sábado, 19 de outubro de 2024

Analisando Discografias - Soundgarden: Parte 3

                  

Superunknown – Soundgarden





















NOTA: 9,9/10


Três anos depois, o Soundgarden lança o espetacular Superunknown, um álbum fiel ao espírito de seu antecessor. Após o Badmotorfinger, que alcançou um relativo sucesso, a banda estava sob pressão para entregar um trabalho mais ousado e acessível, sem perder sua identidade sombria e pesada. Ao mesmo tempo, havia uma busca interna do grupo por experimentação artística, indo além do Grunge para incorporar elementos mais psicodélicos, acústicos e melancólicos. Naquela época, Chris Cornell vivia um momento pessoal turbulento, lidando com depressão e questões existenciais que se tornaram temas centrais do disco. A produção ficou a cargo do Michael Beinhorn, conhecido por seu trabalho meticuloso, enquanto Brendan O’Brien assumiu a mixagem. O trabalho da produção foi ambicioso, combinando camadas densas de guitarras, experimentos com efeitos psicodélicos, percussões complexas e os vocais expressivos do Cornell. Beinhorn encorajou a banda a sair da zona de conforto: afinou as guitarras em escalas incomuns, adicionou sintetizadores e efeitos, e integrou gravações acústicas para suavizar a agressividade. O repertório é excelente, com canções sensacionais como Spoonman e as melancólicas The Day I Tried to Live e 4th of July, além das belíssimas baladas Black Hole Sun e Fell on Black Days. Outras faixas bem legais são Mailman e Kickstand. Enfim, esse trabalho é sensacional que, junto com seu antecessor, figura como um verdadeiro clássico.

Down On The Upside – Soundgarden 





















NOTA: 9/10


Em 1996, dois anos após o último trabalho, a banda lança seu 5º álbum de estúdio, o Down on the Upside. Após o estrondoso sucesso do Superunknown, o Soundgarden se consolidou como uma das bandas mais importantes do Rock alternativo. Só que o peso das turnês extensas e a pressão criativa começaram a minar a harmonia interna, principalmente entre Chris Cornell e o guitarrista Kim Thayil. Esse álbum veio para marcar uma tentativa de ruptura com o som tradicional da banda, incorporando novas texturas e arranjos menos rígidos. A decisão de produzir o álbum internamente, sem o auxílio do Michael Beinhorn, reforçou essa busca por liberdade artística. Com isso, eles conseguiram produzir esse disco, e a escolha de evitar produtores externos deu à banda maior liberdade para explorar novas ideias e texturas, apesar da colaboração do produtor Adam Kasper. Essa busca por um som menos polido resultou em faixas mais cruas, algumas com pegada acústica, e uma produção mais aberta e atmosférica. Com uma sonoridade mais leve e experimental, o álbum deixou de lado as grandes influências do Grunge. O repertório é muito legal e traz várias canções sensacionais, como as baladas Zero Chance e Burden in My Hand, as afiadas Pretty Noose e Tighter & Tighter e a melódica Blow Up the Outside World, além de várias outras. No final de tudo, é um ótimo disco, apesar de todos os problemas internos que pairaram sobre a banda.

King Animal – Soundgarden 





















NOTA: 3,4/10


Após 16 anos, o Soundgarden retornou lançando seu último álbum, o King Animal. Depois que a banda chegou ao fim em 1997 por conta dos desentendimentos, os membros seguiram caminhos separados: Chris Cornell lançou carreira solo e se juntou ao Audioslave, enquanto Kim Thayil, Ben Shepherd e Matt Cameron exploraram outros projetos. Cameron, em particular, se tornou baterista do Pearl Jam. No entanto, a demanda dos fãs e o revival do Grunge no início dos anos 2010 impulsionaram a reunião da banda em 2010. Após uma série de shows comemorativos e o lançamento de uma coletânea, a banda foi para o estúdio. A produção ficou a cargo do Adam Kasper, que tinha sido coprodutor do Down on the Upside. Eles optaram por uma produção clara e dinâmica, diferente das densas camadas sonoras anteriores. A ideia era criar algo mais direto, além de trazer uma variedade de afinações e ritmos pouco convencionais, só que o resultado ficou confuso, e faltou explorar melhor a sonoridade. Com isso, o repertório é bem fraco e traz poucas canções boas, como Been Away Too Long, A Thousand Days Before e Attrition. O restante é muito chato e cansativo, com faixas como Non-State Actor, Halfway There e as pavorosas Taree, Eyelid’s Mouth e Rowing. Mesmo continuando após esse álbum, infelizmente, em 2017, Chris Cornell se suicidou, e assim a banda chegou ao seu fim definitivo. Em suma, esse último trabalho é bem ruim e encerrou a trajetória do Soundgarden de forma amarga.  

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