terça-feira, 17 de setembro de 2024

Analisando Discografias - Pixote (RA: XXXIII)

                      

Tá Bom Demais – Pixote





















NOTA: 5/10


Mais um tempinho se passou, e chega mais um álbum do Pixote, com muitas expectativas altas após os últimos discos. Lançado num momento em que o grupo já estava marcando sua presença no cenário do Pagode romântico, nessa época aconteceu as saídas de Nito e Wallace Martins, fazendo o grupo se tornar o quinteto. Além disso, eles começaram usar apenas o nome Pixote e saíram da gravadora Zimbabwe, assinando com uma gravadora grande, a Warner, o que foi um verdadeiro acerto. Eles trouxeram a mesma equipe de produtores dos dois últimos trabalhos, mantendo a linha característica do grupo. No entanto, a produção acabou ficando bem bagunçada, muito provavelmente devido ao conflito após entrarem numa gravadora que limitava a liberdade que tinham de fazer as coisas de forma independente. O repertório é uma fusão de canções gravadas em estúdio, como Faz Tanto Tempo e Quero Voltar, que são as melhores faixas desse disco (o que não posso dizer o mesmo de Mexe-Mexe), enquanto que as músicas ao vivo são aquelas dos outros discos. Algumas tiveram boas performances, como Beijo Doce e Saudade de Nós, mas outras, como Franqueza, Grande Amigo e a inédita Tudo Por Você, ficaram bem apáticas. Sendo um disco cheio de irregularidades, mostrando que os meninos precisavam se acostumar com esse novo ambiente.

Idem – Pixote 





















NOTA: 8,4/10


Indo agora para o Idem, que foi o 4º álbum de estúdio do Pixote, nesse trabalho as coisas realmente começaram a se encaixar. Após terem começado com o pé esquerdo na nova gravadora, eles tiveram que mudar algumas coisas. Por exemplo, desligaram-se da equipe de produtores anterior e trouxeram outros com ainda mais experiência em trabalhar com gravadoras gigantescas, como no caso da Warner. Então, a produção ficou a cargo de Adilson Victor, que já tinha trabalhado com vários artistas gigantes da música brasileira e que acabou mudando um pouco a sonoridade do grupo, tornando-a mais moderna e prestando atenção em todos os detalhes da instrumentação. Uma das coisas que mais se destaca é o Mineirinho, pelas melodias autênticas do seu violão. Por conta disso, quem mixou esse disco sabia que toda a instrumentação dos outros músicos e a voz do Dodô teriam que girar em torno do violão dele. Enquanto que o repertório é muito bom e com diversas músicas interessantes, como Nuance, Loucuras de Quem Ama e Meu Amor Tá Me Chamando, além das excelentes faixas românticas Meu Erro e 100% Mais Você. Também há uma canção chamada Minha Fã, cujo som lembra muito o Djavan no começo de carreira. Em suma, é um disco incrível que demonstrou a tamanha química entre todos os membros do grupo.

Pira – Pixote 





















NOTA: 8,2/10


Já no ano seguinte, foi lançado o Pira, mais um trabalho do Pixote que estava tão convincente quanto o anterior. Logo após terem lançado um disco muito bom, o grupo já estava estabelecido como um dos principais nomes do Pagode romântico. Além disso, estavam em um momento de profundo auge em que suas músicas tocavam frequentemente nas rádios. Com isso, decidiram fazer um novo álbum com uma pegada mais voltada para um lado mais Pop. A produção foi a mesma, com muitas pessoas colaborando nos arranjos, trazendo uma sonoridade tradicional do Pagode misturada com a espontaneidade do Samba. A equipe que trabalhou nesse disco quis criar um som polido e acessível, comum entre diversos artistas nacionais que estavam fazendo sucesso ao alcançar um público adolescente. Isso se reflete em um repertório mais uma vez muito interessante, com várias canções maravilhosas como Borogodó, Leve Impressão, O Que Está Acontecendo? e a faixa-título, que tem um romantismo totalmente inocente. Até a canção mais bobinha, Vai Valer a Pena, é agradável, e há até uma música para capoeira intitulada Música de Capoeira (criativo em). Mesmo que não seja perfeita para a prática da capoeira, é interessante. Enfim, este disco é muito bom e um dos melhores que o grupo fez.

Vamos Nessa (Ao Vivo) – Pixote





















NOTA: 8,3/10


Em 1990, foi lançado o Saudade, o 14º disco da dupla João Mineiro & Marciano, e que acabou sendo o começo de uma queda para eles. Após o álbum anterior, estava perceptível que a relação entre a dupla e a gravadora já estava completamente por água abaixo. Além disso, naquela época, já estavam começando os grandes problemas que levariam ao desaparecimento completo da gravadora Copacabana. A dupla que é frequentemente lembrada por suas letras emotivas e melodias cativantes, mas, com os interesses da grande mídia naquela época já eram outros, todas as duplas e cantores sertanejos mais antigos tiveram que seguir um caminho mais comercial. A produção de Zé Bettio, apesar de manter o estilo tradicional da dupla, com arranjos simples e uma sonoridade bem-feita, não conseguiu evitar os problemas do álbum. O repertório desta vez ficou bem abaixo dos últimos trabalhos, apesar de haver algumas músicas legais como Milagre da Flecha, Cilada e a regravação da canção Esta Noite Como Lembrança, que teve apenas algumas partes do arranjo alteradas, mas no restante ficou muito boa. No entanto, as outras canções são muito chatas e, em alguns aspectos, bem ruins, como Esse Meu Coração Sem Juízo, A Pretendida e os irregulares covers de Se Eu Pudesse Conversar com Deus e Romaria. Enfim, esse disco é muito ruim e deu bastante errado.

Descontrolado – Pixote 






















NOTA: 8,5/10


Após o seu primeiro álbum ao vivo, é lançado o 6º trabalho de estúdio do Pixote, que acabou indo para um lado, digamos, totalmente meloso. Depois de o grupo começar a se estruturar após a dura saída de sua antiga gravadora, a Warner, eles conseguiram fechar um vínculo com a Atração Fonográfica, que já tinha sido gravadora de artistas renomados de Pagode e de outros gêneros. A produção foi a mesma, com o renomadíssimo Bira Haway por trás, que fez uma sonoridade exatamente igual à dos seus primeiros trabalhos com o grupo, caracterizada por um som limpo e polido, que destacasse a harmonia por trás dos arranjos. Além, claro, de você ver um nível de coesão entre os vocais do Dodô com a instrumentação dos outros músicos, principalmente o Mineirinho e o Thiaguinho (que naquela época já era um adulto, só um adendo). Enquanto que o repertório, mais uma vez, é decente e, no geral, é muito bom e com várias músicas legais, apesar de todas serem puxadas para aquele lado mais chicletudo, como Você Pode, Só Alegria e O Amor Me Pegou, que são sensacionais, mas também vale destacar outras faixas como Já é Madrugada, Teu Sorriso e Se Liga. Enfim, é mais um álbum muito legal do grupo e que foi só aquecimento para o que viria mais para frente.

15 Anos Ao Vivo – Pixote 





















NOTA: 9/10


Aí, em 2007, chega o maravilhoso álbum ao vivo de 15 anos do Pixote, que é um dos trabalhos mais inacreditáveis de tão bom. Após darem longos passos para se reerguerem, o grupo, que estava perto de chegar aos seus 15 anos de existência, decidiu fazer um show para comemorar todos esses anos de trajetória. Além, é claro, que eles iriam fazer toda uma gravação para transformar isso em um disco, e foi uma das melhores decisões que eles fizeram. Então, eles chamaram o Walmir Borges para produzir esse trabalho, já que o Bira Haway provavelmente estava focado em outros projetos, e todo o trabalho de produção foi impecável. Diferente do primeiro álbum ao vivo, que foi gravado em quatro estabelecimentos diferentes, este aqui foi gravado durante apresentação no Nação Tan Tan. Todo o show é destacado tanto pela voz do Dodô quanto pelos outros quatro integrantes, que tocaram muito bem e de forma fenomenal. Já o repertório reúne grandes clássicos do grupo quanto algumas canções inéditas, sendo que a maioria desses hits está no formato de Pout-Pourri (que, para quem não sabe, é um modo de executar várias canções em uma única faixa). Os dois maiores destaques vão para a sequência Brilho de Cristal / É de Arrepiar / Saudade de Nós e Franqueza / Tão Inocente / Tudo Por Você. Já as músicas inéditas são todas incríveis, como Mande Um Sinal, Meu Amor e Insegurança, que não é maravilhosa, mas é muito boa. Em suma, é um dos melhores trabalhos do grupo e que mostrou uma volta por cima.

Obrigado, Brasil – Pixote 





















NOTA: 4,5/10


Depois de um pequeno período de vários shows e novamente aparições em programas de TV, chega mais um disco ao vivo do Pixote. Lançado após o grupo ter se reerguido depois de seu grandiosíssimo disco ao vivo de 15 anos, eles voltaram a estar nos holofotes e, com isso tudo, algumas gravadoras gigantes despertaram um interesse no grupo. Quem conseguiu sair melhor nessa foi a EMI. E o plano foi realizar mais um álbum ao vivo. Então, eles continuaram com o mesmo produtor e foram fazer a gravação novamente no Nação Tan Tan em São Paulo. A instrumentação dos outros membros está decente, só que o maior problema, que foi perceptível e que ninguém notou, foi que esse show foi feito em playback. Todas as interpretações do Dodô estavam em playback. Fora isso, ele manda ocasionalmente uns gritinhos irritantes, mas a única coisa boa foi que as cantoras que cantam no fundo foram bem e não usufruíram desse sistema. Já o repertório em si contém algumas músicas novas, como Te Esquecer de Novo e Recado Das Estrelas, que ficaram boas. Já o resto é bem ruimzinho, um exemplo é a canção intitulada Perigosa. Mas esse disco contém algumas canções de sucesso deles em formato de Pout-Pourri, só que apenas uma funcionou, que foi Minha Fã / A Mais de Cem. Em suma, essa apresentação foi completamente esquecível e é um trabalho que muitos fãs nem lembram muito.

Fã – Pixote 





















NOTA: 7/10


Depois de lançar dois álbuns ao vivo seguidos, chega enfim mais um trabalho de estúdio do grupo intitulado Fã, provavelmente em homenagem aos seus fãs. Depois de fazerem quase um serviço para a gravadora EMI, eles trocaram de gravadora e foram parar na Radar Records. A tarefa da vez foi gravar mais um trabalho inédito, desta vez em estúdio, e evitar os mesmos problemas ocorridos em seu último disco ao vivo. Além disso, este trabalho tenta ser uma espécie de nova versão do álbum Descontrolado. No entanto, novamente insistiram no mesmo produtor, Walmir Borges, que, por mais que seja um produtor que explorou bastante a sonoridade dos instrumentos tradicionais do Pagode e vinculou um lado mais enrustido ao Pixote, podemos dizer que já havia um desgaste, e ele entregou uma produção mediana, apesar de o som não estar abafado ou com uma mixagem péssima. Agora falando do repertório, ele é bem legalzinho. Tem algumas músicas brilhantes como Um Dia Pra Nós Dois e Meu Amor Maior, além de ter algumas canções que até saem um pouco de todo aquele romantismo característico, como é o caso de A Vitória, Dilema e Quem Não Gosta de Mim. Mas também tem umas músicas bem genéricas como Ficando Louco, Sobe Adrenalina e Tá Pensando O Que?. No final, apesar de ser um disco bom, ele tem muitas falhas em todo seu conjunto.

Pixote 20 Anos Sem Moderação – Pixote  





















NOTA: 3/10


Depois de outro lançamento de estúdio, novamente eles voltam para o lado ao vivo lançando seu álbum de comemoração de 20 anos do grupo. Após o último disco ter conseguido um recebimento até que razoável, logicamente eles estavam pensando em fazer mais um trabalho ao vivo que tivesse uma proposta parecida com aquele disco de 15 anos. Então, o Pixote se desfez mais uma vez da equipe com quem estavam e foram fazer a gravação desse novo disco com a ajuda do pessoal da Som Livre. Quem estava por trás de tudo isso foi o empresário Allan Caramaschi, que colocou uma equipe de produção comandada pelo produtor Pezinho para gravar essa apresentação que ocorreu no Credicard Hall (e isso já não é um bom sinal). Por mais que no show os outros músicos do grupo entreguem tudo de si, não é o mesmo que acontece com o vocalista Dodô, que mais uma vez usufrui de cantar em playback, e nem o coral ao fundo salva. Agora, o repertório é completamente mal feito, tanto na hora quanto no seu lançamento. Sério, é muita música sem graça e tediosa como Asas, S.O.S. Paixão, Por Um Triz e Atentado ao Pudor, que tem a participação do Grupo Revelação. Nem as canções mais conhecidas foram bem interpretadas. As únicas coisas boas foram Uma Simples Carta, Proibido é Mais Gostoso e o ótimo Pout-Pourri de Só Alegria / Beijo Doce / Frenesi / Brilho de Cristal. Enfim, esse disco é completamente tedioso e parece um trabalho caça-níquel só para ganharem uns trocados com suas vendas.

Fetiche – Pixote 





















NOTA: 3,6/10


Três anos se passaram após um lançamento comemorativo que não deu muito certo, e então eles retornaram com mais um álbum de estúdio. Após todo o fracasso obtido com o álbum ao vivo de 20 anos, várias mudanças aconteceram. A primeira foi que o grupo se tornou um quarteto, já que o Mineirinho saiu do Pixote após se converter e a outra mudança foi que eles decidiram se afastar das gravadoras e voltar a lançar seus trabalhos de forma independente. A produção deste disco ficou bem mais ou menos. Embora os arranjos tenham sido bem trabalhados, a sonoridade ficou muito confusa e, em determinados momentos, não combina nem com as linhas vocais do vocalista Dodô, e muito menos com as letras. Isso demonstra uma queda de qualidade absurda. Já o repertório é um compilado de músicas muito chatas e forçadas, como Ouve Essa Canção, Lei da Vida e Alto Astral. Há também canções que ficaram ridículas, como O Céu é o Limite e a faixa-título, que parecem ter sido feitas para aquele amigo débiloide que tenta gostar de Pagode por conta do som, mas não presta atenção na letra e comete uma gafe colocando-as no churrasquinho pós-pelada. Mas, as únicas canções que realmente ficaram boas foram Desculpa Perfeita, Outro Alguém, Estação da Curtição e Tintin Por Tintin. Enfim, é outro álbum ruim que acabou se tornando esquecido, não só para os fãs como também para o próprio grupo.
 

Então é isso e flw!!!

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