Milestones – Miles Davis
NOTA: 8,9/10
Logo depois, Miles Davis lançou outro belo disco: Milestones, que trouxe algumas mudanças. Após o Relaxin’, Miles começou a fazer a transição daquele seu estilo mais conhecido, para começar a desenvolver o Modal Jazz. Esse disco é o prenúncio da revolução estética que ele lideraria ao abandonar as progressões harmônicas complexas e rápidas, típicas do Bebop, em favor de modos mais abertos, que ofereciam maior liberdade melódica. A produção foi feita por George Avakian, com uma sonoridade limpa e bem captada para a época, permitindo que cada instrumento respire, mesmo nas passagens mais densas. A produção valoriza os solos e os diálogos entre os sopros, captando com fidelidade a dinâmica e a intensidade da performance do sexteto, que contava com nomes como Cannonball Adderley e John Coltrane. O repertório é bem interessante, com canções muito boas e um toque mais imersivo e melódico. No fim, é um disco muito legal, que foi so uma base.
Melhores Faixas: Milestones, Two Bass Hit
Vale a Pena Ouvir: Billy Boy
Porgy And Bess – Miles Davis
NOTA: 8,8/10
Melhores Faixas: Summertime, Gone, Gone, Gone, Fishermen, I Loves You, Porgy, Strawberry And Devil Crab
Vale a Pena Ouvir: Oh Bess, Oh Where's My Bess, My Man's Gone Now
Miles Davis And The Modern Jazz Giants – Miles Davis
NOTA: 7/10
Dois meses depois, foi lançado mais um disco pela Prestige: Miles Davis and the Modern Jazz Giants. Após o Porgy and Bess, sua antiga gravadora decidiu resgatar um material gravado entre os anos de 1954 e 1956, que trazia alguns músicos importantíssimos ao lado do Miles Davis, como o vibrafonista Milt Jackson e o baterista Kenny Clarke, além do pianista Thelonious Monk, que acabou brigando com Miles, pois ele queria que Monk não tocasse durante seus solos. A produção, feita por Bob Weinstock, foi simples como sempre, sendo quente, íntima, com ênfase nos médios e agudos. O som do trompete de Miles é cristalino e frontal, enquanto o vibrafone do Milt Jackson traz um brilho cintilante que contrasta com o toque mais dissonante de Monk no piano, embora em alguns momentos isso gere conflito e deixe os arranjos inconsistentes. O repertório é interessante, mas traz algumas canções que deixam a desejar. Enfim, é um disco legal, mas com seus problemas.
Melhores Faixas: Bemsha Swing, The Man I Love (Take 2), 'Round About Midnight
Piores Faixas: The Man I Love (Take 1), Swing Spring
Kind Of Blue – Miles Davis
NOTA: 10/10
E aí chegou a grande obra-prima de Miles Davis, o Kind of Blue. Após o Miles Davis and the Modern Jazz Giants, Miles percebeu que o Hard Bop e o Bebop estavam ficando repetitivos e sem inovação. Inspirado pela música modal e pelas ideias do teórico George Russell, ele propôs uma nova abordagem: improvisar sobre modos em vez de acordes complexos. Com o fim daquele lendário quinteto, ele reuniu um time dos sonhos com John Coltrane, Cannonball Adderley, Bill Evans, Paul Chambers e Jimmy Cobb. A produção ficou por conta do Irving Townsend, que deixou tudo equilibrado. Miles forneceu apenas esboços das estruturas modais, buscando espontaneidade total, já que confiava na intuição de seus colegas. Ou seja, nada foi ensaiado, e tudo aqui é improvisação pura. O repertório contém 5 faixas sensacionais, todas dignas de coletânea. No fim, é um clássico absoluto e um dos maiores álbuns de todos os tempos.
Melhores Faixas: So What, Blue In Green, Flamenco Sketches
Vale a Pena Ouvir: All Blues, Blue In Green
Workin’ – Miles Davis
NOTA: 9/10
No começo do ano de 1960, foi lançado mais um álbum de Miles Davis, sendo o penúltimo por sua antiga gravadora, intitulado Workin’. Após o atemporal Kind of Blue, a Prestige, vendo todo esse sucesso, decidiu lançar um dos trabalhos do trompetista dos tempos de seu lendário quinteto, trazendo todo aquele Hard Bop, combinando virtuosismo, lirismo, swing forte e um senso de coesão único. A produção foi conduzida por Bob Weinstock, com uma gravação direta, sem overdubs, e o conceito era capturar o som cru e verdadeiro do quinteto, com a naturalidade de uma jam session ou de uma apresentação em clube. Miles usava a famosa surdina Harmon em seu trompete, sem a haste, criando aquele som abafado e íntimo, quase como se estivesse falando direto no ouvido do ouvinte. O repertório é bem legal, com canções leves e um toque animado. Enfim, é um belíssimo disco, que chega até a parecer refinado.
Melhores Faixas: It Never Entered My Mind, Trane's Blues, Four
Vale a Pena Ouvir: Half Nelson, Ahmad's Blues
Então um abraço e flw!!!