Niandra LaDes And Usually Just A T-Shirt – John Frusciante
NOTA: 7/10
Em 1994, John Frusciante lançava seu 1º trabalho solo, o Niandra LaDes and Usually Just a T-Shirt. Após o lançamento de Blood Sugar Sex Magik, ele sentiu o peso do estrelato e uma profunda crise de identidade artística. Como sua musicalidade era mais voltada à introspecção, ao surrealismo e à vanguarda, passou a rejeitar o sucesso e entrou em um período de isolamento. Abandonando a banda e se refugiou em sua casa em Venice, Califórnia, onde gravou dezenas de fitas cassete com músicas experimentais. A produção, feita por ele mesmo, seguiu uma estética Lo-fi, cheia de chiados, distorções acidentais, gravações imperfeitas e com ele tocando todos os instrumentos, deixando tudo orgânico e cru, numa mistura de Slacker Rock e Avant-folk. O repertório é dividido em duas partes, sendo a primeira com composições interessantes e a segunda com improvisações esquisitas que até se encaixam no contexto. Enfim, é um disco até que legal, mas que não é fácil de entender.
Melhores Faixas: Running Away Into You, My Smile Is A Rifle, Mascara, Your Pussy's Glued To A Building On Fire, Untitled #2, Untitled #6
Piores Faixas: Been Insane, Untitled #3, Untitled #11, Untitled #10
Smile From The Streets You Hold – John Frusciante
NOTA: 2/10
Melhores Faixas: Poppy Man, I'm Always
Piores Faixas: Life's A Bath, Nigger Song, Estress, Smile From The Streets You Hold, I May Again Know John
To Record Only Water For Ten Days – John Frusciante
NOTA: 8,7/10
Então entra nos anos 2000 e foi lançado mais um disco de John Frusciante, o To Record Only Water for Ten Days. Após o delicado Smile From the Streets You Hold, Frusciante saiu do fundo do poço entre 1997 e 1998, passou por reabilitação e retornou triunfalmente ao Red Hot Chili Peppers em 1999 para gravar o sucesso Californication. Essa fase marcou uma reorientação total em sua vida: espiritualidade, disciplina, sobriedade e uma nova concepção de arte, decidindo fazer um trabalho que mostrasse toda a sua redenção e seu lado mais emocional. A produção, como sempre conduzida por ele mesmo, seguiu aquela estética Lo-fi, com o uso de bateria eletrônica, sintetizadores simples, efeitos analógicos, sua inconfundível guitarra limpa e atmosférica, e vocais com algumas semitonações que, apesar de tudo, conseguem funcionar. O repertório é bem legal, e as canções são todas leves e intimistas. No fim, é um belo disco e extremamente puro.
Melhores Faixas: Going Inside, Murderers, With No One
Vale a Pena Ouvir: Moments Have You, The First Season, Ramparts, Remain
Shadows Collide With People – John Frusciante
NOTA: 9/10
Três anos se passaram e foi lançado seu 4º álbum de estúdio, o Shadows Collide With People. Após o To Record Only Water for Ten Days, John Frusciante viveu um renascimento pessoal e artístico. Com um estilo cada vez mais melodioso e limpo, ele se aprofundou em estudos sobre espiritualidade, consciência, arte sonora e começou a colaborar com Josh Klinghoffer. Decidiu fazer com que suas ideias sonoras ganhassem um tratamento de estúdio profissional, sem perder a essência crua e espiritual de seu estilo. A produção, feita como sempre pelo próprio guitarrista, seguiu por um caminho mais refinado, com tudo bem mixado, mas sem ser polido ao ponto de apagar a fragilidade ou espontaneidade das performances. O resultado é uma sonoridade típica de um Art Rock com influências alternativas, e tudo isso ganhou respaldo da Warner. O repertório é muito bom, e as canções são bem dinâmicas e leves. Em suma, é um trabalho incrível e relaxante.
Melhores Faixas: Wednesday's Song, Regret, In Relief, The Slaughter, Ricky, This Cold
Vale a Pena Ouvir: Cut-Out, Song To Sing When I'm Lonely, Second Walk
The Will To Death – John Frusciante
NOTA: 8,4/10
No ano seguinte, foi lançado mais um trabalho novo do Frusciante, o The Will to Death. Após o Shadows Collide With People, o guitarrista sentiu que a produção profissional e o número excessivo de overdubs estavam afastando-o da essência natural da arte. Inspirado por princípios minimalistas e espirituais, ele decidiu mudar radicalmente sua abordagem criativa. Assim, surgiu a ideia de gravar seis álbuns solo em seis meses, com o mínimo de takes, overdubs e edição. A produção foi feita com equipamentos simples, com takes diretos e mínima pós-produção. A estética é intencionalmente Lo-fi, com instrumentos levemente desafinados, vocais crus e gravações que muitas vezes parecem ensaios. Frusciante toca guitarra, baixo e canta, enquanto seu parceiro Josh Klinghoffer atua na bateria, teclados e algumas guitarras. O repertório é bem interessante, e as canções ficaram mais melódicas e introspectivas. No fim, é um disco bom e que marca um retorno à sua fórmula tradicional.
Melhores Faixas: The Will To Death, A Loop, Wishing
Vale a Pena Ouvir: The Days Have Turned, An Exercise, Far Away
É isso, então flw!!!