domingo, 27 de julho de 2025

Analisando Discografias - Local H: Parte 2

                 

Hallelujah! I'm A Bum – Local H





















NOTA: 7/10


No ano de 2012, foi lançado mais um álbum deles, Hallelujah! I'm a Bum (e essa ficou daora). Após o Twelve Angry Months, esse novo trabalho surge num momento em que os Estados Unidos viviam forte polarização política, com as eleições presidenciais de Obama vs. Romney se aproximando e um país dividido em questões econômicas, sociais e culturais. Esse ambiente inspira Scott Lucas a montar o disco como um comentário ácido e provocativo sobre o estado da nação. A produção, feita por Sanford Parker, tem um som cru, mas bem trabalhado. A mixagem é densa e dinâmica, com camadas discretas de ruídos urbanos, gravações de metrô e transições que colam as faixas em um fluxo contínuo. Mergulhando no Grunge, Hard Rock e, claro, em influências mais alternativas, apesar de ter algumas repetições, o álbum mantém toda aquela energia visceral. O repertório é bem interessante, tendo ótimas canções e algumas descartáveis. No final, é um trabalho legal e que tem seu conceito. 

Melhores Faixas: Ruling Kind, Another February, Blue Line, Feed a Ferver, Waves Again
Piores Faixas: Cold Manor, Sad History

Hey, Killer – Local H





















NOTA: 7/10


Três anos se passaram e foi lançado o 8º álbum de estúdio do Local H, o Hey, Killer. Após o Hallelujah! I'm a Bum, o baterista Brian St. Clair anunciou sua saída em 2013. Para substituí-lo, entrou Ryan Harding, um baterista com pegada mais direta e agressiva, conhecido pela força bruta de sua abordagem, algo que combinaria bem com a próxima direção da banda. Esse trabalho foi financiado por crowdfunding (PledgeMusic), o que lhes deu liberdade total para criar sem amarras comerciais. A produção, feita por Andy Gerber, tem uma sonoridade mais enxuta e suja, com menos adornos. Os arranjos são construídos a partir da guitarra crua do Scott Lucas e da bateria pesada do Harding, com pouca pós-produção e foco total na energia ao vivo. Claro que há muito efeito mal timbrado, mas que consegue ter uma certa coesão. O repertório é bem interessante, e as canções são em sua maioria ótimas, só que há algumas fracas. Enfim, é um trabalho bom, apesar de suas falhas. 

Melhores Faixas: Mansplainer, City Of Knives, The Misanthrope, John The Baptist Blues
Piores Faixas: Freshly Fucked, Leon And The Game Of Skin, One Of Us

LIFERS – Local H





















NOTA: 8,4/10


Então chegamos em 2020, quando foi lançado o último álbum até o momento da banda, o LIFERS. Após o Hey, Killer, esse trabalho surgiu no início da pandemia da COVID-19. Gravado antes da pandemia, mas lançado bem no começo dela, LIFERS parece dialogar com essa sensação de urgência, frustração e permanência, tanto no sentido da resistência da banda em seguir ativa quanto na resiliência diante do caos. A produção, feita por Andy Gerber e com auxílio do Steve Albini, apresenta um som direto e seco, sem overdubs desnecessários, com foco total na performance da dupla. O disco soa poderoso, com uma mixagem que valoriza a pancada das baquetas do Harding e a guitarra/bass-modificada de Lucas, incorporando todas as influências clássicas do Rock alternativo com Grunge. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem cadenciadas e profundas. Enfim, é um ótimo disco, que chega a ser bem poderoso em termos sonoros. 

Melhores Faixas: Winter Western, Innocents, Demon Dreams 
Vale a Pena Ouvir: Farrah, High, Wide And Stupid, Defy And Surrender


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