domingo, 13 de outubro de 2024

Analisando Discografias - Iron Maiden: Parte 3

                 

No Prayer for the Dying – Iron Maiden





















NOTA: 5/10


Em 1990, o Iron Maiden lança mais um novo trabalho intitulado No Prayer for the Dying, que trouxe algumas novidades. Após o Seventh Son of a Seventh Son, que incorporou influências progressivas com teclados e uma narrativa conceitual, a banda decidiu simplificar sua abordagem. Outro fator importante foi a saída do guitarrista Adrian Smith, que deixou o grupo devido a divergências sobre a direção musical. Ele foi substituído por Janick Gers, que havia trabalhado com Bruce Dickinson em seu álbum solo. A produção ficou novamente a cargo de Martin Birch, e a banda optou por gravar em um estúdio móvel instalado em uma fazenda na Inglaterra, em vez dos grandes estúdios que costumavam utilizar. Essa escolha buscava capturar um som mais espontâneo e orgânico, refletindo o desejo de se afastar dos arranjos grandiosos dos trabalhos anteriores. A sonoridade é bem mais crua, com guitarras mais diretas e menos polidas, mas parece que faltou moldagem, deixando o trabalho com uma produção atípica. O repertório começa com algumas faixas interessantes, como Tailgunner e Holy Smoke, mas logo é seguido por canções fracas, como Fates Warning, The Assassin e a chatíssima Run Silent Run Deep. Algumas exceções são Public Enema Number One, Mother Russia e a sensacional Bring Your Daughter... to the Slaughter. No fim, é um disco bastante irregular, e o Iron Maiden, que até então parecia infalível, sofreu seu primeiro grande tropeço.

Fear Of The Dark – Iron Maiden 





















NOTA: 8,6/10


Mais um intervalo de dois anos, e o Maiden lança o Fear of the Dark, um disco marcado por várias despedidas. Depois do mediano No Prayer for the Dying, o Iron Maiden se viu pressionado a reconquistar parte de sua base de fãs. A banda enfrentava o desafio de manter sua relevância em uma indústria que começava a privilegiar o Grunge, o Rock Alternativo e o Metal Extremo. Ao mesmo tempo, os integrantes lidavam com tensões criativas e cansaço após uma década de atividade intensa. Para este álbum, a banda decidiu abandonar a abordagem minimalista e voltou a explorar composições mais elaboradas. A produção ficou novamente a cargo de Martin Birch, que anunciou sua aposentadoria logo após este álbum, com Steve Harris colaborando na produção. A sonoridade combinou o estilo mais cru do álbum anterior com um retorno discreto a elementos melódicos e épicos que marcaram trabalhos anteriores. O repertório é muito bom, e o início traz várias canções incríveis, como as afiadíssimas Be Quick or Be Dead e From Here to Eternity, além da dinâmica Afraid to Shoot Strangers. Outras faixas notáveis são Judas Be My Guide, a belíssima balada Wasting Love e, claro, a clássica faixa-título. Tudo parecia estar indo bem, até que uma bomba estourou: Bruce Dickinson anunciou sua saída da banda, pegando a todos de surpresa. Ninguém entendia direito o que havia acontecido. Apesar disso, esse trabalho é muito bom mesmo sendo bem controverso.

The X Factor – Iron Maiden 





















NOTA: 8,1/10


Três anos se passaram, e o Iron Maiden retornou com seu 10º álbum de estúdio, o The X Factor, que trouxe uma banda bem diferente. Após a saída do Bruce Dickinson, que deixou a banda ao final da turnê anterior para seguir carreira solo e por causa das várias brigas internas, Steve Harris escolheu como substituto o vocalista do Wolfsbane, Blaze Bayley. Embora Blaze fosse um bom cantor, ele não era o substituto perfeito para Bruce. Harris, por sua vez, enfrentava uma fase difícil na vida pessoal, lidando com um divórcio e a morte de seu pai. Esse clima de tensão e introspecção influenciou o tom do álbum, resultando em uma obra mais densa e emocionalmente carregada do que os trabalhos anteriores. A produção foi liderada pelo próprio Steve Harris, em parceria com Nigel Green. As gravações ocorreram nos Barnyard Studios, um ambiente isolado que favoreceu uma abordagem mais sombria e atmosférica. A sonoridade é mais pesada e introspectiva do que nos discos anteriores, e o tom geral do álbum é melancólico e sombrio, refletindo tanto as mudanças na banda quanto o estado emocional de seus integrantes. O repertório é muito bom e inclui várias canções interessantes, como Fortunes of War, Judgement of Heaven, 2 AM e a excelente faixa de 11 minutos Sign of the Cross. No entanto, os maiores destaques são Man on the Edge e Look for the Truth. Enfim, esse é um trabalho muito bom, mas bastante subestimado pelas "viúvas" do Bruce.

Virtual XI – Iron Maiden





















NOTA: 1/10


E aí chegamos nele, o simplesmente pavoroso e um dos piores discos de todos os tempos, o Virtual XI (ou melhor dizendo, Virtual Eleven). Após o criminosamente subestimado The X Factor, a banda enfrentou dificuldades com a recepção negativa dos fãs, que estranharam a substituição do Bruce Dickinson por Blaze Bayley. Esse período se tornou um inferno para a banda, pois aconteceu de tudo, eles tinham pouco tempo para ensaiar e a receptividade do público nos shows não era das melhores. O nome e o conceito do álbum também foram inspirados pela Copa do Mundo de 1998 e pelo crescente interesse da época em realidade virtual. Esses temas aparecem tanto na estética visual quanto na divulgação, que incluiu um jogo de computador estrelando o mascote Eddie. A produção mais uma vez ficou a cargo de Steve Harris, junto com Nigel Green. A sonoridade do álbum é menos densa e atmosférica, mas ainda traz um tom melancólico em alguns momentos. No entanto, essa produção ficou totalmente amadora, especialmente pela forma como os vocais do Blaze foram mixados. Além disso, todos os integrantes estão em um ritmo totalmente confuso. Já o repertório, meu pai amado, é terrível; todas as canções são péssimas, desde Futureal, The Clansman, The Educated Fool até The Angel and the Gambler, cujo refrão é repetido umas 500 vezes durante seus quase 10 minutos de duração. No fim, esse álbum é horroroso e uma das maiores porcarias lançadas pela banda.

Brave New World – Iron Maiden 





















NOTA: 9,7/10


Após um grande período de crise e incertezas, o Iron Maiden já começa o novo século lançando o maravilhoso Brave New World. Após lançarem a porcaria do Virtual XI, não teve outro jeito a não ser demitir Blaze Bayley. Após uma série de reuniões entre o empresário Rod Smallwood e Steve Harris, que, apesar de suas opiniões divergentes, chegaram a um acordo e trouxeram Bruce Dickinson de volta, juntamente com o guitarrista Adrian Smith. Pela primeira vez, a banda operaria como um sexteto, mantendo Janick Gers na guitarra ao lado de Smith e Dave Murray, formando essa tríade de guitarristas. Com as expectativas altíssimas, trouxeram um conceito lírico inspirado no livro de mesmo nome, de Aldous Huxley. A produção foi conduzida por Kevin Shirley, que trouxe uma abordagem mais moderna e polida ao som da banda, sua parceria com Steve Harris foi essencial para criar uma sonoridade ambiciosa e progressiva. As gravações ocorreram nos Guillaume Tell Studios, em Paris, com um enfoque no registro ao vivo do desempenho da banda, buscando capturar a energia e espontaneidade de seus shows. O repertório é maravilhoso, trazendo várias canções espetaculares, como as melódicas Ghost of the Navigator e Blood Brothers, as complexas Dream of Mirrors e Out of the Silent Planet, e as energéticas The Wicker Man e The Mercenary. Em suma, esse disco é sensacional e brilhante, mostrando o quanto Bruce Dickinson salvou a banda.
  

É isso, então flw!!!  

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