War & Peace Vol. 1 (The War Disc) – Ice Cube
NOTA: 8,2/10
Em 1998, Ice Cube retorna lançando mais um disco, este que faria parte de uma sequência: War & Peace Vol. 1 (The War Disc). Após o Lethal Injection, o rapper passou um longo período sem lançar um álbum solo. Durante esse intervalo, ele se envolveu em diversos projetos paralelos, incluindo os grupos Westside Connection e Da Lench Mob. Além disso, sua carreira como ator decolava, com participações em filmes como Friday (que também coescreveu), o que contribuiu para sua onipresença cultural mesmo longe dos estúdios de gravação, e só depois ele retornaria à música. A produção foi bastante diversificada, com nomes como Bud’da e N.O. Joe, misturando o som cru e agressivo do Gangsta Rap dos anos 90 com algumas experimentações mais modernas, ainda trazendo aquela atmosfera sombria com batidas densas. O repertório é bem interessante, e as canções são todas cheias de profundidade, com muita crítica social. Enfim, é um ótimo disco, que trouxe um bom conceito.
Melhores Faixas: Ghetto Vet, The Curse Of Money (ótima feat do Mack 10) War & Peace, The Peckin' Order
Vale a Pena Ouvir: Greed, Fuck Dying (participação interessante da banda Korn), Limos, X-Bitches, 3 Strikes You In, Demos & Bimbos
War & Peace Vol. 2 (The Peace Disc) – Ice Cube
NOTA: 8,7/10
Dois anos se passaram, foi lançado War & Peace Vol. 2 (The Peace Disc), que foi a finalização dessa sequência. Após o War & Peace Vol. 1 (The War Disc), Cube continuou a expandir sua carreira cinematográfica, participando de filmes como Next Friday e consolidando sua imagem como um artista multifacetado, além de prometer que sua segunda parte tivesse um enfoque mais “calmo”. No entanto, não se trata de um álbum “pacífico”, mas sim de um projeto que busca abordar temas mais reflexivos, existenciais e, por vezes, até sentimentais, contrastando com a agressividade do War Disc. A produção foi praticamente a mesma, com a inclusão do Dr. Dre e até do P. Diddy (é...), e eles mantiveram o alto padrão técnico, com beats pesados e contemporâneos à virada do milênio, seguindo todas aquelas influências do Rap da Costa Oeste. O repertório é muito bom, e as canções são mais reflexivas e até mais dançantes. No fim, é um disco bacana, que faz valer a pena ouvir essa sequência.
Melhores faixas: Hello (feat nostálgica do Dr. Dre e MC Ren), You Can Do It (faixa dançante com Mack 10 e Ms. Toi), Until We Rich (ótima feat com Krayzie Bone), Roll All Day, The Gutter Shit (Jayo Felony foi o melhor das outras duas feats)
Vale a Pena Ouvir: Record Company Pimpin’, Supreme Hustle, Gotta Be Insanity, You Ain't Gotta Lie (Ta Kick It)
Laugh Now, Cry Later – Ice Cube
NOTA: 8/10
Melhores Faixas: Why We Thugs, The Nigga Trap, Smoke Some Weed, Click, Clack - Get Back!
Vale a Pena Ouvir: Laugh Now, Cry Later, Go To Church (feat doida do Snoop Dogg e Lil Jon), You Gotta Lotta That, Growin' Up, The Game Lord
Raw Footage – Ice Cube
NOTA: 7,2/10
Mais dois anos se passaram, e o Cube retornava lançando seu 8º álbum, o Raw Footage. Após o Laugh Now, Cry Later, ele via um cenário musical dominado por novas gerações e estilos, como o Rap do Sul na era pré-Trap, o autotune e a ascensão de artistas como Lil Wayne. Ainda assim, Ice Cube se recusa a seguir tendências. O disco foca em temas sociais, políticos e existenciais, refletindo uma América pré-Obama em crise, com questões raciais e morais fervilhando. A produção foi, como sempre, bem diversificada, marcadamente sombria, seca e pesada, com elementos do G-Funk digital da Costa Oeste, além de traços de Boom Bap e toques modernos, sem soar radiofônico. O foco está nas letras e no impacto direto das batidas, só que há muita coisa falha, como flow repetitivo e uma ou outra beatzinha sem graça. O repertório, de certo modo, é muito bom, com canções profundas, mas há algumas faixas fraquinhas. No fim, é um disco bom, mas que tem seus erros.
Melhores Faixas: Get Money, Spend Money, No Money, Gangsta Rap Made Me Do It, Stand Tall, It Takes A Nation, Tomorrow
Piores Faixas: Jack N The Box, Here He Come (feat com filho dele, que foi até melhor, mas não salvou essa música fraquíssima)
I Am The West – Ice Cube
NOTA: 5,9/10
Em 2010, ele volta lançando mais um trabalho novo, o I Am The West, que foi um pouco mais moderno. Após o Raw Footage, Ice Cube já havia demonstrado que sua prioridade era o discurso consciente e a crítica social. Contudo, com o avanço da idade e o crescimento de sua carreira fora da música, muitos questionavam se ele ainda manteria relevância em um cenário dominado por artistas como Drake, Rick Ross e Kanye West. O álbum foi lançado sob seu selo, já que a Priority havia se tornado EMI e o vínculo com o rapper foi encerrado. A produção é diversificada, com nomes como Sir Jinx e DJ Montay, misturando o som clássico do G-Funk com elementos contemporâneos, graves pesados e sintetizadores funkados, mas em alguns momentos a mixagem ficou bagunçada, com a batida entrando em cima das rimas do Cube. O repertório é irregular, com canções interessantes e outras genéricas. Em suma, é um trabalho mediano que parece ter sido lançado às pressas.
Melhores Faixas: Y'all Know How I Am, Too West Coast (uma curiosidade nessas duas faixas tem a participação do Young Maylay que é o dublador do CJ, e ele foi muito bem), No Country For Young Men, Hood Robbin'
Piores Faixas: Drink The Kool-Aid, It Is What It Is, Your Money Or Your Life, Urbanian
Everythangs Corrupt – Ice Cube
NOTA: 3,4/10
Melhores Faixas: Ain't Got No Haters (Too $hort amassou demais), Good Cop, Bad Cop, Bad Dope
Piores Faixas: Fire Water, On Them Pills, Still In The Kitchen, Don't Bring Me No Bag, Everythangs Corrupt
Por hoje é só, então flw!!!