1984 – Rick Wakeman
NOTA: 7/10
O tempo passa, e Rick Wakeman lança mais um disco: 1984, que curiosamente foi lançado em 1981. Após o Rhapsodies, o tecladista acabou saindo do Yes e decidiu focar em sua carreira solo. Ele se dedicou a criar um álbum inspirado no famoso romance distópico homônimo de George Orwell, que aborda as consequências do totalitarismo, vigilância em massa, lavagem cerebral e comportamentos dentro da sociedade. Produzido pelo próprio Rick Wakeman, o álbum contou com músicos talentosos, como Chaka Khan, Jon Anderson e Steve Harley. A produção é luxuosa, combinando sintetizadores arrojados, arranjos orquestrais, vozes poderosas e uma variedade de estilos musicais, do rock ao soul. No entanto, alguns arranjos acabaram ficando um pouco monótonos. O repertório é interessante, mesmo que algumas canções tenham ficado um pouco arrastadas. No fim, é um disco bom e que conseguiu concretizar bem seu conceito.
Melhores Faixas: The Hymn, No Name, Sorry, 1984
Piores Faixas: Robot Man, Julia, Proles
Cost Of Living – Rick Wakeman
NOTA: 7/10
Dois anos se passam, e Wakeman lança Cost of Living, que era basicamente uma tentativa de seguir um caminho mais comercial. Após o 1984, o tecladista enfrentava dificuldades financeiras devido ao alto custo de manutenção de sua vida pessoal e de seus projetos musicais. Além disso, ele buscava se manter relevante em uma cena musical em rápida transformação, onde o Rock progressivo cedia espaço para o Post-Punk, a New Wave e o Pop. Produção foi feita por ele mesmo, o álbum foi gravado em seu estúdio caseiro, utilizando tecnologia de ponta para a época, como sintetizadores avançados e equipamentos de gravação modernos. Aqui, ele optou por uma sonoridade mais enxuta e com toques mais leves, indo para aquele conceito do AOR, mas com muitas escolhas rítmicas que acabaram ficando vazias. O repertório é bom, só que novamente contém algumas músicas bastante irregulares. Em suma, é um disco interessante, apesar de ter sido um fiasco comercial.
Melhores Faixas: One For The Road, Gone But Not Forgotten, Monkey Nuts
Piores Faixas: Elegy - Written In A Country Churchyard, Bedtime Stories, Twij
Silent Nights – Rick Wakeman
NOTA: 2,8/10
Mais um tempo se passa, e Rick Wakeman lança mais um álbum: o Silent Nights, que traz uma pegada mais temática. Após o Cost of Living, o tecladista buscou um som mais compacto e acessível para alcançar um público mais amplo, decidindo continuar seguindo as tendências do AOR, que priorizava canções mais curtas e orientadas para rádios. Agora ele estava em uma gravadora totalmente independente, o que era bom de certo modo. O álbum foi produzido, como sempre, pelo próprio Wakeman, utilizando equipamentos modernos para a época, incluindo sintetizadores digitais e baterias eletrônicas, que eram tendência nos anos 80. No entanto, ele ainda incorporava solos de teclado marcantes e atmosferas grandiosas, mas tudo ficou tão genérico que nada parece funcionar. O resultado foi um repertório ruim, com poucas músicas legais e outras que são simplesmente ridículas. No fim, é um trabalho tenebroso e inexpressivo.
Melhores Faixas: Ghost Of A Rock And Roll Star, That's Who I Am Piores Faixas: Man's Best Friend, Glory Boys, The Dancer
Time Machine – Rick Wakeman
NOTA: 3/10
Três anos depois, Rick Wakeman lança o Time Machine, que tentava voltar àquele virtuosismo de antes. Após o Silent Nights, ele continuou buscando maneiras de equilibrar seu virtuosismo com estruturas mais diretas e modernas. Decidiu, então, retornar à ideia de um conceito unificador, algo que havia definido seus álbuns de maior sucesso no passado. Inspirado por temas de ficção científica e pela ideia de viajar através do tempo, Wakeman criou um álbum que mistura Rock progressivo, AOR e Art Pop. Novamente, ele mesmo produziu o disco e continuou tentando incluir uma sonoridade moderna para a época, mas ainda com toques do estilo clássico de Wakeman nos teclados. Porém, ao insistir na ideia de utilizar vocalistas diferentes, os mesmos erros se repetem. O repertório é fraquíssimo, com poucas canções que se podem considerar boas. Enfim, é outro trabalho ruim, que contribuiu para sua decadência.
Melhores Faixas: Custer's Last Stand, Make Me A Woman
Piores Faixas: Ice, Slaveman, Open Up Your Eyes
Sea Airs – Rick Wakeman
NOTA: 5/10
No final da década de 80, Rick Wakeman lançou Sea Airs, um trabalho totalmente instrumental e temático. Após o Time Machine, Wakeman quis voltar a algo mais minimalista. Sempre profundamente inspirado pela natureza, ele cresceu em uma cidade costeira na Inglaterra e passou grande parte de sua vida perto de ambientes marítimos, o que serviu de inspiração para o conceito do álbum. A produção é deliberadamente simples, sem quaisquer overdubs ou adições eletrônicas, permitindo que a performance ao piano seja o único foco. Wakeman utilizou microfones de alta qualidade para capturar os tons ricos do piano, resultando em uma gravação com clareza e profundidade excepcionais. Contudo, apesar de mostrar todo seu domínio técnico, que é avassalador, limitar-se apenas a isso acaba soando repetitivo. O repertório é irregular, com poucas faixas instrumentais realmente aproveitáveis. Sendo assim, é um trabalho bem mediano, sem grandes destaques ou ganhos.
Melhores Faixas: Flying Fish, Storm Clouds, Harbour Lights
Piores Faixas: The Pirates, Waves, The Marie Celeste
Phantom Power – Rick Wakeman
NOTA: 1/10
Já nos anos 90, Rick Wakeman lança um dos vários álbuns dele que serviram como trilha sonora de filme, sendo este Phantom Power. Após o Sea Airs, Wakeman se interessou pelo romance e, logicamente, pelo filme, além da popularidade crescente do musical de Andrew Lloyd Webber nos anos 80. Wakeman, no entanto, buscou criar algo mais independente, que capturasse o espírito do enredo de maneira instrumental, em vez de seguir a estrutura de um musical tradicional. Como sempre, ele produziu esse trabalho e quis incorporar também uma seção rítmica sólida e, ocasionalmente, guitarras elétricas, que adicionam peso e dinamismo. Ele trabalhou com um grupo de músicos de apoio para trazer profundidade às composições. Apesar da dramatização, tudo aqui parece tão arrastado que você chega a querer dormir ouvindo isso. O repertório é fraquíssimo, com canções totalmente enfadonhas. Enfim, este trabalho é horroroso e sem qualquer expressão.
Melhores Faixas: (....)
Piores Faixas: Fear Of Love, Evil Love, Heat Of The Moment, The Love Trilogy, Rock Pursuit, The Stiff
Night Airs – Rick Wakeman
NOTA: 2,8/10
Ainda naquele mesmo ano, Rick Wakeman lançou Night Airs, que continuava com a abordagem trazida de outro álbum. Após o Sea Airs, Wakeman voltou sua atenção para o tema da noite, um período de quietude, reflexão e, por vezes, mistério. Inspirado por noites passadas em isolamento e pelas emoções que surgem ao contemplar o silêncio e a escuridão, ele quis criar algo profundamente emocional e introspectivo, quase como uma trilha sonora. A produção seguiu o padrão de sempre, detalhista, tentando trazer influências do som da New Age para deixá-lo cristalino e envolvente. No entanto, isso não funcionou, pois enveredar por essa vertente musical resultou apenas em uma queda de qualidade. Nem mesmo a inclusão de um piano de cauda conseguiu salvar o projeto. O repertório é fraco, com poucas canções de bom ritmo, já que as outras parecem mais uma colagem. No final das contas, é um trabalho ruim e que, felizmente, não teve uma continuação.
Melhores Faixas: Rain Shadows, The Sleeping Child
Piores Faixas: Twilight, The Sad Dream, Fox By Night
Light Up The Sky – Rick Wakeman
NOTA: 7/10
No ano de 1994, Rick Wakeman lançou um EP intitulado Light Up The Sky, que surgiu basicamente do nada. Após o lançamento de Night Airs, Wakeman continuava explorando diferentes ideias, com álbuns que transitavam entre o Rock progressivo e composições mais intimistas, baseadas no piano. Ele recebeu um convite para escrever músicas especificamente para uma grande exibição de fogos de artifício em Newcastle upon Tyne, que seria apresentada ao vivo. A produção foi, como de costume, limpa e minimalista, destacando o talento de Wakeman nos teclados. Diferente de suas obras grandiosas, que envolvem orquestras ou bandas completas, aqui foi adotada uma abordagem mais focada, com arranjos que enfatizam sons sintetizados e momentos de piano. O repertório contém apenas 4 faixas, com apenas uma delas parecendo não ter passado da fase de demo, enquanto as demais são boas. No fim, é um trabalho interessante, apesar de aleatório.
Melhores Faixas: Simply Free, The Bear, Light Up The Sky Piores Faixas: Starflight
The Seven Wonders Of The World – Rick Wakeman
NOTA: 5,2/10
No ano seguinte, o tecladista decidiu voltar a fazer trabalhos conceituais, lançando assim The Seven Wonders Of The World. Após o Light Up The Sky, Wakeman decidiu se basear nas Sete Maravilhas do Mundo Antigo (citando dois exemplos: as Pirâmides do Egito e o Templo de Ártemis em Éfeso), vendo nisso uma oportunidade de explorar as paisagens culturais e os significados simbólicos associados a cada uma das construções ou monumentos descritos. Produzido por Stuart Sawney, o som ficou polido, e cada faixa reflete a tentativa de capturar a essência única de cada uma das maravilhas. Com Rick Wakeman utilizando sua técnica nos teclados, há texturas orquestrais criadas digitalmente e, em algumas faixas, percussão programada, algo que acabou funcionando como um freio de mão para as melodias. O repertório, por mais interessante que seja, conta com algumas músicas boas, mas também tem outras bem medianas. No fim, é um trabalho irregular, que pecou na execução.
Melhores Faixas: The Statue Of Zeus, The Pharos Of Alexandria
Piores Faixas: The Pyramids Of Egypt, The Mausoleum At Halicarnassus
Return To The Centre Of The Earth – Rick Wakeman
NOTA: 2/10
Em 1999, Rick Wakeman nos presenteou com um trabalho superambicioso, mas que acabou sendo decepcionante: Return To The Centre Of The Earth. Após o The Seven Wonders Of The World, o tecladista decidiu revisitar a abordagem de seu álbum ao vivo, o Journey to the Centre of the Earth, mas com uma nova perspectiva, incluindo novas tecnologias e elementos musicais, na tentativa de criar uma expansão mais elaborada. A produção foi feita por ele mesmo e contou com uma grande variedade de músicos, incluindo uma orquestra, uma banda de Rock, além de diversos efeitos sonoros e gravações digitais. Wakeman também incluiu uma narração feita por Patrick Stewart e convidou vocalistas como Trevor Rabin, Bonnie Tyler e, surpreendentemente, Ozzy Osbourne. No entanto, tudo isso resultou em uma sonoridade completamente bagunçada. O repertório é fraquíssimo, com poucas faixas aproveitáveis. Em suma, é um trabalho ruim e totalmente desorganizado.
Melhores Faixas: The Kill, Mr Slow, Never Is A Long, Long Time
Piores Faixas: Ride Of Your Life, Buried Alive, The Volcano, Is Anybody There?, The End Of The Return, Still Waters Run Deep
Então é isso, um abraço e flw!!!