segunda-feira, 21 de julho de 2025

Analisando Discografias - Eighteen Visions: Parte 2

                 

The Best Of – Eighteen Visions





















NOTA: 8/10


No ano de 2001, o Eighteen Visions lançou mais um disco intitulado The Best Of (que tem título de coletânea, mas não é). Após o Until The Ink Runs Out, o Eighteen Visions se reuniu junto com sua gravadora Trustkill para regravar os EPs Lifeless e No Time For Love e o álbum Yesterday Is Time Killed: obras que estavam fora de circulação e de difícil acesso na época. Com isso, a banda aproveitou para relançar esse material sob uma nova roupagem, oferecendo uma nova chance para o público conhecer suas raízes no Metalcore caótico dos anos 90. A produção foi conduzida mais uma vez pelo Jeff Forrest, que manteve aquela essência crua, além de dar mais coesão ao material e organizá-lo de forma que funcionasse como um álbum propriamente dito. O som é extremamente cru, distorcido, agressivo e com mixagens que favorecem os vocais gritados e guitarras abafadas. O repertório ficou muito bom e, de certo modo, bem ordenado. No geral, é um disco legal e bem intenso. 

Melhores Faixas: Raping. Laughing. Tasting. Temptation, Dead Rose 
Vale a Pena Ouvir: Diana Gone Wrong, Diana Gone Wrong, Motionless And White (única faixa inédita)

Vanity – Eighteen Visions





















NOTA: 8,8/10


No ano seguinte, foi lançado o 4º álbum deles, intitulado Vanity, que mostrou uma dinâmica diferente. Após o The Best Of, a banda queria profissionalizar ainda mais seu som, sem perder a ferocidade. Ao mesmo tempo, começava a flertar com um approach mais acessível, seja nas composições, nos refrões ou nas estruturas mais organizadas de suas canções. Com produção do Greg Koller, o trabalho seguiu para um lado mais limpo e potente, sendo muito mais refinado, com guitarras mais definidas, bateria nítida e uso de overdubs e texturas para criar uma experiência mais sólida e menos improvisada. Ainda há sujeira, mas é controlada. Os vocais do James Hart são mais variados, alternando entre gritos desesperados e vocais limpos, além de flertarem um pouco mais com o Post-Hardcore e o Metal alternativo, mas ainda mantendo-se dentro do Metalcore. O repertório é muito bom, e as faixas são mais variadas e complexas. No fim, é um ótimo disco, cheio de ousadia. 

Melhores Faixas: One Hell Of A Prize Fighter, You Broke Like Glass, The Critic 
Vale a Pena Ouvir: Vanity, Sonic Death Monkey, In The Closet

Obsession – Eighteen Visions





















NOTA: 8,6/10


Dois anos depois, o Eighteen Visions lançava Obsession, que seguia por um caminho bem diferente. Após o Vanity, aconteceram várias mudanças: o baixista Mick Morris, que havia entrado nos dois últimos álbuns, quis seguir por um caminho mais encorpado e Brandan Schieppati saiu para focar em sua própria banda, então baterista Ken Floyd teve que assumir também o papel de guitarrista. A banda queria seguir por uma direção mais acessível, quem sabe para competir com outras bandas como Killswitch Engage, Avenged Sevenfold e Atreyu. A produção foi feita por Andrew Murdock, Scott Gilman e Fred Archambault, que buscaram uma sonoridade mais polida, com riffs mais diretos. A bateria tem ênfase nos graves e no bumbo. O baixo aparece com mais presença, e os vocais do James Hart transitam entre guturais, gritos rasgados e vocais melódicos. O repertório é bem legal, com canções pesadas e profundas. Em suma, é um ótimo disco e muito subestimado. 

Melhores Faixas: Tower Of Snakes, Waiting For The Heavens 
Vale a Pena Ouvir: I Let Go, Bleed By Yourself, Lost In A Dream, Obssesion

Eighteen Visions – Eighteen Visions





















NOTA: 3/10


Mais dois anos depois, e a banda lançava seu 6º album autointitulado, e aqui eles passaram um pouco mais do ponto. Após o Obsessions, que levou a banda um novo patamar de reconhecimento eles se viram diante de uma encruzilhada criativa. A cena metalcore estava mudando: bandas como Avenged Sevenfold, Bullet For My Valentine e até Bring Me The Horizon começavam a experimentar formatos mais comerciais e estilizados, e o Eighteen Visions decidiu seguir esse caminho chegando assinar com a Epic Records. Produção feita por Machine (Gene Freeman), que foi para um caminho mais limpo, direto e massivo. Os riffs foram simplificados e fortalecidos para impacto imediato, os vocais do James ganharam um protagonismo claro e a bateria Trevor Friedrich ficou contida, só que tudo ficou um Hard Rock e Metal alternativo bem manjado. O repertório é muito ruim, e as canções são fracas e tendo poucas legais. Enfim, é um disco péssimo e bem esquecível. 

Melhores Faixas: Pretty Suicide, Black And Bruised, Coma 
Piores Faixas: Your Nightmare, Victim, Broken Hearted, Last Night

XVIII – Eighteen Visions





















NOTA: 8/10


Foi só em 2017 que o Eighteen retornou, lançando um novo álbum intitulado XVIII (como o próprio título já indica). Após o fraquíssimo último disco da banda, o grupo passou por turbulências internas, mudanças de direção artística e um desgaste generalizado, encerrando suas atividades. Durante os anos seguintes, os membros se dedicaram a outros projetos. Só que, com o revival do Metalcore, eles retornaram, agora como um trio formado por James Hart, Keith Barney (guitarra e baixo) e Trevor Friedrich (bateria), assinando com a gravadora independente Rise. A produção foi conduzida por Mick Kenney, conhecido por seu trabalho intenso e cru, o que combinou perfeitamente com a proposta do álbum. A sonoridade é pesada, suja, agressiva e moderna, com riffs mais graves, vocais brutalmente gritados e uma abordagem mais densa e sufocante. O repertório é muito bom, com canções mais encadeadas e agressivas. Enfim, é um ótimo trabalho e bem coeso. 

Melhores Faixas: The Disease, The Decline, And Wasted Time, Picture Perfect 
Vale a Pena Ouvir: Oath, Laid To Waste In The Shit Of Man, Crucified
  

1996 – Eighteen Visions





















NOTA: 5,4/10


Então chegamos a 2021, quando foi lançado o último álbum de relevância do Eighteen Visions, o 1996. Após o XVIII, a banda recuperou sua relevância na cena pesada e reafirmou sua identidade ligada ao Metalcore. Só que eles decidiram gravar um álbum de covers com o nome 1996, uma homenagem direta à década formativa, que moldou tanto seu som quanto sua postura estética. Com produção conduzida pelo próprio guitarrista Keith Barney, o disco é propositalmente cru, sem lapidações excessivas, capturando a estética das gravações Lo-fi da época, mas com uma qualidade sonora compatível com os padrões modernos. As guitarras, tanto de Keith quanto do novo guitarrista Josh James, têm um timbre seco e saturado. Os vocais do James Hart são bem agressivos, porém muita coisa não conseguiu se encaixar, ficando tudo um tanto vazio. O repertório, apesar de interessante, conta com alguns covers bons. Enfim, é um trabalho mediano, e faltou mais moldagem. 

Melhores Faixas: Them Bones (Alice In Chains), Terrible Lie (Nine Inch Nails), Sad But True (Metallica) 
Piores Faixas: Down (Stone Temple Pilots), Born From Pain (Earth Crisis), The Hangedman (Damnation A.D.)


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