domingo, 22 de setembro de 2024

Analisando Discografias - Toto e Guns N' Roses (RA: XXXVIII)

                        

Toto XX: 1977-1997 – Toto





















NOTA: 7/10


Após chegarem aos 20 anos de existência, o Toto lança uma coletânea com bastante material inédito, sendo bem diferente das outras duas coletâneas. Este disco incluía em si faixas inéditas, demos e faixas ao vivo gravadas entre 1977 e 1997. Além de todas essas gravações contarem com todas as parcerias que a banda teve em toda sua trajetória. A produção do álbum envolveu vários membros da banda ao longo dos anos, incluindo os fundadores, bem como os mais recentes, como Simon Phillips. Além disso, contou com vários produtores nesse material, como Greg Ladanyi e Elliot Scheiner. Todo esse trabalho do Toto teve que ser bem elaborado e polido, além de que eles tiveram que remasterizar e implementar algumas técnicas de gravação. Então o repertório contém várias canções interessantes, como uma que traz um lado experimental, que é Miss Sun, que ficou de fora do primeiro álbum, além de ter outras canções espetaculares como Goin’ Home e Right Part Of Me que deveriam ter sido implementadas nos discos em que elas foram gravadas. No entanto, algumas canções não ficaram muito bem detalhadas, como Mrs. Johnson e Love Is A Man’s World, que também ficaram de fora das sessões do disco de estreia deles. No finalzinho, há umas músicas ao vivo todas bem performadas, exceto Dave’s Gone Skiing e Baba Mnumzane. Mas apesar disso, este compilado é até interessante, apesar de ter algumas besteiras.

Mindfields – Toto 





















NOTA: 8,3/10


Um ano se passou, e foi lançado o 12º álbum do Toto (embora alguns digam que é o 11º, enfim, uma confusão boba). Esse álbum era um pouco mais experimental. Depois de toda a divulgação do trabalho deles de 20 anos de estrada e uma grande turnê comemorativa, a banda definiu o retorno do vocalista Bobby Kimball, que não gravava com a banda desde o Toto IV. A volta de Kimball trouxe um renovado entusiasmo tanto para eles quanto para os fãs, esperando uma mistura do estilo clássico do Toto com novas influências adquiridas ao longo dos anos, até porque muita gente fala que a banda ficou bem diferente sem ele. O álbum foi produzido pela banda, junto com Elliot Scheiner. Gravado em um momento em que a música Pop e o Rock estavam passando por significativas transformações, eles buscaram capturar a essência do som característico do Toto enquanto experimentavam novas sonoridades e técnicas. Tudo isso misturando aquele lado progressivo com Rock de arena, seguindo a mesma fórmula de sucesso. Refletido assim, num repertório muito interessante e extenso, já que as músicas são bem longas, os maiores destaques ficam com Mysterious Ways, que é uma faixa bem animada, No Love, que tem uma melodia maravilhosa, e Melanie, que é uma bela canção Pop. Além disso, há outras canções legais como Cruel, Caught In the Balance, Mad About You e One Road. No fim, é um disco muito legal que mostra a versatilidade da banda ao tentar experimentar coisas que deram certo.

Falling In Between – Toto 





















NOTA: 1/10


Sete anos depois, eles retornam com o não tão poderoso Falling In Between, que já de primeira dá para ver que tem algo de errado. Este álbum é significativo por várias razões: foi o último álbum de estúdio da banda com o tecladista David Paich e também marcou o retorno do Steve Porcaro, que contribuiu nas composições. Após um longo período sem nada novo, eles tentaram revitalizar a banda, buscando combinar seu som clássico com novas experimentações. Dessa vez, a produção foi bastante intensa e todos os membros tiveram que suar a camisa para criar alguma coisa. Apesar de que a turma da novata gravadora Frontiers, com a qual eles assinaram após largarem a Legacy, tentou ajudar na sonoridade, que queria demonstrar a habilidade técnica e a experiência dos membros da banda, eles acabaram indo para um lado com adições de Heavy Metal e até Metal progressivo. Só que eles fizeram uma bagunça com tudo isso, o que fez eles soarem como uma banda tediosa e genérica, parecida com o Dream Theater (e isso não é um bom sinal). Então, o repertório é completamente horrível e com canções totalmente chatas e sem qualquer tipo de carinho, refletido nas canções Bottom Of Your Soul, Hooked, Simple Life e Let It Go, que trazem riffs tão secos que dão vontade de dormir. As outras canções, Dying On My Feet, Spiritual Man e a faixa-título, tentam apenas imitar algumas coisinhas de outras músicas famosas deles. Enfim, este disco é tenebroso, péssimo e uma bela porcaria.

Toto XIV – Toto





















NOTA: 1,5/10


Depois de lançarem um disco tenebroso e após um grande período de pausa, eles retornaram em 2015 com o Toto XIV ou será Toto XIII? Enfim, depois de um último trabalho que foi uma grande porcaria, eles tinham anunciado o seu fim, mas acabaram retornando e trazendo algumas mudanças na formação com o retorno do tecladista David Paich e do baixista David Hungate, e a adição do novo baterista Keith Carlock. O restante era o pessoal de sempre, mas sem Mike Porcaro e Bobby Kimball. Este disco foi feito para ser uma continuação do aclamadíssimo Toto IV. Então, eles produziram em conjunto com CJ Vanston e foram gravar com a intenção de capturar a essência clássica deles. Só que, ao invés de fazerem uma continuação, eles fizeram uma nova versão totalmente inexpressiva e maçante, pois os arranjos são os mais sem graça possíveis e têm uma melodia que não encanta nem uma espécie rara de javali. O repertório é, mais uma vez, terrível e com muitas canções tediosas já no início, como Running Out of Time, Burn, Holy War e 21st Century Blues, que eles tentaram fazer serem experimentais. Sem contar que há até canções que parecem imitar o Coldplay misturado com Greta Van Fleet, que são as medianas Orphan, Fortune e a chatíssima Chinatown. No final de tudo, é mais um disco terrível e chato da banda. Só um detalhe: cinco dias após o lançamento, Mike Porcaro acabou falecendo, vítima da doença que carregava.

Old Is New – Toto 





















NOTA: 3/10


Então chegamos ao último álbum de estúdio da banda, intitulado Old Is New, que parecia trazer algumas novas esperanças de ser algo bom. Eles lançaram esse trabalho logo após lançarem a coletânea 40 Trips Around the Sun, que até trouxe umas faixas inéditas e material não lançado anteriormente. Eles decidiram pegar essas músicas e fazer um material novo, só que este sendo o final, já que a banda não queria mais fazer coisas novas, o que foi afirmado pelo próprio Steve Lukather. Então, eles queriam explorar uma mistura de tudo que fizeram ao longo dos anos e tentar deixar de uma forma marcante. A produção foi feita por eles mesmos pela última vez e conseguiram lançar pelo selo da gravadora que os marcou, a Columbia Records. A produção em si até que foi bem-feita, apesar de que não tiveram muita criatividade e fizeram arranjos totalmente irregulares, além de misturarem todas as influências que tiveram ao longo dos anos. O repertório é bastante apático, mas até tem algumas músicas boas como In a Little While e Chase the Rain, que são interessantes pela sua qualidade. Já o resto são só canções ruinzinhas como Fearful Heart, Spanish Sea, Chelsea (que não é o time; por sinal, na Inglaterra, isso é até nome de mulher) e Oh Why. No final, temos uma canção do projeto musical What So Not em que a banda faz uma participação, que, resumindo, é uma canção fraca. Enfim, o último disco deles acaba sendo ruim, uma despedida bem triste.

G N’ R Lies – Guns N’ Roses 





















NOTA: 4,8/10


Após todo o sucesso com o clássico Appetite For Destruction, no ano seguinte o Guns retorna com o polêmico G N’ R Lies. Que basicamente foi feito de forma montada porque ele é dividido em duas partes: as quatro primeiras faixas são retiradas do EP Live ?! *@ Like a Suicide, e as quatro últimas são gravações acústicas inéditas. O Lies seguia o sucesso massivo do álbum de estreia da banda, só que apenas servindo como um interlúdio. A produção foi conduzida mais uma vez por Mike Clink. Na primeira metade do álbum ele não mexeu muito, já que manteve a energia bruta e o estilo ao vivo do EP original, enquanto na segunda metade acústica da banda ele deu uma pequena ajeitada. O que eles quiseram fazer era uma produção simples e direta, refletindo tanto o som cru e energético dos primeiros dias da banda quanto as baladas acústicas. Só que você percebe que as coisas estão muito erradas e soando até como desnecessárias. Então, a primeira metade do repertório são essas canções ao vivo, sendo divididas em inéditas, com apenas uma boa que é Move To The City, e os covers fraquíssimos de Nice Boys do Rose Tattoo e Mama Kin do Aerosmith. Já as canções acústicas têm a maravilhosa balada romântica Patience, Used To Love Her, que foi feita para ser uma piada com a namorada do Axl Rose, e a polêmica One In A Million, que foi acusada de racismo, xenofobia e homofobia por conta de sua letra. Mas, enfim, esse álbum acaba sendo ruim e deixa aquele sentimento de que faltou uma moldagem.

Use Your Illusion I – Guns N’ Roses 





















NOTA: 9,8/10


Três anos depois, enfim chega o tão aguardado novo trabalho do Guns N’ Roses, vindo em forma de disco duplo, sendo este o Use Your Illusion I. Lançado em um período de alta criatividade e turbulência para a banda, após o gigantesco sucesso com seu álbum de estreia. Durante as gravações, a banda passou por uma mudança de formação, pois o baterista Steven Adler acabou sendo demitido, e em seu lugar entrou o ex-baterista do The Cult, Matt Sorum. O processo de gravação foi notoriamente caótico e cheio de tensões internas. Novamente, Mike Clink produziu este trabalho do Guns, conferindo uma sonoridade mais polida e ambiciosa, incorporando elementos de Rock clássico, Blues, Punk Rock e até mesmo música clássica. As gravações ocorreram entre janeiro de 1990 e agosto de 1991, em diversos estúdios. Além disso, os arranjos são mais orquestrados e têm uma abordagem mais experimental. O repertório é excelente e inclui várias músicas incríveis como Right Next Door to Hell, o cover de Live and Let Die de Paul McCartney e Wings, Perfect Crime, Garden of Eden, que conta com a participação do Alice Cooper, e Don’t Damn Me, todas elas bem energéticas. Além, é claro, das maravilhosas baladas November Rain e a versão original de Don’t Cry (calma, tem outra). Além disso, há uma canção espetacular que não é muito lembrada, que é Back Off Bitch, com seus riffs bem agressivos. Enfim, essa primeira parte é maravilhosa e se mostra muito mais experimental do que sua segunda parte.

Use Your Illusion II – Guns N’ Roses 





















NOTA: 9,5/10


Logicamente, como já está claro, no mesmo dia foi lançado o Use Your Illusion II, que é muito mais voltado para o lado característico da banda. Nem preciso dizer que a produção esteve por trás foi exatamente a mesma, mas a maior diferença é que as músicas foram compostas em violões acústicos na casa do Slash em várias noites. Além disso, este trabalho aborda temas políticos e questões sociais, como a violência e o uso de drogas. Assim como seu irmão gêmeo, este álbum também foi produzido por Mike Clink. Aqui, a sonoridade apresenta aquele lado mais característico, com bastante Heavy Metal e Hard Rock em suas músicas, mas com uma leve pitada das influências presentes na primeira parte. O repertório também é incrível e já começa com cinco canções maravilhosas: Civil War, 14 Years, Yesterdays, Knockin’ on Heaven’s Door (que é uma canção de Bob Dylan) e Get in the Ring. Além disso, há outras faixas bem legais, como Pretty Tied Up, Estranged e a clássica You Could Be Mine. Ainda há a outra versão de Don’t Cry, que ficou mais conhecida, mas que no geral foi desnecessário colocar cada versão em determinada parte. Há também algumas canções irregulares, como Locomotive (Complicity) que eles erraram na melodia e a terrível My World, que, graças a Deus, pelo menos é curta. No final de tudo, essa segunda parte também é muito boa, mas uma coisa que é fato é que dava para fazer esses dois discos de uma forma única.

The Spaghetti Incident? – Guns N’ Roses  





















NOTA: 7,4/10


Após um tempinho, chega o menosprezado "The Spaghetti Incident?", que era um trabalho bem diferente de todos os seus anteriores. Inicialmente, este projeto era para ser um EP inteiramente de covers, apresentando a banda reinterpretando músicas de artistas que os influenciaram, principalmente de Punk e Hard Rock. E eles fizeram isso tentando aliviar a pressão de todos aqueles momentos de tensão do Use Your Illusion. Produzido mais uma vez por Mike Clink, a sonoridade até estava polida, mas era mais direta e crua, refletindo o lado Punk das faixas escolhidas. Trazendo uma abordagem agressiva e animada, mantendo a essência das músicas originais enquanto fundia o estilo característico da banda. Um detalhe interessante é que quem tocou a guitarra rítmica foram duas pessoas: Izzy Stradlin no início, após isso ele saiu da banda, e depois pelo Gilby Clarke, que acabou sendo creditado. Enfim, o repertório, como já foi dito, é composto por covers. Os mais legais são Since I Don't Have You do The Skyliners, Hair of the Dog do Nazareth e o inesperado Attitude do Misfits, que fez o Guns parecer ser uma outra banda. Fora isso, há outros covers bons, exceto Human Being do New York Dolls, You Can’t Put Your Arms Around a Memory do Johnny Thunders e I Don’t Care About You, que é até legal, caso não fosse estragada pelo cover oculto da péssima canção de Charles Manson (sim, dele mesmo). Apesar de tudo isso, esse trabalho até que é interessante, apesar de ter muitas irregularidades.

Chinese Democracy – Guns N’ Roses 





















NOTA: 3/10


Depois de longos 15 anos de espera, chega o 6º álbum do Guns N’ Roses, o fatídico Chinese Democracy, com seus longos problemas. Tudo começou no início de 1994, mas a gravação não foi iniciada imediatamente. Durante esse período, a banda passou por inúmeras mudanças de formação: Slash saiu, Gilby Clarke também saiu e, por fim, Duff McKagan e Matt Sorum saíram, restando apenas Axl Rose. Ele contratou novos músicos para substituí-los até conseguir uma formação definitiva composta por Robin Finck, Bumblefoot, Richard Fortus, Tommy Stinson, Dizzy Reed e Chris Pitman. Como sabemos, o trabalho de produção foi marcado por diversos atrasos, mudanças de produtores e direções musicais. O álbum tornou-se um dos mais caros já produzidos, com custos estimados em cerca de 13 milhões de dólares. Além disso, Axl Rose arranjou até tretas com o pessoal da Geffen Records. Basicamente, este álbum incorpora uma ampla variedade de estilos, desde Hard Rock e Rock Industrial até elementos de música eletrônica. No entanto, no final, tudo isso ficou bagunçado e foi mixado de forma bem apressada. Refletindo assim em um repertório muito ruim, que teve algumas músicas boas, por incrível que pareça, como Better, There Was a Time, Madagascar e Prostitute. Já o restante é tudo pavoroso, com os maiores destaques sendo This I Love, Scrapped, Catcher in the Rye e Sorry. No fim, este último álbum até o momento do Guns é terrível e uma mancha podre na carreira da banda.
 

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