333 – Matuê
NOTA: 10/10
Depois de muita espera e de se tornar a lenda do álbum que nunca seria lançado, enfim chega o 2º trabalho do Matuê, o 333. Após o Máquina do Tempo, que foi um projeto totalmente experimental, Matuê começou a planejar em um album totalmente conceitual. Porém, o rapper sofria grande pressão da gravadora Sony, da qual ele queria sair. No entanto, ainda faltava lançar mais um trabalho com eles. Foi então que ele entregou o EP Sabor Overdose no Yakisoba, cujas três faixas: A Última Dança, Honey Babe e, principalmente, Reza do Milhão, são ataques diretos à Sony, pavimentando o caminho para que seu próximo álbum fosse lançado de forma independente. O título 333 carrega um significado triplo, abordando os temas material, espiritual e mental, refletindo uma busca pelo equilíbrio. Toda a produção foi conduzida pelo próprio rapper, com uma pequena colaboração de Samuel Batista e Brandão85. O álbum traz um acabamento refinado, com batidas cristalinas e uma sonoridade que vai além do Trap tradicional, incorporando diversas influências. O repertório é excelente e muito bem ordenado, os destaques são as vivências em Crack com Mussilon, 1993 e a faixa-título. Todas as feats são ótimas, e a melhor é Isso é Sério com Brandão85. Outras faixas trazem influências variadas, como música eletrônica em O Som, neo-prog em Maria e Indie Rock em Like This!. No final de tudo, é uma obra impressionante que supera seu antecessor e, com o tempo, vai se tornar um clássico.