The Story Of I – Patrick Moraz
NOTA: 9/10
No ano de 1976, Patrick Moraz lançava seu primeiro álbum de estúdio, o The Story Of I, que é totalmente experimental. Depois do lançamento do Relayer, os membros do Yes decidiram trabalhar em projetos solo, e Moraz, que acabou saindo da banda, fez o mesmo. Ele decidiu investir em um projeto solo que fosse pessoal e ambicioso, explorando não apenas seu virtuosismo no teclado, mas também sua paixão por culturas e ritmos de diferentes partes do mundo. A produção, feita pelo próprio tecladista, é sofisticada e minuciosa, com uma instrumentação variada que vai desde sintetizadores e teclados clássicos até percussões tribais. Falando nisso, ele incorporou influências da música brasileira, como Samba, Baião e Bossa Nova, fundindo-as com o Rock progressivo e Jazz Fusion. O repertório é muito bom, totalmente coeso e com canções diversificadas que conseguem se conectar. No final de tudo, é um ótimo disco e que valeu todo o planejamento do tecladista.
Melhores Faixas: Best Years Of Our Lives, Cachaça (Baião), Rise And Fall, Dancing Now
Vale a Pena Ouvir: Descent, Warmer Hands, Like A Child In Disguise
Out In The Sun – Patrick Moraz
NOTA: 8,7/10
No ano seguinte, ele lançou seu 2º álbum, o Out In The Sun, que seguia para um lado mais abrangente. Após o The Story Of I, Patrick Moraz decidiu adotar uma abordagem menos conceitual e mais acessível em relação ao álbum anterior. Apresentando, assim, uma conexão mais pessoal e intimista, o disco reflete sua experiência com climas tropicais, especialmente no Brasil e no Caribe. Novamente, ele mesmo foi o responsável pela produção, além de ter gravado em vários lugares, inclusive aqui no Brasil. O álbum equilibra a sofisticação dos teclados e sintetizadores característicos do Moraz com a presença calorosa de instrumentos acústicos e percussivos. Ele utilizou técnicas modernas de gravação para criar um som cristalino e vibrante, mas sem perder o toque orgânico das colaborações humanas. O repertório ficou muito bom, com canções bem mais envolventes e que apresentam uma ótima melodia. Enfim, esse disco é muito bom e vale a pena ser ouvido.
Melhores Faixas: Love-Hate-Sun-Rain-You, Rana Batacuda
Vale a Pena Ouvir: Tentacles, Out In The Sun, Kabala
Patrick Moraz – Patrick Moraz
NOTA: 7/10
Passa-se mais um ano, e Patrick Moraz lança mais um disco, desta vez autointitulado, que seguia a linha de seus antecessores. Após o Out In The Sun, o tecladista decidiu explorar sonoridades orquestrais e ambientes mais cinematográficos, além de começar a se afastar do som progressivo tradicional em direção a composições que flertavam com a música clássica e o Jazz. A produção foi feita por ele mesmo, utilizando extensivamente teclados e sintetizadores para criar texturas orquestrais densas. Moraz explorou profundamente os timbres disponíveis na época, utilizando instrumentos como o Oberheim, o Moog e o Polymoog para construir paisagens sonoras ricas e atmosféricas. O álbum apresenta um som mais contido e reflexivo, com menos ênfase em percussão e ritmos globais. O repertório é até bom, com canções que são bem encadeadas, embora algumas ficaram confusas. Sendo assim, é um trabalho bom, apesar de apresentar algumas inconsistências.
Melhores Faixas: Primitivisation, Jungles Of The World, Realization Piores Faixas: Temples of Joy, The Conflict
Coexistence – Patrick Moraz
NOTA: 2,7/10
Mais um tempo se passa, e Patrick Moraz lança o Coexistence, que retornava a uma abordagem mais experimental. Após seu álbum autointitulado, Moraz decidiu fazer algo bem mais espontâneo e, para isso, chamou o percussionista brasileiro Djalma Corrêa, um dos músicos mais respeitados do Brasil em sua área. Isso remete ao interesse do tecladista pela música brasileira e pelos ritmos latinos, com o objetivo de criar algo mais intimista. A produção foi deliberadamente simples, para capturar a interação natural, não só com o percussionista, mas também com seu arranjador, o tal de Syrinx. Moraz continuou a utilizar aquela ampla gama de teclados, criando camadas melódicas e harmônicas, indo mais para a improvisação. Ficando tão experimental quanto assistir a futebol de cadeirantes. O repertório até começa bem, mas depois vêm algumas canções que são um tédio. No fim, é um disco bem ruim e sem coesão.
Melhores Faixas: Mind Your Body
Piores Faixas: Adagio For A Hostage, Adagio For A Hostage, Coexistence (4 Movements)
Time Code – Patrick Moraz
NOTA: 1/10
Em 1984, Patrick Moraz retorna lançando mais um álbum, Time Code, e aqui as coisas começaram a desandar. Após o Coexistence, o tecladista passou a integrar a banda The Moody Blues (que talvez um dia eu fale deles), mas não abandonou seus projetos solo. No entanto, ele decidiu fazer um trabalho totalmente acessível, indo para um lado mais Pop, fugindo de toda a experimentação dos discos anteriores. Novamente, ele mesmo produziu, utilizando ferramentas avançadas para a época, como sintetizadores digitais, samplers e drum machines. Além disso, incluiu uma série de vocalistas desconhecidos para integrar essas faixas completamente pasteurizadas, que são todas inclinadas para a New Wave e o Synth-pop, criando um verdadeiro show de horror. O repertório reflete isso, com canções sem qualquer emoção e sem criatividade. Em suma, é um trabalho tenebroso e completamente esquecível.
Melhores Faixas: (......)
Piores Faixas: Overload, Life In The Underworld, Shakin' With The Passion, No Sleep Tonight
Future Memories I & II – Patrick Moraz
NOTA: 8,4/10
Por volta de 1987, saiu um compilado superimportante na carreira do Patrick Moraz, o Future Memories I & II. Após o Time Code, Moraz decidiu resgatar um material que fazia parte de um projeto televisivo suíço, no qual ele improvisava performances ao vivo com sintetizadores e outros instrumentos eletrônicos. A ideia era criar uma "trilha sonora para o futuro", explorando sons que evocassem sentimentos de antecipação e inovação. Juntando as gravações daquele dia com o álbum Future Memories II, surgiu esse compilado. O trabalho foi gravado ao vivo em estúdio, sem edições pós-produção, o que evidencia a habilidade técnica do músico, que utilizou uma ampla gama de sintetizadores e outros equipamentos avançados para a época, com camadas sonoras bem definidas que criam paisagens auditivas ricas. O repertório é muito bom, e as canções são totalmente imersivas e técnicas. No final de tudo, esse trabalho é muito bom e mostrou o quão talentoso ele é.
Melhores Faixas: Video Games (How Basic Can You Get), Heroic Fantasy, Pilot's Games
Vale a Pena Ouvir: Flippers, Eastern Sundays, Search
Então é isso, um abraço e flw!!!





