1977 – Ash
NOTA: 9,6/10
No ano de 1996, foi lançado o álbum de estreia do Ash, o 1977, que, por sinal, tem uma capa que até dá dor de cabeça. Formada em 1992 em Downpatrick, Irlanda do Norte, pelos adolescentes Tim Wheeler (vocais/guitarra), Mark Hamilton (baixo) e Rick McMurray (bateria), a banda começou como um grupo de garagem inspirado pelo Punk Rock e Pop britânico, gravando demos caseiras que misturavam a crueza dos Ramones com a melodia dos Pixies. Graças a um EP, chamaram a atenção da gravadora Infectious, sendo apontados como uma das novas promessas da explosiva cena Britpop. A produção, conduzida por Owen Morris junto com a banda, é propositalmente barulhenta, cheia de distorções, feedbacks e saturações, com ênfase em guitarras ruidosas, vocais levemente abafados e uma bateria vibrante, no estilo Lo-fi de luxo. O repertório é bem legal, com canções animadas e outras mais cadenciadas. No geral, é um belo disco de estreia e muito coeso.
Melhores Faixas: Girl From Mars, Goldfinger, Oh Yeah, Innocent Smile, Gone The Dream
Vale a Pena Ouvir: Lost In You, Kung Fu, Let It Flow
Nu-Clear Sounds – Ash
NOTA: 7,7/10
Melhores Faixas: Wildsurf, Burn Out, Jesus Says, Aphrodite, Low Ebb
Piores Faixas: I'm Gonna Fall, Death Trip 21, Folk Song
Free All Angels – Ash
NOTA: 8,7/10
Em 2001, foi lançado o 3º álbum da banda irlandesa, o Free All Angels, que trouxe algumas mudanças. Após o Nu-Clear Sounds, a banda sentiu o peso do fracasso relativo, o que gerou uma crise criativa e financeira. Com a presença consolidada da Charlotte Hatherley na guitarra e nos backing-vocals, o grupo entrou nos anos 2000 decidido a reconquistar o público com canções mais acessíveis, mas sem abrir mão da energia e da integridade artística. A produção, conduzida por Owen Morris junto com a banda, foi realizada em uma casa alugada na Espanha, com um setup mais relaxado e menos pressão corporativa. O resultado é um disco mais ensolarado, espontâneo, polido sem ser artificial, que mistura a urgência adolescente com uma maturidade lírica, pegando influências do Rock alternativo e do Power Pop. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem diversificadas e puras. No fim, é um ótimo disco e que teve sucesso.
Melhores Faixas: Burn Baby Burn, Shining Light, Sometimes, Pacific Palisades
Vale a Pena Ouvir: Cherry Bomb, There's A Star (a introdução dessa música lembra Star Wars, mas com motivo: os caras são fãs obcecados pela franquia)
Meltdown – Ash
NOTA: 9/10
Três anos se passaram, e foi lançado mais um trabalho do Ash, o Meltdown, que foi meio que uma junção de tudo. Após o Free All Angels, apesar da aclamação e do sucesso comercial, a banda desejava evoluir mais uma vez. Eles não queriam repetir a fórmula radiofônica e ensolarada do disco anterior. Em vez disso, buscaram algo mais pesado, urgente e físico. O mundo pós-11 de setembro também impactou a banda, que começou a compor com uma carga emocional mais densa e um clima mais sombrio. Esse trabalho é mais contido e escuro, reunindo elementos dos álbuns anteriores. A produção, feita por Nick Raskulinecz junto com a banda, ficou robusta, pesada e polida, com guitarras encorpadas, bateria forte e uma mixagem poderosa. A sonoridade combina uma pegada mais alternativa com influências do Pop-punk e do Power Pop. O repertório é incrível, e as canções carregam profundidade e leveza. Em suma, é um belíssimo disco e um dos melhores da banda.
Melhores Faixas: Orpheus, Starcrossed, Meltdown, Won't Be Saved, Renegade Cavalcade
Vale a Pena Ouvir: Clones, Detonator
Twilight Of The Innocents – Ash
NOTA: 7/10
No ano de 2007, foi lançado mais um trabalho deles, intitulado Twilight of the Innocents. Após o Meltdown, o Ash havia experimentado uma fase de reinvenção sonora mais pesada, conquistando novos públicos. Só que ocorreu a saída da Charlotte Hatherley em 2006, que havia sido um dos pilares da evolução musical da banda. Com isso, o grupo voltou ao formato original de power trio, com Tim Wheeler, Mark Hamilton e Rick McMurray. Nesse trabalho, a proposta foi um Rock alternativo grandioso e reflexivo, com letras mais existenciais. A produção, feita pelo próprio Tim Wheeler, teve um maior foco em arranjos elaborados, climas emocionais, cordas, teclados e variações dinâmicas. É, de certo modo, o álbum mais orquestrado da banda, mas que também apresenta muita encheção de linguiça e falta de imersão em momentos mais cadenciados. O repertório é bom, com canções legais e outras mais chatinhas. No geral, é um disco legal, mas que faltou complemento.
Melhores Faixas: You Can't Have It All, Ritual, Blacklisted, Shattered Glass
Piores Faixas: Palace Of Excess, Princess Six, End Of The World
Então um abraço e flw!!!