quinta-feira, 10 de julho de 2025

Analisando Discografias - Funeral For a Friend: Parte 1

                 

Casually Dressed & Deep In Conversation – Funeral For A Friend





















NOTA: 10/10


Em 2003, foi lançado o magnífico álbum de estreia do Funeral For a Friend, o Casually Dressed & Deep in Conversation. Formada em 2001 na cidade de Bridgend, no País de Gales, a banda mostrava uma intensidade emocional do Post-Hardcore com apelo do Emo e elementos do Metalcore Melódico. A formação, após muitas mudanças, se consolidou em 2002 com Matthew Davies-Kreye (vocalista), Kris Roberts (guitarra), Gareth Davies (baixo) e Ryan Richards (bateria), lançando 2 EPs: Between Order and Model e Four Ways to Scream Your Name, que rapidamente chamaram a atenção da gravadora Atlantic. A produção, feita por Colin Richardson e pela banda, apresenta um trabalho preciso, que equilibra com habilidade a crueza do Post-Hardcore com uma estética mais polida e melódica, mantendo a energia visceral e com momentos gritados. O repertório é maravilhoso, e as canções são todas excelentes. No final, é um baita disco e um clássico do gênero. 

Melhores Faixas: Rookie Of The Year, Escape Artists Never Die, Juneau, Red Is The New Black, She Drove Me To Daytime Television, Bullet Theory 
Vale a Pena Ouvir: Moments Forever Faded, Bend Your Arms To Look Like Wings, Waking Up

Hours – Funeral For a Friend





















NOTA: 9,5/10


Passaram-se apenas dois anos e foi lançado o 2º álbum do Funeral For a Friend, o Hours. Após o clássico Casually Dressed & Deep in Conversation, a banda rapidamente se consolidou como um dos nomes mais relevantes da cena Post-Hardcore britânica dos anos 2000. Com esse novo trabalho, a banda se propôs a amadurecer sua sonoridade. Em vez de simplesmente repetir a fórmula que os havia colocado no mapa, eles decidiram suavizar os elementos mais agressivos, enfatizando melodias e a construção de arranjos mais ambiciosos. A produção, feita por Terry Date junto com a banda, resultou em um som mais denso, refinado e com um peso emocional bem trabalhado, com guitarras menos caóticas e mais texturizadas, uma bateria com pegada forte e os vocais do Matt Davies-Kreye mais melódicos e presentes, embora os backing screams do Kris Coombs-Roberts ainda surjam em momentos pontuais. O repertório, novamente, é incrível, e as canções são bem agressivas e energéticas. No final, é outro belo trabalho, muito bem construído. 

Melhores Faixas: Roses For The Dead, Hospitality, All The Rage, The End Of Nothing, Alvarez
Vale a Pena Ouvir: Drive, History, Streetcar

Tales Don't Tell Themselves – Funeral For A Friend





















NOTA: 8,5/10


Dois anos se passam, e o Funeral For a Friend lançava seu 3º álbum, o Tales Don't Tell Themselves. Após o Hours, a banda decidiu arriscar ainda mais: apresentar um álbum conceitual. Essa decisão marcou um afastamento radical de suas raízes Post-Hardcore e Emo. Em vez de explorar rupturas emocionais e o caos juvenil, o disco abraça a narrativa, o drama e a grandeza de um épico, contando a história fictícia de um pescador perdido no mar e o impacto de sua ausência sobre sua família. Produção feita por Gil Norton, o som ficou mais épico, polido e expansivo. As guitarras soam mais suaves, com maior ênfase em arranjos climáticos e refrões amplos. A bateria, embora ainda poderosa, está contida dentro de estruturas mais convencionais. O destaque vai para os vocais do Matt Davies-Kreye, que aqui mostram seu alcance em registros mais melódicos, e tudo se encaixa bem. O repertório é bem legal, e as canções são bem construídas. No fim, é um trabalho bacana e que envelheceu bem. 

Melhores Faixas: The Diary, Walk Away, Out Of Reach 
Vale a Pena Ouvir: All Hands On Deck: Part 2: Open Water, The Great Wide Open, One For The Road

Memory And Humanity – Funeral For A Friend





















NOTA: 4/10


Mais um ano se passou, e a banda voltou lançando mais um trabalho: Memory and Humanity, que teve seus problemas. Após o Tales Don't Tell Themselves, o Funeral For a Friend se viu diante de um dilema artístico. A ousadia de lançar um álbum conceitual com forte apelo melódico, centrado numa narrativa épica sobre perda e reencontro, afastou parte dos fãs mais antigos. Então, eles decidiram reconciliar suas duas facetas: a intensidade emocional e os vocais gritados do início da carreira com o lirismo melódico e a estrutura mais acessível. A produção foi conduzida por Romesh Dodangoda, apostando numa estética mais crua e orgânica. Os vocais do Matt Davies-Kreye aparecem mais versáteis, alternando entre melodias claras e momentos gritados, enquanto as guitarras ganham destaque com riffs mais secos, só que tudo soa manjado e bem repetitivo. O repertório é bem fraquinho, e as canções ficaram bem genéricas. No geral, é um disco ruim e sem graça. 

Melhores Faixas: Beneath The Burning Tree, Constant Illuminations, You Can't See The Forest For The Wolves, Maybe I Am? 
Piores Faixas: To Die Like Mouchette, Ghosts, Waterfront Dance Club, Rules And Games, Charlie Don't Surf

             Bom é isso e flw!!!     

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