Ham Fisted – Local H
NOTA: 8,5/10
Em 1995 foi lançado o álbum de estreia do Local H, intitulado Ham Fisted, que trazia uma abordagem bem orgânica. Formada em 1987 na cidade de Zion, em Illinois, pelo duo Scott Lucas (vocais/guitarra) e Joe Daniels (bateria), a banda teve, no início, vários guitarristas e até um baixista, mas eles acabaram saindo, e Lucas passou a utilizar uma guitarra modificada com captação de baixo para preencher o som. Lembrando que o Grunge ainda dominava, mas já estava saturado; com isso, a banda chegou tarde, mas com uma energia crua e raivosa que se encaixava bem com o espírito da época, conseguindo um contrato com a Island Records. A produção, feita por Steven Haigler, foi propositalmente suja, com bateria seca e agressiva e guitarras distorcidas até o talo, valorizando a dinâmica entre os dois instrumentos principais, com destaque para a performance enérgica do Daniels e os vocais versáteis do Lucas. O repertório é legal, com canções energéticas e agressivas. No final, é um ótimo disco de estreia, mas que fracassou em vendas.
Melhores Faixas: Manipulator, Cynic, Sports Bar Vale a Pena Ouvir: Bag Of Hammers, Scott-Rock, Skid Marks
As Good As Dead – Local H
NOTA: 9,1/10
No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum do Local H, intitulado As Good As Dead, que é mais abrangente. Após o Ham Fisted, a banda ainda buscava seu lugar na cena alternativa americana, e Scott Lucas e Joe Daniels não recuaram, mesmo com a pouca visibilidade. Em vez disso, afiaram suas armas criativas e canalizaram frustrações em um segundo trabalho muito mais coeso e conceitualmente ambicioso. A produção, feita novamente por Steven Haigler, agora junto com Scott e Daniels, seguiu por um lado mais refinado, mas sem perder a sujeira e agressividade. A guitarra com captação de baixo do Scott Lucas novamente ocupa todo o espectro sonoro, criando uma parede sonora impressionante para um duo. A produção equilibra bem os momentos mais melódicos com explosões de ruído, fazendo uma junção do Noise com o nascente Post-Grunge. O repertório é incrível, e as canções são bem pesadas e melódicas. No geral, é um belo disco e muito dinâmico.
Melhores Faixas: Bound For The Floor, Nothing Special, Eddie Vedder, Fritz's Corner, Lovey Dovey
Vale a Pena Ouvir: Back In The Day, High-Fiving MF, O.K.
Pack Up The Cats – Local H
NOTA: 9/10
Dois anos se passam, e foi lançado o 3º álbum deles, o Pack Up the Cats, que foi bem mais ousado. Após o As Good As Dead, que colocou o Local H no radar da cena alternativa dos anos 90 com o hit Bound for the Floor, a expectativa em torno do próximo movimento da banda cresceu. Aqui, a dupla Scott Lucas e Joe Daniels decidiu fazer uma obra conceitual mais ambiciosa, com estruturas interligadas, faixas que se entrelaçam e letras mais maduras. A produção, feita por Roy Thomas Baker (aquele que produziu Queen e The Cars), foi para um som mais expansivo, limpo e cuidadosamente arquitetado, sem perder o peso e a intensidade da banda. A colaboração entre o duo rendeu momentos de refinamento sonoro, com os vocais melhor posicionados, as guitarras mais dinâmicas e experimentações com transições sutis. O repertório é muito bom, e as canções ficaram mais profundas e melódicas. Em suma, é um baita disco, mas que sofreu com má distribuição.
Melhores Faixas: What Can I Tell You?, All The Kids Are Right, Fine And Good, "Cha!" Said The Kitty
Vale a Pena Ouvir: Cool Magnet, All-Right (Oh, Yeah), Laminate Man
Here Comes The Zoo – Local H
NOTA: 8,2/10
Melhores Faixas: Creature Comforted, Rock & Roll Professionals
Vale a Pena Ouvir: Hands On The Bible, Bryn-Mawr Stomp, (Baby Wants To) Tame Me
Whatever Happened To P.J. Soles? – Local H
NOTA: 8,7/10
Dois anos se passaram e foi lançado mais um álbum de estúdio deles, o Whatever Happened to P.J. Soles?. Após o Here Comes the Zoo, que passou despercebido, o Local H estava em um momento de redescoberta artística. Cansados da falta de apoio das grandes gravadoras, a banda mergulhou em um processo criativo mais independente, decidindo lançar o novo disco por um selo menor, a Studio E Records. O título desse trabalho se refere à atriz P.J. Soles, famosa por papéis em Halloween, Carrie e Rock 'n' Roll High School, e serve como metáfora para o abandono cultural. A produção, feita pela banda junto com Andy Gerber, tem uma sonoridade mais crua, aproximando-se da estética Lo-fi do Rock alternativo do final dos anos 80 e início dos 90, mas com mais peso, lembrando o Stoner Rock e, ainda mais, o Grunge, com tudo bem voraz. O repertório é muito legal, e as canções são pesadíssimas e até suaves. No fim, é um ótimo álbum e bastante ousado.
Melhores Faixas: Everyone Alive, How's The Weather Down There?, Heavy Metal Bakesale, Halcyon Days (Where Were You Then?)
Vale a Pena Ouvir: Heaven On The Way Down, Mellowed, P.J. Soles
Twelve Angry Months – Local H
NOTA: 8/10
Se passa mais um intervalo de dois anos e a banda retorna lançando seu 6º álbum de estúdio, o Twelve Angry Months. Após o Whatever Happened to P.J. Soles?, eles passaram por uma pequena pausa, mas foi uma experiência pessoal amarga, o término de um relacionamento de longo prazo vivido por Scott Lucas, que daria forma ao novo disco. O conceito é direto e brutal: cada faixa representa um mês no ano posterior ao fim de um relacionamento, abordando o ciclo completo da dor, raiva, negação, melancolia e, por fim, aceitação. A produção foi, em sua maioria, feita pela própria banda, que manteve aquela sonoridade crua, mas com mais variações dinâmicas, permitindo espaço para texturas, camadas e até inserções de instrumentos fora do usual na banda, como cordas e pianos discretos. Além disso, a sonoridade voltou a ser mais puxada para o Post-Grunge. O repertório ficou muito bom e tem um começo, meio e fim. Enfim, é um ótimo trabalho e vale a pena apreciar.
Melhores Faixas: Michelle (Again), Blur, White Belt Boys
Vale a Pena Ouvir: Taxi-Cabs, BMW Man, 24 Hour Break-up Session
Então é isso, um abraço e flw!!!