sábado, 24 de maio de 2025

Analisando Discografias - Foo Fighters: Parte 2

                 

Echoes, Silence, Patience & Grace – Foo Fighters





















NOTA: 8,9/10


Passou-se mais um tempinho, e a banda lançou mais um trabalho novo: Echoes, Silence, Patience & Grace. Após o In Your Honor, Dave Grohl já havia se estabelecido, à época, não apenas como líder da banda, mas como uma das figuras mais respeitadas do Rock moderno. Depois de excursionar extensivamente, o Foo Fighters queria refinar sua sonoridade. A ideia era unir toda aquela agressividade com arranjos sofisticados e letras introspectivas, mas de maneira coesa e sem a segmentação conceitual do disco anterior. A produção foi conduzida por Gil Norton, que adotou uma abordagem limpa, dinâmica e equilibrada, permitindo que tanto os momentos mais intensos quanto os mais contidos respirassem. A mixagem soube valorizar os contrastes e percorre desde o Post-Grunge ao Rock alternativo, incluindo até um pouco de acústico. O repertório é muito legal, e as canções são bem energéticas e melódicas. Em suma, é um disco bom e muito equilibrado. 

Melhores Faixas: The Pretender, Come Alive, Let It Die, But, Honestly 
Vale a Pena Ouvir: Summer's End, Erase / Replace, Home

Wasting Light – Foo Fighters





















NOTA: 9,4/10


Pulando para 2011, o Foo Fighters lançava, certamente, seu disco mais pesado: Wasting Light. Após o Echoes, Silence, Patience & Grace, Dave Grohl mergulhou em diversos projetos paralelos, incluindo o supergrupo Them Crooked Vultures, com Josh Homme e John Paul Jones. Essa experiência reacendeu sua paixão por um som mais cru, direto e analógico. A ideia de gravar um novo álbum da banda sem computadores, em fita analógica e com produção totalmente caseira surgiu como uma resposta à superprodução da música mainstream contemporânea (continua até hoje). A produção foi feita pela banda em parceria com Butch Vig, o mesmo que produziu Nevermind, do Nirvana, e aplicou sua abordagem característica: um som cru e pesado, mas com um polimento que manteve tudo muito bem equilibrado, unindo o Rock alternativo ao Hard Rock. O repertório é incrível, e as canções são todas pesadíssimas e profundas. Enfim, é um baita disco, totalmente visceral. 

Melhores Faixas: Walk, Rope, These Days, Arlandria 
Vale a Pena Ouvir: White Limo, A Matter Of Time, Back & Forth

Sonic Highways – Foo Fighters





















NOTA: 3/10


Três anos depois, a banda lançou mais um álbum novo, o Sonic Highways, um trabalho bastante ambicioso. Após o Wasting Light, Dave Grohl desenvolveu um interesse ainda maior pela história do rock americano. Isso culminou no documentário Sound City (2013), no qual ele explorou o legado do estúdio de mesmo nome e a importância da gravação analógica. Inspirado pelo projeto, Grohl concebeu algo ainda mais ousado: um álbum que fosse também um documentário, em que cada faixa fosse gravada em uma cidade diferente dos EUA, com convidados locais e letras inspiradas na história musical e cultural de cada local. A produção foi conduzida novamente por Butch Vig, e a sonoridade resultante é bastante variada, muito por conta das participações especiais. As influências alternativas permanecem, embora haja também elementos de Jazz, Folk e até Noise. No entanto, muita coisa soa manjada. O repertório é fraco, com poucas canções realmente interessantes, e o restante variando entre o medíocre e o esquecível. No fim, é um disco inconsistente e decepcionante. 

Melhores Faixas: The Feast And The Famine (participação do Peter Stahl e Skeeter Thompson), Subterranean (participação do Bem Gibbard) 
Piores Faixas: What Did I Do?/God As My Witness (participação do Gary Clark, Jr.), I Am A River (participação do Tony Visconti e Kristeen Young), Congregation (participação do Zac Brown)

Concrete And Gold – Foo Fighters





















NOTA: 3,6/10


Mais três anos se passaram até o Foo Fighters lançar seu 9º álbum, o Concrete and Gold. Após o Sonic Highways, surgiram rumores sobre possíveis mudanças na banda, até mesmo sobre um possível fim, o que acabou sendo satirizado por eles próprios em um vídeo cômico em 2016. Na verdade, a banda estava se preparando para mais um passo ousado: um disco que, diferente do anterior, não teria um conceito geográfico ou documental, mas sim uma fusão inesperada de peso e música Pop. A produção foi conduzida pela banda em parceria com Greg Kurstin, e seguiu por um caminho totalmente polido, com forte presença de camadas vocais, teclados vintage, guitarras densas e baterias com peso de arena. As influências vão do Rock alternativo ao Hard Rock, passando pelo Rock psicodélico e até Soul, mas tudo soa muito vazio e sem emoção. O repertório é fraquíssimo, com canções ruins e poucas realmente boas. No geral, é mais um disco fraco e sem precisão. 

Melhores Faixas: The Sky Is A Neighborhood, La Dee Da (ambas com participação da Alison Mosshart), The Line 
Piores Faixas: Make It Right (participação não muito boa do Justin Timberlake), Concrete And Gold, Run, Happy Ever After (Zero Hour)

Medicine At Midnight – Foo Fighters





















NOTA: 2,5/10


Pulando para o fatídico ano de 2021, foi lançado o 10º álbum do Foo Fighters, o Medicine at Midnight. Após o Concrete and Gold, em vez de seguir aquele caminho mais pesado, Dave Grohl começou a revisitar sons dançantes, funkeados e com clima mais leve, evocando David Bowie na fase Let’s Dance, INXS e até Prince. A proposta era fazer um disco de festa, mas sem abandonar a identidade da banda. Este trabalho estava previsto para 2020, mas foi adiado por conta da pandemia. A produção foi feita novamente por Greg Kurstin, que explorou grooves dançantes, texturas eletrônicas discretas, riffs limpos e refrões melódicos, com forte influência do Rock alternativo oitentista, Funk Rock e bastante Pop Rock. No entanto, tudo soa desequilibrado e sem nexo, refletindo em um repertório terrível, com canções pavorosas e poucas que se salvam. Em suma, é um trabalho tenebroso, que acabou marcado por ser o último com Taylor Hawkins, que faleceria logo depois. 

Melhores Faixas: Chasing Birds, Holding Poison 
Piores Faixas: Love Dies Young, Shame Shame, Medicine At Midnight

But Here We Are – Foo Fighters





















NOTA: 9,3/10


Então chega o ano de 2023, quando foi lançado o último álbum até o momento do Foo Fighters, o But Here We Are. Após o terrível Medicine at Midnight, veio a inesperada morte do baterista Taylor Hawkins, ocorrida em março de 2022. A perda foi devastadora para Dave Grohl, que, poucos meses depois, também perderia sua mãe, Virginia Hanlon Grohl, figura central em sua vida e carreira. O impacto duplo dessas perdas molda todo o conceito lírico e emocional do álbum. O disco foi gravado de forma catártica, com Grohl assumindo a bateria, como fizera nos dois primeiros álbuns da banda. A produção foi conduzida por ele em parceria com Greg Kurstin, resultando em uma abordagem mais enxuta e crua. Há reverbs intensos e uma bateria raivosa, que resgatam elementos do Post-Grunge, Rock alternativo e até mesmo nuances de Shoegaze. O repertório é maravilhoso, e as canções são pesadíssimas e densas. No final, é um baita disco e uma homenagem muito decente. 

Melhores Faixas: Under You, Rest, The Teacher (homenagem à mãe do Grohl, e o título se refere ao fato de que ela foi professora), Nothing At All 
Vale a Pena Ouvir: The Glass, Show Me How (participação da Violet Grohl, filha do Dave)

                                              Então é isso, um abraço e flw!!!           

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