domingo, 25 de maio de 2025

Analisando Discografias - Sunny Day Real Estate

                  

Diary – Sunny Day Real Estate





















NOTA: 10/10


Em 1994, o Sunny Day Real Estate lançava seu clássico álbum de estreia, o Diary. A banda, formada em Seattle (sim, o lar do Grunge), contava com o baixista Nate Mendel, o baterista William Goldsmith e o guitarrista Dan Hoerner, que também era o vocalista até que Jeremy Enigk assumiu a função, tornando-se o coração da banda. Influenciados por Fugazi e pelo Emocore do Rites of Spring, ajudaram moldar o que viria a ser conhecido como Midwest Emo, ou a segunda onda do Emo. Após circularem suas demos, assinaram com a Sub Pop, gravadora que abrigou muitos dos principais nomes do Grunge. A produção, conduzida por Brad Wood, seguiu uma abordagem crua e orgânica, com baterias estrondosas, guitarras cristalinas, baixos melódicos e os vocais do Jeremy, que variam entre sussurros, gritos e emoção pura. O repertório é impressionante, e as canções são todas fantásticas, dignas de uma coletânea. No fim, é um disco de estreia sensacional e um clássico do Emo. 

Melhores Faixas: Seven, In Circles, Song About An Angel, 48, Sometimes 
Vale a Pena Ouvir: 47, Grendel

Sunny Day Real Estate [LP2] – Sunny Day Real Estate





















NOTA: 8,8/10


Logo no ano seguinte, a banda lançou seu 2º álbum autointitulado, também conhecido como LP2 ou álbum rosa. Após o atemporal Diary, quando estavam em turnê, a banda anunciou sua inesperada separação. Uma das razões foi que Jeremy Enigk converteu-se ao cristianismo. Houve também um desgaste nas relações internas, principalmente entre Jeremy e o guitarrista Dan Hoerner. Além disso, o sucesso repentino pegou todos de surpresa, pressionando uma banda que ainda era emocionalmente imatura e fragilizada, e olha que eles já tinham material pronto. A produção, conduzida novamente por Brad Wood, adotou um som mais contido, com arranjos menos urgentes e mais etéreo-melancólicos, apontando para caminhos do Post-Rock, Math Rock e uma pegada mais alternativa. O repertório é bem legal, as canções são melódicas e densas, e tudo foi improvisado, já que as letras estavam incompletas. No fim, é um disco bacana, apesar de todo aquele momento conturbado. 

Melhores Faixas: 8, Red Elephant, Waffle, Friday 
Vale a Pena Ouvir: Rodeo Jones, Iscarabaid

How It Feels To Be Something On – Sunny Day Real Estate





















NOTA: 9,8/10


Se passaram três anos e, de forma surpreendente, o Sunny Day lançava mais um disco, o fantástico How It Feels To Be Something On. Após o álbum rosa, Jeremy Enigk mergulhou em sua carreira solo, Dan Hoerner acabou se afastando, e Nate Mendel e William Goldsmith entraram no Foo Fighters. Porém, em 1997, uma improvável reunião aconteceu. William e Jeremy voltaram a compor juntos e convenceram Dan a retornar. Nate preferiu continuar no Foo Fighters, então eles chamaram Jeff Palmer para ser baixista. A produção, feita por Greg Williamson, seguiu um lado mais cinemático, quase Post Rock em alguns momentos, apesar de continuar nas influências do Midwest Emo e do Rock alternativo. O uso de teclados vintage e reverberações profundas contribuiu para um clima etéreo. O repertório é maravilhoso e as canções são todas impressionantes. Enfim, é um belo disco e um dos mais maduros da banda. 

Melhores Faixas: Pillars, How It Feels To Be Something On, Every Shining Time You Arrive, 100 Million, Days Were Golden 
Vale a Pena Ouvir: Guitar And Video Games, Roses In Water

The Rising Tide – Sunny Day Real Estate





















NOTA: 8,4/10


Então, em 2000, é lançado o 4º e último álbum até o momento (para não dizer definitivo) do Sunny Day Real Estate, o The Rising Tide. Após o How It Feels To Be Something On, a banda seguiu em turnê e continuou a desenvolver sua sonoridade. Entretanto, o baixista Jeff Palmer saiu da banda, e quem assumiu o baixo foi, praticamente, Jeremy Enigk. Nesse período, a banda assinou com uma gravadora major, a Time Bomb. Essa decisão causou certo ceticismo entre os fãs, que temiam uma “domesticação” do som. A produção, conduzida por Lou Giordano junto com a banda, seguiu um lado mais limpo e expansivo, com uma abordagem orquestrada, detalhista e dinâmica, principalmente nos vocais do Jeremy, que mostram muitas influências do U2, Yes e até um pouco do Radiohead. O repertório é interessante, com canções legais e outras mais fracas. Em suma, é um disco bom, apesar de ser o mais fraco da banda. E embora eles tenham voltado à ativa, um trabalho novo parece bem difícil. 

Melhores Faixas: Faces In Disguise, Killed By An Angel, One, Disappear 
Piores Faixas: The Ocean, Tearing In My Heart

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