461 Ocean Boulevard – Eric Clapton
NOTA: 10/10
Então se passaram quatro anos até Eric Clapton lançar seu sensacional 2º álbum, o 461 Ocean Boulevard. Após seu álbum de estreia e Layla and Other Assorted Love Songs, com o Derek and the Dominos, Clapton caiu em um isolamento profundo devido à dependência de heroína, quase abandonando sua carreira musical. Durante esse hiato, refugiou-se emocionalmente, ficando recluso por dois anos. Amigos como Pete Townshend (The Who) foram fundamentais para resgatá-lo e, após se desintoxicar, Clapton decidiu reiniciar sua carreira de forma mais calma e introspectiva. Com produção do Tom Dowd, Clapton adotou uma sonoridade envolvente e orgânica, com mais foco no groove e menos em solos virtuosísticos. Isso marcou uma virada em seu estilo, mergulhando mais no Reggae e no Southern Rock, sem sair do Blues, obviamente. O repertório é fantástico, digno de coletânea, de tantas canções maravilhosas. Mas, enfim, é um baita disco e, certamente, um clássico.
Melhores Faixas: I Shot The Sheriff, Give Me Strength, Let It Grow, Please Be With Me
Vale a Pena Ouvir: Motherless Children, I Can't Hold Out, Get Ready
There's One In Every Crowd – Eric Clapton
NOTA: 8,7/10
Melhores Faixas: Swing Low Sweet Chariot, High, Little Rachel, Don’t Blame Me
Vale a Pena Ouvir: Pretty Blue Eyes, The Sky Is Crying
No Reason To Cry – Eric Clapton
NOTA: 8,9/10
Mais um ano se passa, ele retorna lançando outro disco novo, o No Reason To Cry. Após o There's One In Every Crowd, Eric Clapton sentia a necessidade de buscar novos ares e inspirações criativas. Embora seu status como lenda da guitarra estivesse consolidado, havia dúvidas sobre a consistência de seu trabalho solo. Naquele momento, Clapton estava cada vez mais envolvido com a cena americana do Folk Rock, especialmente com membros da The Band, um dos grupos mais influentes na fusão entre Rock, Country, Blues e música americana tradicional. Produção feita por ele junto com Rob Fraboni, colocaram um som natural, descontraído, caloroso, mas também menos centrado na guitarra e mais voltado ao coletivo e à composição. Com isso eles deixaram de lado aquelas influencias de Reggae e foi mais para o Country e Blues. O repertório é bem interessante, e as canções são muito mais diversificadas. Em suma, é um ótimo disco e um dos mais maduros de sua carreira.
Melhores Faixas: Sign Language (participação do Bob Dylan), Black Summer Rain, All Our Pastimes
Vale a Pena Ouvir: Hello Old Friend, Hungry
Slowhand – Eric Clapton
NOTA: 10/10
Indo para 1977, Eric Clapton lançava mais um trabalho sensacional, intitulado Slowhand. Após o No Reason to Cry, Clapton sentia a necessidade de retomar o equilíbrio entre acessibilidade comercial e sua identidade musical. Percebendo que estava artisticamente maduro, em um momento de sobriedade relativa (embora ainda com uso ocasional de álcool) e com o forte apoio de sua banda, ele decidiu retornar a uma estética mais centrada no Rock e no Blues. A produção foi conduzida por Glyn Johns, que optou por uma abordagem naturalista: poucas camadas, foco nos instrumentos reais e grande ênfase no groove sutil e no espaço sonoro. Clapton só queria alguém com autoridade que pudesse canalizar a energia da banda sem deixá-la se perder em improvisações infindáveis ou excesso de overdubs. O repertório é maravilhoso, e as canções são bem envolventes, cadenciadas e tendem para um lado mais profundo. No final, é um belíssimo disco e uma completa obra-prima.
Melhores Faixas: Wonderful Tonight, Cocaine (não tem apologia; a letra é inteiramente uma crítica), Lay Down Sally
Vale a Pena Ouvir: Peaches And Diesel, The Core, We're All The Way
Backless – Eric Clapton
NOTA: 8/10
Outro ano se passou, e Clapton lançou seu 6º álbum de estúdio, intitulado Backless. Após o Slowhand, Eric Clapton se encontrava em uma posição de grande prestígio artístico e comercial. Porém, com o sucesso também vieram pressões. Além disso, Clapton ainda vivia intensamente envolvido em sua vida pessoal turbulenta: seu relacionamento com Pattie Boyd (ex-mulher do George Harrison) começava a apresentar fissuras, e seus problemas com o álcool cresciam. A produção desse disco foi conduzida mais uma vez por Glyn Johns e seguiu praticamente a mesma linha, mas com uma inclinação maior para o lado mais acústico e Country, menos voltada a um produto radiofônico, e com doses maiores de sutileza rítmica e contemplação lírica. Com Clapton e sua banda explorando uma vertente mais virtuosa. O repertório é bem legal, com canções interessantes e mais melódicas. No final de tudo, é um disco bacana, que expandiu um pouco mais os caminhos do seu antecessor.
Melhores Faixas: Promises, Watch Out For Lucy
Vale a Pena Ouvir: Golden Ring, If I Don't Be There By Morning, Roll It
É isso, então flw!!!