terça-feira, 27 de maio de 2025

Analisando Discografias - Bunny Wailer: Parte 1

                 

Blackheart Man – Bunny Wailer





















NOTA: 9,3/10


Voltando para o ano de 1976, Bunny Wailer também lançava seu 1º trabalho solo, o Blackheart Man. Após o lançamento do Burnin’, como sabemos, ele e Peter Tosh saíram do The Wailers, deixando apenas Bob Marley. Só que, em vez de tentar expandir sua música fora de seu país, ele decidiu preservar o caráter espiritual e introspectivo do Reggae. Ele preferia permanecer na Jamaica, imerso na cultura rastafári e focado em mensagens mais esotéricas, ligadas à sua vivência mística. A produção, feita pelo próprio Bunny Wailer, é sofisticada e orgânica, com arranjos densos e profundos. Cada faixa é meticulosamente construída: linhas de baixo meditativas, percussões nyabinghi, harmonias vocais ricas e atmosferas introspectivas. Só que tudo é bem melódico, acessível mesmo para ouvintes não familiarizados com a cosmologia rastafári. O repertório é muito bom, e as canções são profundas e envolventes. Enfim, é um belo disco de estreia e também um clássico. 

Melhores Faixas: Fighting Against Conviction, Blackheart Man, Dreamland, This Train 
Vale a Pena Ouvir: Rasta Man, Bide Up, Reincarnated Souls

Protest – Bunny Wailer





















NOTA: 8,5/10


Logo depois, se passa um ano e ele lança seu 2º disco, o Protest, que segue por um lado mais reflexivo. Após o Blackheart Man, Bunny Wailer se consolidou como uma das vozes mais distintas do Roots reggae, adotando uma postura mais filosófica, reflexiva e didática, fiel à tradição rastafári mais ortodoxa. Esse projeto é mais conceitual, abordando resistência moral, cultural e espiritual, direcionado à juventude, à diáspora e ao povo jamaicano. A produção foi praticamente a mesma, mas ele deixou os instrumentos bem definidos, as vozes são colocadas de forma reverente e espiritual, e os efeitos sonoros são usados com moderação. As faixas têm arranjos limpos, mas densos em significado e intenção. A abordagem Roots difere um pouco em alguns momentos, com influências de Soul music e Rock. O repertório é ótimo, e as canções têm todo aquele toque de leveza e profundidade. Em suma, é um trabalho consistente que complementa suas teses. 

Melhores Faixas: Moses Children, Get Up Stand Up, Who Feels It 
Vale a Pena Ouvir: Quit Trying, Johnny Too Bad

Struggle – Bunny Wailer





















NOTA: 8/10


No ano seguinte, foi lançado seu 3º álbum, o Struggle, em que ele decidiu aprofundar ainda mais seu conceito. Após o Protest, Bunny Wailer consolidou-se como uma voz distinta no Roots Reggae, ao lado do Bob Marley e Peter Tosh. Enquanto Marley internacionalizava a música jamaicana e Tosh lançava ataques diretos ao imperialismo ocidental, Bunny adotava uma postura mais filosófica, reflexiva e didática, fiel à tradição rastafári mais ortodoxa. Com esse projeto, ele abordou com mais profundidade a crítica social e espiritual, tratando de temas como opressão, resistência e fé. A produção, como sempre, foi feita por ele mesmo, e aqui ele trouxe arranjos mais refinados e uma sonoridade que equilibra o Roots com influências do nyabinghi e da Soul music, muito para captar todo o contexto rítmico de cada faixa. Falando nisso, o repertório é muito bom, e as canções são todas bastante reflexivas. No geral, é um ótimo disco, embora muito menosprezado. 

Melhores Faixas: Power Strugglers, Bright Soul 
Vale a Pena Ouvir: Let The Children Dance, Got To Move

              Então um abraço e flw!!!              

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