segunda-feira, 23 de junho de 2025

Analisando Discografias - Ice Cube: Parte 1

                  

Death Certificate – Ice Cube





















NOTA: 10/10


Em 1991, foi lançado o 2º álbum do Ice Cube, o espetacular e clássico Death Certificate. Após o excepcional AmeriKKKa’s Most Wanted, que o consolidou como um dos letristas mais contundentes do Rap americano. Só que, nesse período, havia muita tensão racial nos EUA, com destaque para o caso Rodney King, a brutalidade policial em Los Angeles, que elevaram o clima nas ruas e também na música. Ice Cube mergulha nesse cenário inflamável com um álbum ainda mais agressivo, denso e controverso. A produção, conduzida por ele junto com Boogieman e Sir Jinx, segue por um lado mais sombrio e pesado, sendo menos exuberante e mais focada, com batidas mais lentas e tensas, samples escolhidos para provocar inquietação e uma forte base no Gangsta Rap. O repertório é simplesmente sensacional, dividido em The Death Side e The Life Side, com as faixas se encaixando bem em cada parte. No final, é um disco excepcional e uma obra-prima do Rap. 

Melhores Faixas: No Vaseline (famosa diss pro N.W.A.), My Summer Vacation, The Wrong Nigga To Fuck Wit, True To The Game, I Wanna Kill Sam, Color Blind, A Bird In The Hand 
Vale a Pena Ouvir: Doing Dumb Shit, Givin' Up The Nappy Dug Out, Alive On Arrival, Horny Lil' Devil

The Predator – Ice Cube





















NOTA: 9,8/10


No ano seguinte, foi lançado mais um disco fenomenal do Cube, o The Predator. Após o Death Certificate, ele partiu novamente para o estúdio para gravar mais um álbum, em meio a um momento de tensão social e racial intensificada nos EUA, poucos meses após os distúrbios de Los Angeles em 1992, provocados pela absolvição dos policiais envolvidos na agressão brutal contra Rodney King. Esse projeto reflete toda essa turbulência com uma abordagem mais focada em denúncias políticas, experiências pessoais e críticas ao sistema. A produção, conduzida pelo rapper junto com DJ Pooh, Sir Jinx, Torcha Chamba e DJ Muggs, mantém aquela pegada do G-Funk, com batidas pesadas, linhas de baixo marcantes e grooves contagiantes, mas também apresenta variações que incluem produções mais densas e atmosferas tensas. O repertório é incrível, e as canções são todas bem reflexivas e profundas. Em suma, é outro discaço e certamente um clássico. 

Melhores Faixas: It Was A Good Day, Now I Gotta Wet 'Cha, Check Yo Self (lembrando que a versão que ficou conhecida foi a Remix que também tinha Das EFX), When Will They Shoot?, We Had To Tear This Mothafucka Up, Don't Trust 'Em 
Vale a Pena Ouvir: Who Got The Camera?, Gangsta's Fairytale 2, The Predator, Dirty Mack

Lethal Injection – Ice Cube





















NOTA: 9,5/10


Se passa mais um ano, e o Ice Cube lança seu 4º álbum de estúdio, o Lethal Injection. Após o The Predator, que explorou temas sociais, raciais e políticos em meio a uma sonoridade que mesclava o hardcore com o Funk, ele decidiu aprofundar seu compromisso com o G-Funk, estilo que dominava o Hip-Hop da Costa Oeste naquele momento, buscando uma sonoridade mais acessível. Isso marcou uma leve mudança em sua abordagem sonora, mais voltada para batidas funkadas, grooves elaborados e refrões cativantes, mas mantendo suas letras críticas. A produção foi bem diversificada, como sempre, contando com Q.D.III (Quincy Jones III) e Sir Jinx, que colocaram batidas mais suaves e polidas, com grooves envolventes, baixo marcado, teclados e sintetizadores, deixando de lado aquele som agressivo e focando mais na cadência e numa vibezinha. O repertório, novamente, é incrível, e as canções são carregadas de profundidade. No final, é outro disco excepcional e muito ousado. 

Melhores Faixas: You Know How We Do It, Ghetto Bird, Bop Gun (One Nation) (faixa longuíssima com participação do lendário George Clinton), Down For Whatever, What Can I Do? 
Vale a Pena Ouvir: Enemy, When I Get To Heaven, Really Doe

              Então um abraço e flw!!!              

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