E.S.P. – Miles Davis
NOTA: 8,5/10
Mais dois anos se passaram e Miles Davis lançava mais um trabalho intitulado E.S.P.. Após o Quiet Nights, depois de um período conturbado na virada dos anos 60, incluindo problemas de saúde e afastamentos temporários, Miles retorna com uma nova visão criativa e uma banda que desafiava os limites do Jazz tradicional. Formando assim seu Second Great Quintet com Wayne Shorter (sax tenor), Herbie Hancock (piano), Ron Carter (baixo) e Tony Williams (bateria). Todos eram músicos jovens, criativos e ousados, que davam suporte (e desafio) à liderança do trompetista. Com produção conduzida por Irving Townsend, a estética do álbum acompanha o clima de um Jazz que se desprende do passado e busca o novo, sendo tudo muito movimentado, mostrando experimentação e liberdade. O repertório é muito bom, com canções energéticas e também com uma camada intimista. Enfim, é um trabalho muito bom e diferenciado.
Melhores Faixas: Little One, Mood
Vale a Pena Ouvir: Eighty-One, Iris
Miles Smiles – Miles Davis
NOTA: 7,2/10
Novamente se passam dois anos, e Miles Davis lança Miles Smiles, que trouxe algumas mudanças. Após o E.S.P., seu quinteto já era conhecido por suas performances ao vivo eletrizantes, que transformavam standards em longas viagens sonoras usando time no changes, ou seja, tocando fora de uma progressão harmônica fixa, mesmo dentro de composições relativamente simples. A produção foi realizada por Teo Macero, sendo gravado em apenas dois dias, com uma gravação que capturou a espontaneidade crua do quinteto, com poucas edições e overdubs. É um álbum mais cru e direto que seu antecessor, e ainda mais ousado em termos de forma, ritmo e harmonia. Só que muita coisa é bastante desequilibrada e, às vezes, percebe-se que falta um pouco mais de camadas rítmicas. O repertório é bem legal, com canções atmosféricas, mas com apenas uma abaixo da média. No geral, é um disco bom, mas que é muito superestimado pelos adoradores do gênero.
Melhores Faixas: Footprints, Ginger Bread Boy, Orbits
Piores Faixas: Circle
Sorcerer – Miles Davis
NOTA: 8,7/10
Melhores Faixas: Pee Wee, The Sorcerer
Vale a Pena Ouvir: Limbo, Masqualero
Nefertiti – Miles Davis
NOTA: 9/10
Em 1968, Miles Davis lançava mais um trabalho novo, o Nefertiti, que trouxe poucas mudanças. Após o Sorcerer, o trompetista estava decidido a sair dessa fórmula acústica, fazendo um canto do cisne da linguagem acústica do grupo e, ao mesmo tempo, o mais radical e introspectivo. Neste álbum, a coletividade atinge o ápice: as composições são mais concisas, mas a interpretação é altamente abstrata. A produção foi feita por Teo Macero junto com Howard Roberts, que colocaram um som limpo e bem balanceado, captando a sutileza da dinâmica do grupo. A produção se destaca por não interferir: Miles queria capturar o som do quinteto em estado puro, sem overdubs ou manipulação. Um detalhe interessante: esta é a primeira vez que todas as composições do álbum são dos integrantes da banda, refletindo em um repertório incrível, com canções diversificadas e belíssimas. Em suma, é um baita trabalho e totalmente abstrato.
Melhores Faixas: Madness, Riot
Vale a Pena Ouvir: Nefertiti
Miles In The Sky – Miles Davis
NOTA: 9,2/10
Logo no meio do ano foi lançado Miles in the Sky, que seguiu uma abordagem totalmente diferente. Após o Nefertiti, Miles Davis sentia que o Jazz tradicional, mesmo em seu formato mais avançado, começava a parecer estagnado. Ele queria mudar o som para dialogar com o presente, e esse presente, em 1968, incluía James Brown, Jimi Hendrix, Sly Stone, os Beatles e o Funk (americano, logicamente), que nascia no meio da psicodelia. A produção, feita como sempre por aquele mesmo produtor, mostra um Miles cada vez mais obcecado por textura e repetição. O tempo se estica, os temas se reduzem ao essencial e a performance ganha contornos quase hipnóticos, mostrando estruturas baseadas em grooves e as influências que acabaram sendo a base do que seria chamado de Jazz Rock e Jazz Fusion. O repertório contém apenas 4 faixas, muito boas e totalmente atmosféricas. Enfim, esse disco é maravilhoso e puramente experimental.
Melhores Faixas: Black Comedy, Stuff
Vale a Pena Ouvir: Country Son, Paraphernalia
Filles De Kilimanjaro – Miles Davis
NOTA: 8,8/10
Melhores Faixas: Filles De Kilimanjaro (Girls Of Kilimanjaro), Tout De Suite
Vale a Pena Ouvir: Mademoiselle Mabry (Miss Mabry), Frelon Brun (Brown Hornet), Petits Machins (Little Stuff)
In A Silent Way – Miles Davis
NOTA: 10/10
Melhor Faixa: Shhh / Peaceful
Vale a Pena Ouvir: In A Silent Way
Então é isso e flw!!!