quinta-feira, 17 de abril de 2025

Analisando Discografias - Marty Friedman: Parte 1

                 

Dragon’s Kiss – Marty Friedman





















NOTA: 9/10


Em 1988, Marty Friedman decidiu lançar seu álbum de estreia, o Dragon’s Kiss. O guitarrista, que já havia se destacado na cena do Metal com o projeto Cacophony ao lado do Jason Becker, era considerado um prodígio da guitarra neoclássica, misturando técnicas virtuosas com influências orientais e clássicas. Ele vinha de uma escola diferente da maioria dos shredders da época, menos focado na velocidade pela velocidade e mais na construção de frases musicais expressivas. A produção do disco foi conduzida por ele mesmo, com uma sonoridade limpa, dando destaque absoluto a sua guitarra. A bateria foi gravada por Deen Castronovo (posteriormente baterista do Journey), e aqui tudo é bem conduzido, com uma evidente harmonia entre os elementos. O repertório é muito bom, e as canções são energéticas e cadenciadas. No geral, é um belo disco que vale a pena conferir, especialmente para quem aprecia álbuns instrumentais. 

Melhores Faixas: Dragon Mistress, Forbidden City 
Vale a Pena Ouvir: Jewel, Saturation Point, Namida (Tears)

Scenes – Marty Friedman





















NOTA: 8/10


Quatro anos se passaram, e Marty Friedman lança seu 2º álbum de estúdio, o Scenes. Após o Dragon’s Kiss, álbum que o levou a entrar no Megadeth já que Dave Mustaine havia gostado de seu trabalho, durante a turnê do Rust In Peace, ele começou a explorar um lado mais introspectivo e emocional de sua musicalidade. Ele já havia dado indícios disso, mas agora queria romper com a estética shred neoclássica e mergulhar num universo quase cinematográfico. A produção foi feita novamente por ele mesmo, mas com a ajuda de Kitarō, ícone da música New Age japonesa, conhecido por criar ambiências etéreas com sintetizadores e orquestrações eletrônicas. A escolha foi ousada, mas brilhante: Kitarō oferece o pano de fundo perfeito para que a guitarra do Marty flutue como um narrador silencioso, e tudo funciona muito bem. O repertório é muito legal, e as canções são imersivas e bem estruturadas. Enfim, é um ótimo disco, bem mais ousado. 

Melhores Faixas: Realm Of The Senses, Angel 
Vale a Pena Ouvir: Trance, Tibet

Introduction – Marty Friedman





















NOTA: 3/10


Dois anos se passaram, e Marty Friedman lança mais um trabalho intitulado Introduction (muito criativo). Após o Scenes, o guitarrista continuava expandindo sua identidade musical, longe dos riffs pesados do Megadeth. Neste projeto, Friedman mergulha ainda mais na influência oriental, adiciona elementos flamencos, clássicos e de world music, e começa a revelar o estilo que se tornaria sua assinatura definitiva. A produção, conduzida como sempre por ele, é extremamente limpa, clara e orgânica, focando muito mais no som ambiente, e as guitarras são gravadas com timbres limpos, repletos de reverberação e delicadeza. Só que tudo fica bastante arrastado, fazendo você sentir vontade de tirar um cochilo em determinados momentos que, teoricamente, seriam o ponto ápice da imersão. O repertório é fraquíssimo, e as canções, em sua maioria, são chatas e poucas sendo interessantes. Enfim, é um trabalho bem ruim e sem emoção. 

Melhores Faixas: Arrival, Siberia 
Piores Faixas: Be, Bittersweet, Luna, Escapism

True Obsessions – Marty Friedman





















NOTA: 3,3/10


Mais dois anos se passam, e ele retorna lançando seu 4º álbum, o True Obsessions. Após o fraquíssimo Introduction, Marty Friedman começou a se interessar mais profundamente pela cultura Pop japonesa, sendo este o trabalho em que ele flerta com essa estética e com um ecletismo bem diferente da cena shred ou da música ambiental japonesa. A produção segue aquele estilo de sempre, mas com um som mais urbano e polido. Sendo limpa, moderna e dinâmica, com uso de bateria eletrônica, guitarras com efeitos mais processados e camadas de teclados sutis ou ambientes eletrônicos. Ele tenta criar algo mais minimalista, misturando com Hard Rock, só que tudo acaba ficando repetitivo demais. O repertório é muito ruim, com poucos momentos interessantes e até algumas faixas cantadas, sendo poucas realmente boas. Enfim, é um disco péssimo e totalmente enjoativo. 

Melhores Faixas: Last September, Intoxicated, Rio 
Piores Faixas: Rock Box, Glowing Path, Espionage, Hands Of Time (parece uma balada horrorosa do Scorpions)

Music For Speeding – Marty Friedman





















NOTA: 8/10


Se passaram então sete anos até Marty Friedman lançar seu 5º álbum, o Music For Speeding. Após o chatíssimo True Obsessions, como sabemos, ele acabou saindo do Megadeth em 1999, alegando estar insatisfeito com os rumos criativos da banda, e se mudou para o Japão, onde mergulhou de vez na cultura e na cena musical local. Nos anos seguintes, Marty se tornou uma figura midiática no Japão, participando de programas de TV e colaborando com artistas de J-pop. Então, ele decidiu fazer um trabalho menos introspectivo e seguir para algo mais agressivo. A produção foi, como sempre, conduzida por ele mesmo. Em vez de seguir a tradição do shred puro, Marty opta por uma abordagem híbrida entre guitarrismo técnico e texturas modernas. Há uma forte presença de loops, baixo com peso de Nu Metal e o impacto do Hard Rock. O repertório é bem legal, e as canções são muito mais profundas e cadenciadas. Em suma, é um ótimo disco, e que funcionou. 

Melhores Faixas: Nastymachine, Catfight 
Vale a Pena Ouvir: It's The Unreal Thing, Lust For Life, Corazon De Santiago
  

    Então um abraço e flw!!!              

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