domingo, 25 de maio de 2025

Analisando Discografias - Jeremy Enigk: Parte 1

                 

Return Of The Frog Queen – Jeremy Enigk





















NOTA: 8/10


Voltando ao ano de 1996, Jeremy Enigk lançava seu 1º trabalho solo, o Return of the Frog Queen. Como sabemos, depois do álbum rosa o Sunny Day acabou (por pouco tempo), e com isso o vocalista declarou publicamente sua conversão ao cristianismo. Essa transição existencial coincidiu com um afastamento da música pesada e visceral, então ele decidiu fazer um projeto mais focado no Pop barroco e em um lado melódico e espiritual. A produção foi conduzida por Greg Williamson, e aqui Jeremy surge com uma orquestra de 21 músicos (cordas, sopros, harpas) e uma abordagem mais próxima do Nick Drake e do King Crimson. A sonoridade é intencionalmente analógica, com uma estética Lo-fi de luxo: cada ruído, cada respiração e cada textura orgânica está ali para amplificar a fragilidade emocional do conteúdo. O repertório é bem legal, com canções profundas e totalmente introspectivas. No geral, é um trabalho muito interessante e ousado. 

Melhores Faixas: Abegail Anne, Call Me Steam 
Vale a Pena Ouvir: Carnival, Lizard, Shade And The Black Hat

World Waits – Jeremy Enigk





















NOTA: 8,3/10


Então, se passaram 10 anos até que Jeremy Enigk lançasse seu 2º disco solo, o World Waits. Após o Return of the Frog Queen e o retorno ao Sunny Day Real Estate, que durou até 2000, ele percebeu que o Emo da segunda geração reverberava diretamente da estética que ele ajudou a criar. Ao mesmo tempo, o Indie orquestral e espiritual de artistas como Sufjan Stevens parecia aproximar-se da sonoridade lírica do Frog Queen. Assim, decidiu fazer um trabalho muito mais profundo e pessoal. A produção, conduzida por ele junto do John Myers, é totalmente expansiva, mas sem perder a sensação de intimidade. É um disco que soa cinemático e orgânico ao mesmo tempo, equilibrando timbres acústicos (cordas, piano, harpa, vocais corais) com instrumentos elétricos, percussões firmes e algumas influências do Indie Rock, Folk e Art Rock. O repertório é bem interessante, e as canções são melódicas e espirituais. Enfim, é um trabalho muito bom e carregado de profundidade. 

Melhores Faixas: Been Here Before, Cannons, Burn 
Vale a Pena Ouvir: River To Sea, World Waits

The Missing Link – Jeremy Enigk





















NOTA: 5/10


No ano seguinte, foi lançado seu 3º álbum de estúdio, o The Missing Link, que era praticamente uma edição deluxe do anterior. Após o World Waits, Jeremy Enigk decidiu explorar novas direções musicais. Este trabalho funciona como uma ponte entre sua obra anterior e futuras experimentações, apresentando uma mistura de canções inéditas e reinterpretações de faixas anteriores, agora com um acabamento rítmico mais profundo. A produção foi praticamente a mesma, e aqui eles seguiram por um lado mais enxuto, focando em arranjos simples e diretos, destacando a voz emotiva do Jeremy e suas composições introspectivas. A abordagem segue o Indie Folk e o Pop barroco, mas tudo acaba se tornando um verdadeiro pastiche de Neutral Milk Hotel com Smashing Pumpkins, totalmente inexpressivo e sem graça. O repertório é muito irregular, com canções novas interessantes ou ruins, e reinterpretações que não são lá grande coisa. Enfim, é um disco mediano e completamente desnecessário. 

Melhores Faixas: Been Here Before, Oh John, Chewing Gum 
Piores Faixas: On The Wayside, Dare A Smile, Canons

          Então é isso, um abraço e flw!!!             

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