sábado, 19 de abril de 2025

Analisando Discografias - Suicidal Tendencies: Parte 1

                 

Suicidal Tendencies – Suicidal Tendencies





















NOTA: 9,8/10


Em 1983, o Suicidal Tendencies lançava seu álbum de estreia autointitulado, totalmente revolucionário. Na década de 80, a cena Punk de Los Angeles estava efervescente, com o Hardcore ganhando espaço, mais rápido, agressivo e violento, liderado por bandas como Black Flag e Dead Kennedys. O Suicidal, surgiu como um fenômeno à parte, vindo de Venice, um bairro marginalizado, com forte presença de skatistas, gangues e juventude operária. A formação contava com Mike Muir (Cyco Miko) nos vocais, Grant Estes na guitarra, Louiche Mayorga no baixo e Amery Smith na bateria. Produzido por Glen E. Friedman, o álbum foi gravado com orçamento baixo, mas com muita crueza, sem fazer muitos overdubs. Apesar de rotulados como Hardcore Punk, já traziam influências do Metal, groove e até Funk, pavimentando o caminho para o Crossover Thrash. O repertório é sensacional, e as canções são agressivas e velozes. No fim, é um baita disco e uma obra-prima do gênero. 


Melhores Faixas: Subliminal, Institutionalized, I Want More, Two Sided Politics
Vale a Pena Ouvir: Possessed, I Saw Your Mommy..., Suicide's An Alternative / You'll Be Sorry

Join The Army – Suicidal Tendencies





















NOTA: 8,8/10


Quatro anos se passaram e o Suicidal Tendencies lançou seu 2º álbum de estúdio, o Join the Army. Após o álbum de estreia, a banda californiana passou por um período conturbado. Apesar do sucesso underground do Institutionalized, o grupo enfrentou mudanças de formação, conflitos internos e problemas com a Frontier Records, que detinha os direitos do primeiro disco. Isso causou um hiato discográfico, um tempo enorme no cenário Punk. A banda retornou totalmente reformulada, com as entradas do guitarrista Rocky George, do baixista Louiche Mayorga e do baterista R.J. Herrera. A produção, conduzida por Lester Claypool junto com a banda, mantém certa crueza, mas agora com uma estrutura mais próxima do Metal, com solos bem definidos, mudanças rítmicas complexas e riffs encadeados com cuidado. O repertório é muito bom, com canções energéticas e até mais técnicas. Enfim, é um belo disco que mostra uma clara evolução da banda. 

Melhores Faixas: War Inside My Head, Join The Army, No Name, No Words, Suicidal Maniac, Looking In Your Eyes 
Vale a Pena Ouvir: The Prisoner, Possessed To Skate

How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today – Suicidal Tendencies





















NOTA: 9,4/10


No ano seguinte, eles retornam lançando seu 3º álbum, o How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today (quem entende inglês percebe o título pesado). Após o Join the Army, o Suicidal Tendencies se consolidou como uma das bandas mais importantes do Crossover Thrash, mas Mike Muir, como artista inquieto, queria mais: um som mais elaborado, emocional e com mais profundidade melódica, sem perder a agressividade. Com a entrada do guitarrista Mike Clark, eles decidiram mergulhar no Thrash Metal tradicional. A produção foi conduzida por Mark Dodson, que trouxe uma sonoridade mais cheia, densa e refinada, com camadas de guitarra bem definidas e uma mixagem que privilegia tanto a potência quanto a melodia. Graças à estrutura da gravadora Epic, este se tornou um trabalho muito mais técnico e dinâmico. O repertório é maravilhoso, com canções agressivas e melhor encadeadas. Enfim, é um ótimo disco e totalmente ousado. 

Melhores Faixas: Trip At The Brain, How Will I Laugh Tomorrow, If I Don't Wake Up, Sorry 
Vale a Pena Ouvir: One Too Many Times, Hearing Voices, The Feeling's Back

Lights Camera Revolution – Suicidal Tendencies





















NOTA: 9,4/10


Três anos se passam e a banda californiana retorna lançando Lights... Camera... Revolution!. Após o How Will I Laugh Tomorrow When I Can't Even Smile Today, o Suicidal passou por mudanças. Depois de lançar um álbum de regravações, o baixista Bob Heathcote saiu e entrou Robert Trujillo, que viria a ser um dos maiores responsáveis pela nova sonoridade, trazendo fortes influências de Funk, Jazz e Groove, com linhas de baixo complexas e pulsantes. A banda também amadureceu sua proposta musical e estética, deixando de ser apenas Punk e Thrash Metal para se tornar uma entidade própria. A produção permaneceu praticamente a mesma, cristalina e cheia de dinâmica, com espaços para intros, interlúdios, transições dramáticas e até grooves dançantes, com guitarras mais nítidas, encorpadas e com timbres variados. O repertório é incrível, com canções energéticas e totalmente dinâmicas. No fim, é um ótimo disco que seguiu os passos de seu antecessor. 

Melhores Faixas: You Can't Bring Me Down, Get Whacked, Give It Revolution, Send Me Your Money 
Vale a Pena Ouvir: Alone, Disco's Out, Murder's In

The Art Of Rebellion – Suicidal Tendencies





















NOTA: 8,5/10


Dois anos se passam e o Suicidal Tendencies lança mais um disco, o The Art of Rebellion. Após o Lights... Camera... Revolution!, a banda havia ganhado novo status dentro do Metal. No entanto, Mike Muir não queria repetir fórmulas, especialmente com todo aquele sucesso do Grunge e do Rock alternativo. Muir e Robert Trujillo se aprofundavam cada vez mais nas explorações sonoras com o outro projeto deles, o Infectious Grooves, mas queriam algo mais sombrio e sério no Suicidal. Além disso, a abordagem lírica agora tem menos crítica social direta e mais introspecção, angústia psicológica, alienação e crises existenciais. A produção ficou a cargo do Peter Collins, que deixou tudo mais limpo, detalhado e atmosférico, com guitarras cheias de efeitos, baixo e bateria mais contidos, e as linhas vocais do Cyco Mike mais dramáticas e carregadas de sentimento. O repertório é bem legal, e as canções são bem mais diversas. No geral, é um disco interessante e bem maduro da banda. 

Melhores Faixas: Monopoly On Sorrow, Nobody Hears, Which Way To Free? 
Vale a Pena Ouvir: Can't Stop, It's Going Down, Gotta Kill Captain Stupid

Suicidal For Life – Suicidal Tendencies





















NOTA: 8/10


Tempos depois, a banda lança mais um disco, o Suicidal for Life (bendito título esse). Após o The Art of Rebellion e depois de regravarem seu primeiro álbum, o Suicidal Tendencies alcançou uma visibilidade que nunca havia experimentado antes, porém a gravadora Epic pressionou a banda a continuar nessa abordagem. Mike Muir sentia que o grupo havia sido mal compreendido, taxado como "banda alternativa", quando ainda se via como uma entidade livre. Enquanto isso, o baterista R. J. Herrera saiu da banda e entrou Jimmy DeGrasso. A produção foi feita por Paul Northfield, que atendeu ao desejo do Cyco Mike de fazer um som mais cru, abafado e agressivo, com guitarras secas, bateria estalada, baixo menos funkeado e tudo sendo mais direto e bruto. Além disso, as letras voltaram a ser mais sujas e cheias de crítica social. O repertório é bem legal, com canções pesadíssimas e cheias de revolta. Em suma, é um trabalho muito bom, mas que acabou sendo um fiasco. 

Melhores Faixas: Suicyco Muthafuck, Evil 
Vale a Pena Ouvir: Invocation, No Bullshit, I Wouldn't Mind, What Else Could I Do?

                                                         Então é isso e flw!!!      

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