Tomb Of The Mutilated – Cannibal Corpse
NOTA: 9,4/10
Pouco tempo depois, a banda retorna com seu 3º álbum, o Tomb Of The Mutilated, e eles acertaram em tudo. Após o Butchered at Birth, que, apesar de ser um trabalho bem ruinzinho, trouxe notoriedade pela capa violenta e pelo conteúdo lírico extremo, o que chamou a atenção de críticos, fãs de metal e censores. Esse crescimento na popularidade preparou o terreno para um novo álbum que se destacaria por intensificar ainda mais as características do som da banda. A produção contou com o mesmo produtor de sempre, e o álbum segue a tradição de uma sonoridade crua, brutal e técnica, só que desta vez ficou limpa o suficiente para que a precisão técnica dos músicos fosse evidente, mas, ao mesmo tempo, preserva a atmosfera sombria e brutal que o Cannibal Corpse buscava. Além disso, os vocais de Chris Barnes são cheios de grunhidos que, de certo modo, são quase inaudíveis, mas funcionaram muito bem, e os riffs de Jack Owen e Bob Rusay são cheios de energia. O repertório é completamente incrível, começando com as sensacionais Hammer Smashed Face e I Cum Blood, que são carregadas de brutalidade, além de outras canções como Split Wide Open, Entrails Ripped From a Virgin’s Cunt e Post Mortal Ejaculation, que são extremamente pesadas (e sim, os títulos dessas músicas são totalmente ridículos, mas era o que eles inventavam, né). Enfim, esse álbum é um clássico do Death Metal e um dos melhores trabalhos da banda.
The Bleeding – Cannibal Corpse
NOTA: 9,1/10
Vile – Cannibal Corpse
NOTA: 8,8/10
O tempo se passa, e a banda retorna com algumas mudanças, lançando o seu 5º álbum, o Vile. Depois de The Bleeding, o vocalista Chris Barnes saiu para se dedicar ao seu projeto paralelo o Six Feet Under, e no seu lugar entrou George Fisher, que todo mundo conhece pelo clássico apelido "Corpsegrinder". Essa mudança fez com que esse álbum introduzisse um novo estilo vocal com Fisher, que trouxe uma abordagem mais técnica e versátil aos vocais. Embora inicialmente esse trabalho tenha sido planejado para ser o último álbum com Barnes, a entrada do Corpsegrinder revitalizou a banda. A produção foi a mesma de sempre, trazendo uma sonoridade limpa e polida para os padrões do Death Metal da época, mantendo a tradição dos álbuns anteriores, mas elevando o nível de clareza e definição dos instrumentos. Os riffs das guitarras estão mais nítidos, e o baixo de Alex Webster tem uma presença mais destacada, reforçando a complexidade das linhas de baixo, algo que sempre foi uma marca do Cannibal Corpse. Além disso, as baterias de Paul Mazurkiewicz soam precisas e impactantes. O repertório é excelente, e as canções ficaram mais estruturadas, como Perverse Suffering e Eaten from Inside, além de outras que são extremamente agressivas e ficaram excelentes, como Devoured by Vermin e Bloodlands. No fim, é um ótimo trabalho da banda, e mesmo com a troca de vocalista, tudo segue da mesma forma.
Gallery Of Suicide – Cannibal Corpse
NOTA: 9,2/10
Mais um tempo se passa, e o Cannibal Corpse lança mais um trabalho incrível, o Gallery of Suicide. Após o Vile, que teve uma ótima recepção com o novo vocalista George Fisher, a banda se estabilizou com Corpsegrinder nos vocais e trouxe um novo guitarrista, Pat O'Brien (ex-Nevermore), que se juntou à formação após a saída de Rob Barrett. Esse álbum é muito mais atmosférico e diversificado, explorando uma variedade maior de tempos e estilos. A produção foi feita por Jim Morris, que trabalhou nos últimos álbuns do Death, e ele trouxe uma produção menos polida e um pouco mais crua em comparação com o anterior, o que dá uma diferença sutil na forma como os instrumentos foram gravados e mixados, com uma sensação um pouco mais orgânica e menos comprimida. O som das guitarras é mais cortante, especialmente o de O'Brien, cujos riffs são totalmente complexos, enquanto o baixo de Alex Webster permanece proeminente, oferecendo texturas que complementam a atmosfera sombria do álbum. O repertório é espetacular, e todas as canções exalam muita agressividade, como as três primeiras faixas: I Will Kill You, Disposal of the Body e Sentenced to Burn, que são sensacionais, depois tem uma outra também que é Chambers of Blood, fora as outras canções como a faixa instrumental From Skin to Liquid, além de Centuries of Torment. Enfim, é mais um trabalho excelente da banda e totalmente pesado.
Bloodthirst – Cannibal Corpse
NOTA: 8,5/10
Logo depois, eles lançam Bloodthirst, que é quase uma continuação do álbum anterior. Esse disco traz uma continuidade na direção musical mais técnica e coesa que a banda vinha explorando desde a entrada de Corpsegrinder nos vocais e do guitarrista Pat O'Brien. Após os experimentos atmosféricos e melódicos de Gallery of Suicide, esse novo trabalho retorna a um foco mais direto e brutal, além de mostrar um amadurecimento à medida que a banda explora ainda mais as complexidades do Technical Death Metal. A produção ficou a cargo de Colin Richardson, um renomado produtor britânico, que trouxe um som polido, agressivo e preciso, dando uma nova dimensão ao som da banda, destacando a clareza e a nitidez dos instrumentos sem perder a crueza e brutalidade características. As guitarras de Jack Owen e Pat O'Brien são afiadas e articuladas, com os riffs e solos ganhando mais destaque graças à produção clara. A bateria de Paul Mazurkiewicz está pesada e definida, enquanto o baixo de Alex Webster tem uma presença poderosa. O repertório é muito interessante, com muitas canções que seguem por um lado mais versátil, como Dead Human Collection, Ecstasy in Decay e Condemned to Agony, enquanto outras assumem um lado mais técnico e sombrio, como Unleashing the Bloodthirsty e Hacksaw Decapitation, que ficaram excepcionais. No final de tudo, é um disco muito bom, mostrando a banda totalmente afiada.
Gore Obsessed – Cannibal Corpse
NOTA: 8,7/10
Depois de um intervalo de três anos, em 2002, o Cannibal Corpse lança mais um trabalho, Gore Obsessed. Após o Bloodthirst, a banda continuou sua trajetória de brutalidade musical e exploração de temas gráficos, com letras centradas em violência, gore e horror corporal. Esse disco mantém a intensidade dos lançamentos anteriores, mas com uma abordagem mais crua e direta, voltada para o lado mais visceral e menos técnico do Death Metal. Dessa vez, a produção ficou a cargo de Neil Kernon, conhecido por seu trabalho com outras bandas de Metal extremo. Ele trouxe uma produção mais crua, especialmente em comparação com o álbum anterior. Além disso, toda essa sonoridade brutal é resultado do peso das guitarras de Pat O’Brien e Jack Owen, com riffs densos e solos afiados, enquanto o baixo de Alex Webster tem uma presença robusta, e a bateria de Paul Mazurkiewicz é totalmente precisa, com uma produção que permite sentir a força de cada batida. E, é claro, o vocal do Corpsegrinder é completamente intenso. O fato é que tudo funcionou bem. O repertório é muito bom, e as canções são completamente agressivas, como Dormant Bodies Bursting, Mutation of the Cadaver e a estranha Drowning in Viscera. Além disso, há outras que são verdadeiras tijoladas, como Hatchet to the Head, Pit of Zombies e Hung and Bled, que têm muitos riffs marcantes. Enfim, é mais um trabalho muito legal da banda e que, de certo modo, é bem moderado.
The Wretched Spawn – Cannibal Corpse
NOTA: 9,3/10
Mais dois anos se passam, e o Cannibal Corpse retorna com outro trabalho magnífico, o The Wretched Spawn. Este álbum segue a linha brutal e sanguinária do grupo, mantendo o estilo agressivo e gráfico que consolidou a banda como uma das maiores no gênero. A banda já era famosa por letras grotescas e uma execução técnica complexa, e este álbum não foge à regra, apresentando tanto o amadurecimento da formação quanto uma continuidade de seu som visceral, algo evidente também na capa deste disco. A produção ficou a cargo de Neil Kernon, que já havia trabalhado com nomes como Nile e Deicide. A sonoridade é mais uma vez marcada por uma clareza brutal que destaca os riffs esmagadores de guitarra, a bateria ultrarrápida de Paul Mazurkiewicz e os vocais guturais de George "Corpsegrinder" Fisher. Outra coisa notável é que a mixagem foi muito trabalhada, já que cada instrumento tem o seu destaque, ao mesmo tempo em que a energia crua da banda é mantida. Isso porque eles queriam fazer um trabalho carregado de brutalidade, assim como foi em Gallery of Suicide. O repertório ficou excelente, e desde o início as canções são superpesadas, como é o caso de Severed Head Stoning, Decency Defied, Frantic Disembowelment e Blunt Force Castration, todas elas sensacionais e muito técnicas, além, claro, de outras como The Wretched Spawn e Bent Backwards and Broken. No final de tudo, é um disco excepcional e cheio de precisão.
Kill – Cannibal Corpse
NOTA: 8,5/10
Depois de mais um intervalo, a banda lança seu 10º álbum, intitulado Kill, e, sim, dessa vez a capa não é sangrenta e muito menos grotesca. Este novo trabalho marca algumas mudanças, como, por exemplo, a continuidade do vínculo com a gravadora Metal Blade. Além disso, ocorreu a saída do guitarrista Jack Owen, e Pat O'Brien assumiu mais responsabilidades na composição ao lado de Alex Webster, o que resultou em um som mais refinado e técnico. No lugar de Owen, eles trouxeram de volta o Rob Barrett. A produção foi feita pelo renomadíssimo Erik Rutan, ex-membro do Morbid Angel e líder do Hate Eternal, que trouxe uma abordagem mais crua e direta, enquanto ainda preservava a clareza dos instrumentos. O trabalho dele acentuou a brutalidade do som da banda, mas também deu espaço para que a técnica dos músicos se destacasse. As guitarras soam afiadas, o baixo de Alex Webster é poderoso e definido, e a bateria de Paul Mazurkiewicz está mais rápida e precisa do que nunca. O repertório é muito bom, e as faixas iniciais exalam brutalidade, como The Time to Kill Is Now e Make Them Suffer, que são espetaculares, além de outras como Five Nails Through the Neck, Maniacal e Death Walking Terror, que têm riffs inacreditáveis. No entanto, eles erraram em apenas uma música: Brain Removal Device, onde a composição deixou a desejar. Enfim, esse trabalho é excelente e um dos mais interessantes da banda.
Evisceration Plague – Cannibal Corpse
NOTA: 8,8/10
No início de 2009, o Cannibal Corpse lança o Evisceration Plague, que é basicamente uma continuação do seu antecessor. Após o Kill, a banda reafirmou sua posição como uma das mais consistentes e influentes do Death Metal. Este álbum trouxe uma continuidade natural da sonoridade técnica e brutal que os caracteriza, com uma produção mais refinada e um enfoque maior na precisão instrumental. Alex Webster e Pat O’Brien decidiram fazer composições que refletissem a maturidade musical da banda. A produção novamente contou com Erik Rutan, e ele conseguiu extrair o melhor dos integrantes, criando um som extremamente poderoso. A qualidade da produção se deve ao equilíbrio entre os instrumentos. Cada elemento, desde o baixo pesado e intrincado de Webster até os riffs cortantes de O’Brien e Rob Barrett, é cristalino, mas sem perder o peso característico deles. A bateria de Paul Mazurkiewicz soa mais precisa e implacável do que nunca, e os vocais do Corpsegrinder são totalmente ferozes. O repertório, mais uma vez, é muito bom e tem muitas canções interessantes, como Priests of Sodom, Beheading and Burning e Shatter Their Bones, que alternam entre agressividade e técnica. No entanto, as músicas que mais se destacam são Evidence in the Furnace e a faixa-título, que, apesar de serem mais atmosféricas, têm muita envolvência em seus riffs pesadíssimos. No fim, apesar de ser uma continuação de seu antecessor, é um trabalho bacana e até melhorado.
Torture – Cannibal Corpse
NOTA: 6/10
Aí chega 2012, e após muito tempo, a banda lança o Torture, que tinha tudo para ser um álbum incrível, mas não foi o que aconteceu. Após o sucesso do Evisceration Plague, o Cannibal Corpse continuou sua trajetória com Erik Rutan na produção. Dessa vez, eles queriam equilibrar a agressividade visceral e a técnica refinada que a banda vinha aprimorando ao longo dos anos. Com isso, o Cannibal Corpse buscou manter sua essência enquanto apresentava composições ainda mais sólidas e uma dinâmica afiada. A produção foi praticamente a mesma, porém trazia um lado mais detalhado, com cada instrumento capturado com clareza, sem sacrificar o impacto brutal que caracteriza o som deles. O trabalho de Rutan permitiu que a intensidade das composições fosse ouvida em sua totalidade, desde os riffs complexos de Pat O’Brien e Rob Barrett até o baixo intrincado de Alex Webster. Porém, o maior erro foi fazer canções que não combinavam nem um pouco com os temas propostos, tipo alguns arranjos são legais, mas ficaram totalmente mal explorados. O repertório até que é interessante no início, com Demented Aggression e as fantásticas Sarcophagic Frenzy e Scourge of Iron, mas depois vem um monte de canções genéricas e sem emoção, como Intestinal Crank e Crucifier Avenged. As únicas exceções ficam por conta de Torn Through e Followed Home Then Killed, que são totalmente coesas. Enfim, esse trabalho é mediano e representa um tropeço bobo da banda.