Aurora Consurgens – Angra
NOTA: 2,7/10
Mais um tempo se passou e, em 2006, o Angra lançava mais um disco: Aurora Consurgens. Após o Temple of Shadows, os fãs esperavam a continuação da sonoridade épica e narrativa do antecessor, porém eles seguiram por um caminho mais introspectivo, direto e sombrio, abandonando a estrutura conceitual rígida e explorando temas psicológicos profundos. O título vem de um manuscrito medieval atribuído a São Tomás de Aquino, mas mais conhecido na psicologia analítica por ter sido analisado por Carl Jung, dando foco a transtornos mentais e conflitos internos. A produção ficou, como sempre, a cargo do Dennis Ward, que manteve aquela sonoridade limpa e poderosa. Só que, desta vez, ele quis fazer algo mais cru, soando menos sinfônico e mais denso, pesado e técnico, mas com uma abordagem muito desalinhada, chegando ao ponto de ser sem graça. O repertório é fraquíssimo, com poucos momentos interessantes. Enfim, é um disco ruim e totalmente sem identidade.
Melhores Faixas: Passing By, Window To Nowhere
Piores Faixas: The Voice Commanding You, Abandoned Fate, Scream Your Heart Out
Aqua – Angra
NOTA: 3/10
Melhores Faixas: Hollow, Arising Thunder, Monster In Her Eyes
Piores Faixas: Weakness Of A Man, Ashes, Lease Of Life, Viderunt Te Aquæ
Secret Garden – Angra
NOTA: 8,7/10
Se passa um intervalo entre uma copa e outra, e o Angra lança seu 8º álbum, o Secret Garden. Após o péssimo Aqua, Edu Falaschi saiu oficialmente em 2012, e no seu lugar entrou Fabio Lione, conhecido por seu trabalho no Rhapsody of Fire, além da entrada do jovem baterista Bruno Valverde, substituindo Ricardo Confessori. A banda também passava por uma tentativa de se reestruturar artisticamente, após anos de instabilidade interna e críticas quanto à repetição de fórmulas anteriores. A produção foi conduzida por Jens Bogren e apresenta uma sonoridade cristalina, poderosa e equilibrada. Com guitarras extensas e modernas, teclados discretos, mas atmosféricos, bateria mais impactante, enquanto o baixo do Felipe Andreoli está mais presente do que nunca, e as linhas vocais do Lione estão mais harmônicas. O repertório é muito bom, e as canções são mais melódicas, com aquela vibe épica. No fim, é um disco legal, que mostrou a banda se reinventando.
Melhores Faixas: Black Hearted Soul, Silent Call
Vale a Pena Ouvir: Violet Sky, Newborn Me, Crushing Room
ØMNI – Angra
NOTA: 3,6/10
Em 2018, foi lançado mais um trabalho da banda paulista, intitulado ØMNI, que trazia mudanças. Após o Secret Garden, o guitarrista Kiko Loureiro decidiu sair para entrar no Megadeth, e no seu lugar entrou Marcelo Barbosa. Com isso, eles decidiram que esse projeto fosse conceitual, parte da premissa de que, no ano de 2046, uma inteligência artificial chamada ØMNI se tornaria capaz de alterar o fluxo da consciência humana, rompendo as fronteiras do tempo e possibilitando a comunicação entre passado, presente e futuro. A produção, novamente feita por Jens Bogren, trouxe camadas densas de orquestração, guitarras modernas e nítidas, bateria avassaladora e vocalizações tratadas com riqueza e tridimensionalidade. Pegando influências do Prog Metal e Power Metal, porém, muita coisa ficou repetitiva e manjada. O repertório é muito fraco, e as canções são chatíssimas, com poucas consistentes. Em suma, é um trabalho horrível que marcou um tropeço desnecessário.
Melhores Faixas: Magic Mirror, Light Of Transcendence, ØMNI - Infinite Nothing
Piores Faixas: Always More, Insania, Caveman, Black Widow's Web (tem participações da Sandy, sim, a irmã do Júnior, e também da vocalista Alissa White-Gluz, da banda Arch Enemy, com os guturais mais brochas que já ouvi)
Cycles Of Pain – Angra
NOTA: 8,5/10
Então, chegamos no último lançamento até o momento do Angra, lançado em 2023: Cycles of Pain. Após o chatíssimo ØMNI, ocorreram as mortes do pai do Rafael Bittencourt e do ex-vocalista André Matos, além dos desafios impostos pela pandemia. Esses eventos influenciaram profundamente o conteúdo lírico e emocional do disco, que aborda temas como dor, luto, superação e esperança, saindo daquele negócio de álbum conceitual que não existe. A produção ficou a cargo do Dennis Ward, que trouxe aquela sonoridade cristalina e poderosa, destacando-se pela clareza dos instrumentos e pela riqueza dos arranjos. Com destaque para o baixo do Felipe Andreoli, tem linhas melódicas e técnicas sustentando as harmonias. As guitarras do Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa oferecem riffs pesados e solos encadeados. Já o repertório é muito bom, com canções todas poderosas e cadenciadas e contendo boas participações. Enfim, é um ótimo disco e totalmente meticuloso.
Melhores Faixas: Gods Of The World, Vida Seca (participação do Lenine)
Vale a Pena Ouvir: Ride Into The Storm, Here In The Now (participação da Vanessa Moreno), Generation Warriors
Então é isso, um abraço e flw!!!