domingo, 20 de julho de 2025

Analisando Discografias - Sahara Hotnights

                 

C'mon Let's Pretend – Sahara Hotnights





















NOTA: 8,2/10


Em 1999, foi lançado o álbum de estreia da banda feminina Sahara Hotnights, o C'mon Let's Pretend. Formada em 1992 em Robertsfors, na Suécia, era composta pelas irmãs Jennie Asplund (guitarrista) e Johanna Asplund (baixista), Josephine Forsman (baterista) e Maria Andersson (vocalista). Essas garotas eram apaixonadas por bandas Punk e garageiras, e decidiram se juntar mais para descontrair, até que, no final dos anos 90, quando já estavam na adolescência, lançaram um EP que deu visibilidade e abriu caminho para gravarem o primeiro trabalho delas. Com produção conduzida por Kjell Nästén, o álbum aposta numa sonoridade crua, reforçando o espírito juvenil e garageiro da banda. As guitarras ganham destaque com timbres sujos, a bateria é pulsante no estilo Punk, e os vocais de Maria Andersson são cheios de atitude. O repertório é bem legal, e as canções são todas bem diversificadas. No final, é um trabalho de estreia bem interessante e sólido. 

Melhores Faixas: Too Cold For You, Wake Up 
Vale a Pena Ouvir: Impressed By Me, Quite A Feeling, Our Very Own

Jennie Bomb – Sahara Hotnights






















NOTA: 8,5/10


Indo para 2001, foi lançado o segundo álbum da banda, intitulado Jennie Bomb, que trazia pequenas mudanças. Após C'mon Let's Pretend, que chamou a atenção da cena sueca e do cenário Indie por seu som garageiro com pegada punk e atitude 100% DIY, elas queriam refinar a energia do disco anterior, aumentar o apelo internacional e explorar mais melodias, ganchos e uma produção mais caprichada, sem perder a rebeldia juvenil. A produção, feita pelo renomado produtor sueco Chips K junto com a banda, deixou o som mais encorpado e coeso, com guitarras mais limpas e bem timbradas, vocais mais controlados e backing vocals pontuais. O espírito garageiro ainda está presente, mas com um pé no Power Pop e outro no Indie Rock. O repertório e as canções são bem divertidos e têm um toque mais envolvente. No geral, é um belo álbum e foi bem mais expressivo. 

Melhores Faixas: With Or Without Control, Fire Alarm, Only The Fakes Survive 
Vale a Pena Ouvir: Are You Happy Now?, Alright Alright (Here's My Fist Where's The Fight?), Out Of The System

Kiss & Tell – Sahara Hotnights





















NOTA: 8,8/10


Três anos depois, foi lançado o terceiro álbum de estúdio do Sahara Hotnights, o Kiss & Tell. Após o Jennie Bomb, vendo que o cenário voltou sua atenção para a Suécia, principalmente pelo sucesso que o The Hives conseguiu, elas aproveitaram o momento para investir em algo mais melódico, refinado e voltado ao Pop Rock, mas ainda com atitude e presença. A produção, feita por Pelle Gunnerfeldt, apostou numa abordagem mais polida e ampla, fazendo uma fusão do Rock de garagem delas com influências do Pop Rock, com mais atenção aos arranjos vocais, ambiência e texturas melódicas. As guitarras continuam presentes, mas agora trabalham mais com camadas e contrapontos do que com riffs diretos. O baixo e a bateria ganham mais espaço rítmico e groove, e o vocal da Maria está mais limpo e versátil. O repertório é muito bom, e as canções são bem animadas e com aquele lado mais envolvente. Enfim, é um ótimo disco e um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: Hot Night Crash, Stupid Tricks, Keep Calling My Baby, Stay/Stay Away 
Vale a Pena Ouvir: Nerves, The Difference Between Love And Hell, Walk On The Wire

What If Leaving Is A Loving Thing – Sahara Hotnights





















NOTA: 6/10


Mais três anos depois, a banda voltava lançando mais um disco, o What If Leaving Is a Loving Thing. Após o Kiss & Tell, elas decidiram apostar numa abordagem ainda mais introspectiva, melódica e sofisticada, mergulhando em temas emocionais mais densos e numa sonoridade muito mais voltada para o Pop Rock, deixando totalmente de lado aquela pegada garageira que tinham antes. Com produção conduzida por Björn Yttling (do trio Peter Bjorn and John), o álbum é marcado por uma sonoridade mais etérea, contida e melancólica. Em vez de explosões de guitarra, temos arranjos mais sutis, uso de teclados, pianos e camadas ambientais. O foco está nos vocais emocionais de Maria Andersson, que aqui entrega sua performance mais delicada. Porém, tudo fica muito arrastado e faltando momentos mais expansivos, deixando vários trechos tediosos. O repertório é irregular, com canções boas, mas outras bem fracas. No fim, é um trabalho mediano e inconsistente. 

Melhores Faixas: Visit To Vienna, Cheek To Cheek, Puppy 
Piores Faixas: Static, No For An Answer, Neon Lights

Sparks – Sahara Hotnights





















NOTA: 8/10


Em 2009, foi lançado um álbum de covers da banda, intitulado Sparks, que marcou um retorno, de certa forma, às raízes delas. Após o What If Leaving Is a Loving Thing, mesmo tendo conseguido uma grande visibilidade nacional, o Sahara Hotnights decidiu fazer um trabalho reinterpretando canções que marcaram as integrantes antes de a banda chegar a gravar seu primeiro álbum de estúdio ou alcançar o sucesso. Com produção conduzida novamente por Björn Yttling, o disco aposta numa sonoridade limpa, colorida e leve, com camadas de guitarras cristalinas e teclados retrô. Além disso, segue um pouco da estética que levou a banda ao estrelato, mas respeitando os arranjos originais, com boas progressões harmônicas e atenção à fluidez. O repertório ficou muito bom, e todas as canções foram bem interpretadas. No geral, é um disco bacana e bastante coeso. 


Melhores Faixas: Japanese Boy (Aneka), Big Me (Foo Fighters) 
Vale a Pena Ouvir: City Of Brotherly Love (Cass McCombs), In Private (Dusty Springfield), If You Can't Give Me Love (Suzi Quatro)

Sahara Hotnights – Sahara Hotnights





















NOTA: 2,6/10


Então, em 2011, foi lançado o sexto álbum delas, autointitulado, que marcou um retorno a um caminho mais comercial. Após o Sparks, Sahara Hotnights já havia deixado bem claro que o foco não era mais o Rock de garagem, mas sim uma sonoridade mais ampla, madura e com forte apelo Pop. Elas decidiram, então, lançar um trabalho que fosse autoconsciente e estilizado. Com produção feita por Jari Haapalainen, o disco é mais cristalino e moderno, apostando em instrumentação polida, beats controlados, vocais suaves e arranjos sofisticados. Traz teclados com timbres retrô-modernos, grooves discretos, riffs contidos e vocais centrados na nuance emocional. A guitarra é menos protagonista do que nunca, servindo mais à construção de atmosfera do que à criação de tensão. Só que tudo acabou ficando muito arrastado e com cara de algo já manjado. O repertório é muito ruim, e as canções são bem chatas, com poucas que se salvam. No fim, é um disco fraquíssimo e que foi um fiasco. 

Melhores Faixas: 781, Secrets 
Piores Faixas: Distant And Dreamy, Wanted You / Want Is Gone, Oh’s, Lookalike

Love In Times Of Low Expectations – Sahara Hotnights





















NOTA: 3/10


Onze anos depois, foi lançado o último álbum delas até o momento, o Love in Times of Low Expectations. Após o álbum anterior, Sahara acabou entrando em um hiato, com as integrantes se dedicando a projetos paralelos, à vida pessoal e a outras atividades criativas. Com esse retorno, elas decidiram continuar mergulhando em um caminho mais Pop, com uma tonalidade bem agridoce e resignada. A produção, conduzida por Petter Winnberg, segue um lado mais contido e atmosférico, com o uso de sintetizadores e guitarras limpas. A sonoridade basicamente segue a estética dos anos 80, com uma pegada meio New Wave e Jangle Pop, além de mostrar influências do Lykke Li e Roxette. No entanto, tudo soa bastante arrastado e sem alma, fazendo com que os arranjos pareçam repetitivos e sem qualquer identidade. O repertório, novamente, é bem ruim, e as canções são chatíssimas, com poucas que se salvam. No final, é um trabalho péssimo e que faltou compreensão. 

Melhores Faixas: Avalanche, Reverie, Mind Games 
Piores Faixas: Gemini, Predictable, Leander, Diving For Pearls

 

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