ao primeiro.
Come Fly With Me – Frank Sinatra
NOTA: 10/10
No comecinho do ano seguinte, foi lançado mais um clássico o Come Fly With Me, outro trabalho que traz um grande diferencial. Esse álbum foi concebido como um álbum conceitual que explorava o glamour das viagens internacionais, uma tendência crescente na época devido ao aumento das viagens aéreas comerciais. A ideia era criar uma trilha sonora para esse estilo de vida cosmopolita e sofisticado, com Sinatra no papel de guia encantador. Isso fica evidente na capa, que, por sinal, depois foi comentada por George Martin, aquele que foi produtor dos Beatles, que relatou ter visitado as sessões lá no estúdio da Capitol em Hollywood e que o cantor não tinha gostado do resultado dessa capa. Mais uma vez, a produção foi a mesma, contando com um novo arranjador Billy May, um dos mais talentosos e inovadores daquele ramo. Os arranjos de May, conhecidos por seu estilo exuberante e dinâmico, são uma parte fundamental do charme desse disco, pois eles são tão vibrantes que até hipnotizam, criando uma sonoridade tão bem detalhada que realmente faz esse conceito funcionar. Contendo mais um repertório incrível, com muitas canções perfeitas, como a faixa-título, que foi escrita a pedido de Sinatra, Around The World, Let’s Get Away From It All, April In Paris, London By Night, e, por incrível que pareça, a interpretação da clássica canção Aquarela do Brasil. O fato é que esse repertório também parece uma coletânea. Enfim, é mais um trabalho atemporal e magnífico de Frank Sinatra.
Frank Sinatra Sings Only The Lonely – Frank Sinatra
NOTA: 7,7/10
Ainda naquele mesmo ano, foi lançado mais um disco do cantor, Frank Sinatra Sings for Only The Lonely, ou apenas Only The Lonely. Após o sucesso de Come Fly With Me, este novo projeto trazia um tom sombrio e introspectivo. Na época da gravação, o divórcio de Sinatra com Ava Gardner havia sido finalizado, e Nelson Riddle havia sofrido recentemente a perda de sua mãe e filha, e eles conseguiram transformar essa dor em arte. Isso se reflete na capa do álbum, que é adornada com um retrato do rosto do cantor como um palhaço taciturno, pintado por Nicholas Volpe. A produção do álbum ficou a cargo de Dave Cavanaugh e Nelson Riddle, um dos mais renomados arranjadores e colaboradores de Sinatra. No entanto, inicialmente, Riddle nem era para estar aí, pois Sinatra planejava gravar este disco com Gordon Jenkins, com quem havia trabalhado em Where Are You?. Só que Jenkins não estava disponível na época, e mais uma vez, Riddle mostrou uma profunda sensibilidade emocional nos arranjos, resultando em um som orquestral rico e dramático. Com um repertório muito bom, que inclui várias canções marcantes como Angel Eyes, One For My Baby e a faixa-título, além da sensacional Blues In The Night, o álbum também conta com algumas canções que ficaram muito arrastadas e que ficam sem um complemento harmônico, como It’s A Lonesome Old Town, Ebb Tide, Gone With The Wind e Spring Is Here. No fim, esse disco, apesar de bom, não é maravilhoso e clássico como muitos dizem.
Bom é isso, então flw!!!