sexta-feira, 18 de abril de 2025

Analisando Discografias - Marty Friedman: Parte 2

                 

Loudspeaker – Marty Friedman





















NOTA: 3/10


Três anos se passaram e foi lançado mais um álbum do Marty Friedman, o Loudspeaker. Após o Music for Speeding, o guitarrista mostrava sua transição do Thrash Metal para uma sonoridade mais experimental, misturando elementos do Rock, J-pop e música tradicional japonesa com sua técnica de guitarra virtuosa. A produção foi conduzida por ele junto com Allen Isaacs, resultando em uma sonoridade cristalina, com destaque para as guitarras, como era de se esperar, né? As baterias são nítidas, com timbres secos que se encaixam bem ao estilo instrumental moderno. O baixo tem presença, mas geralmente fica a serviço das guitarras e da base rítmica. Apesar disso, tudo isso acaba tornando as canções repetitivas, com arranjos arrastados e poucos momentos vibrantes. O repertório é fraco, e as faixas são, em sua maioria, desanimadoras, com raros destaques positivos. Enfim, é um disco péssimo e sem coesão. 

Melhores Faixas: Elixir, 雑音の雨 (Static Rain), Glycerine Flesh 
Piores Faixas: Paradise Express, Devil Take Tomorrow, Black Orchid, Coloreas Mi Vida

Future Addict – Marty Friedman





















NOTA: 2/10


Dois anos se passam e o ex-guitarrista do Megadeth retorna lançando Future Addict. Após o Loudspeaker, ele decidiu que, em vez de fazer um álbum instrumental ou se aprofundar no Metal, Marty Friedman propôs um exercício ousado: reinterpretar músicas antigas de sua carreira com arranjos novos, muitas vezes distantes de suas versões originais, e com vocalização de um picareta chamado Jeremy Colson, que na verdade é baterista. A produção foi praticamente a mesma, totalmente polida, com uma abordagem sonora que mistura elementos de Rock alternativo, J-rock e até pop, refletindo a diversidade de influências que Marty cultivou desde sua mudança para o Japão. Só que tudo é muito mal mixado e todos os arranjos são vazios, fora essas linhas vocais do Jeremy, que parecem de um vocalista choroso de uma banda Emo. O repertório é horrível, a maioria dos covers é ruim e poucas faixas se salvam. Enfim, é um trabalho péssimo e totalmente esquecível. 

Melhores Faixas: Tornado Of Souls, Tears Of An Angel 
Piores Faixas: The Pit And The Pendulum, Static Rain, Breadline, Burn The Ground

Tokyo Jukebox – Marty Friedman




















NOTA: 8,8/10


No ano seguinte, Marty Friedman lança o 1º álbum de sua até então trilogia Tokyo Jukebox. Após o tenebroso Future Addict, ele decidiu mergulhar de cabeça em algo ainda mais pessoal, fazendo um tributo direto à cultura musical japonesa. O álbum é inteiramente composto por covers instrumentais de músicas populares japonesas, especialmente do universo J-pop, Anime songs, baladas e até Rock japonês. A produção, como era de se esperar, foi conduzida por ele mesmo, resultando em um som exuberante e moderno, com guitarras em primeiro plano, mas sem ofuscar os arranjos de fundo. Cada música foi cuidadosamente rearranjada para guitarra solo, respeitando a estrutura melódica original e, ao mesmo tempo, adicionando camadas de complexidade harmônica. O repertório é muito legal, todas as faixas são bem conduzidas e têm um toque imersivo. Enfim, é um belo disco, muito bem encadeado. 

Melhores Faixas: Story, Yuki No Hana 
Vale a Pena Ouvir: Tsunami, Sekai Ni Hitotsu Dake No Hana, Tsume Tsume Tsume

Bad D.N.A. – Marty Friedman




















NOTA: 8/10


Indo para 2010, Marty Friedman lança outro disco, o Bad D.N.A., que traz algumas mudanças. Após o sucesso do Tokyo Jukebox, o guitarrista decidiu fazer um trabalho que marca uma espécie de fusão de todas as suas fases anteriores, com grande foco em técnica, peso e experimentação, mas carregado da estética Pop japonesa e dos elementos eletrônicos que ele vinha absorvendo desde que se mudou para o Japão. A produção é aquela mesma de sempre, fazendo uso generoso de programação, efeitos e sintetizadores. A sonoridade é densa, moderna, às vezes caótica, mas sempre altamente trabalhada. Os timbres de guitarra vão de limpos e líricos até saturados e distorcidos ao extremo. O uso de efeitos digitais e eletrônicos é abundante, mas tudo bem conectado. O repertório é bem legal, com canções totalmente vibrantes e técnicas. No geral, é um ótimo disco e bem mais diverso. 

Melhores Faixas: Picture, Exorcism Parade 
Vale a Pena Ouvir: Random Star, Hatejoke, Specimen

Tokyo Jukebox 2 – Marty Friedman





















NOTA: 5,9/10


No ano seguinte, foi lançado Tokyo Jukebox 2, trazendo mais um material com novos covers. Após o Bad D.N.A., Marty Friedman percebeu o enorme sucesso que foi o primeiro Tokyo Jukebox e decidiu fazer uma expansão dessa ideia, com mais ousadia nos arranjos e ainda mais refinamento técnico. A produção foi conduzida, como sempre, por ele mesmo, deixando tudo muito mais polido. Os timbres são cristalinos, e a guitarra solo brilha com uma presença quase vocal. Os arranjos são mais ambiciosos, com introduções e interlúdios inéditos, variações harmônicas e uma maior exploração de dinâmicas. Só que, muitas vezes, essas camadas acabam ficando bem tediosas, com solos que soam repetitivos e sem o encadeamento técnico do seu antecessor. O repertório até começa bem, mas depois se torna extremamente irregular, com algumas faixas sem graça. No fim, é um disco mediano e com muitos erros. 

Melhores Faixas: Yeah! Meccha Holiday, Butterfly, Ame No Bojo ~ Funa Uta 
Piores Faixas: Toire No Kamisama, Beautiful Days, I Love You

Inferno – Marty Friedman





















NOTA: 2,6/10


Se passa um tempo e o Marty Friedman lança mais um álbum, intitulado Inferno. Após o Tokyo Jukebox 2, o ex-Megadeth sentiu que era hora de retomar sua posição como guitarrista de vanguarda no cenário global do Rock e Metal, fazendo um retorno agressivo e conceitual ao Heavy Metal instrumental, mas com toda a bagagem estética adquirida no Japão. A produção é aquela mesma de sempre, com uma sonoridade poderosa, moderna e extremamente bem mixada. Há passagens instrumentais que se cruzam, mudanças abruptas de tom e um arco dramático poderoso. Só que tudo é altamente genérico, o que deixa tudo muito tedioso. O repertório é muito ruim, com poucas canções interessantes, além de participações que não agregam em nada. Em suma, é um trabalho muito chato e, assim como seu título, é um inferno de se escutar. 

Melhores Faixas: Lycanthrope, Meat Hook 
Piores Faixas: I Can’t Relax, Wicked Panacea, Horrors

Wall Of Sound – Marty Friedman





















NOTA: 8,1/10


Três anos se passam e Marty Friedman lança mais um trabalho, o Wall of Sound. Após o Inferno (não vou nem fazer piada), ele quis fazer um álbum mais pesado, denso e emocionalmente arrasador, funcionando com ou sem guitarra solo. A estética é mais sombria, cinematográfica e intensa, fazendo com que esse projeto tenha bem mais virtuosismo, mostrando claramente sua habilidade. A produção é aquela mesma de sempre, mas aqui soa mais grandiosa, massiva e tridimensional, com os arranjos sendo complexos e orquestrais, incluindo cordas reais, piano, sopros, sintetizadores e muitos overdubs de guitarra. Tudo é pensado com detalhes obsessivos, criando uma paisagem sonora cheia de camadas e climas. O repertório é muito interessante, e as canções ficaram mais complexas e bem energéticas. Em suma, é um ótimo disco e muito mais imersivo. 

Melhores Faixas: Streetlight, Whiteworm 
Vale a Pena Ouvir: Pussy Ghost, Something To Fight, Miracle

Tokyo Jukebox 3 – Marty Friedman





















NOTA: 3/10


Em 2021, Marty Friedman retorna lançando Tokyo Jukebox 3, com pouquíssimas mudanças. Após o Wall of Sound, ele decidiu que, nessa continuação, retornaria à leveza e ao colorido emocional da música japonesa, mas agora com um refinamento técnico e arranjos ainda mais cinematográficos. O álbum foi gravado durante o período da pandemia, o que adiciona um tom de introspecção e humanidade mais evidente ao material apresentado. A produção é aquela mesma de sempre, que deixou tudo cristalino, com arranjos orquestrais, programações sutis, camadas de sintetizadores, instrumentos tradicionais japoneses (em algumas faixas) e uma abordagem profundamente melódica. Só que, apesar de toda essa temática mais ambiciosa que a dos anteriores, há muita coisa arrastada e sem qualquer imersão. O repertório até começa bem, mas depois decai miseravelmente. Enfim, dessa trilogia, esse certamente é o pior álbum. 

Melhores Faixas: Sebonzakura, U.S.A., Gurenge 
Piores Faixas: Sazanka, Kaze Ga Fuiteiru, Echo, Ikuze! Kaitou-Shoujo

Drama – Marty Friedman





















NOTA: 7,1/10


Então chegamos ao último lançamento até o momento do Marty Friedman, intitulado Drama. Após o fraquíssimo Tokyo Jukebox 3, o guitarrista decidiu voltar a fazer uma fusão entre a sensibilidade oriental e a técnica ocidental, refletindo sua jornada artística e pessoal. Com isso, ele quis tentar reproduzir fórmulas que apresentou desde seus dois primeiros discos. A produção, como sempre conduzida por ele mesmo, trouxe uma sonoridade bem mais polida e atmosférica, com arranjos que incluem piano, cordas e percussão sutil, criando uma atmosfera cinematográfica. Aqui, os riffs ficaram muito mais predefinidos, com grande foco em uma combinação rítmica mais marcada por percussão e, apesar de haver muitas repetições na instrumentação, tudo funciona bem. O repertório é bem legal, com canções energéticas e outras mais fracas. No final de tudo, é um disco bom e que teve uma abordagem eficiente. 

Melhores Faixas: Triumph (Official Version), Dead Of Winter (boa participação da banda Like A Storm) Tearful Confession, Thrill City 
Piores Faixas: Deep End, Song For An Eternal Child, 2 Rebeldes (Spanish Vocal)

                 Bom então é isso e flw!!!   

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