Eleven – Sugarcult
NOTA: 2/10
Em 1999, foi lançado o álbum de estreia do Sugarcult, intitulado Eleven, e assim, longe do que seria a banda. Formada um ano antes em Santa Barbara, na Califórnia, composta por Tim Pagnotta (vocal/guitarra), Airin Older (baixo), Ben Davis (bateria) e Marko DeSantis (guitarra), o grupo surgia em meio à cena alternativa que ainda vivia a ressaca do grunge e a ascensão do Pop Punk. Eles decidiram gravar algo totalmente caseiro para ver se conseguiam espaço para fazer shows por aí. A produção, conduzida pela própria banda, é extremamente Lo-fi, refletindo tanto os poucos recursos quanto a intencionalidade artística. Gravado em estúdios pequenos e com orçamento limitado, o álbum tem mixagens abafadas, guitarras opacas, vocais com reverb exagerado e uma sonoridade que muitas vezes lembra gravações demo. O repertório é horroroso, com canções terríveis e poucas interessantes. No fim, é um álbum péssimo e obviamente renegado.
Melhores Faixas: Christine, Cyndi Lauper
Piores Faixas: Anna’s Touch, Makeup, Yesterday, Underwear
Wrap Me Up In Plastic – Sugarcult
NOTA: 2/10
No ano seguinte, foi lançado o 2º álbum deles, o também terrível Wrap Me Up in Plastic. Após o Eleven, o Sugarcult começou a se destacar localmente como uma banda em potencial dentro da nova cena alternativa californiana. A formação, apesar de começar a ter alguns problemas, parecia estar tentando encontrar uma estética sonora, e isso se refletiria diretamente nesse trabalho. A produção, conduzida pela própria banda junto com Thom Flowers, é mais limpa e acessível do que antes, embora ainda mantenha uma estética semi-caseira. Os vocais estão mais à frente e os timbres das guitarras ganham um brilho Pop Punk. O álbum soa como um ensaio da banda para alcançar as rádios e, por isso mesmo, parece um pastiche na tentativa de ser uma espécie de novo The Offspring ou blink-182. O repertório é péssimo, e as canções são todas bem chatas, com exceção de apenas uma. No geral, é um disco pavoroso e que ainda faltava uma identidade para a banda.
Melhores Faixas: You're The One
Piores Faixas: Bouncing Off The Walls, Drive All Day, Say I'm Sorry, I'm Alright, Pretty Girl
Start Static – Sugarcult
NOTA: 8,5/10
Então se passou mais um ano, e a banda lançava seu 3º álbum, o Start Static, que foi um ponto de virada. Após Wrap Me Up in Plastic, o Sugarcult começou a se destacar por letras emocionalmente afiadas e refrões cativantes. Esse amadurecimento e visibilidade abriram as portas para seu primeiro lançamento por uma gravadora maior, a Ultimatum Music, e agora eles tinham que encontrar de vez sua identidade e não ser uma simples cópia. A produção, feita por Matt Wallace junto com o baterista Ben Davis, é bem limpa, polida e direta, voltada à grande mídia da época. As guitarras foram bem encaixadas, os vocais do Pagnotta aparecem em destaque, e a bateria tem presença firme e clara. A estética sonora do álbum visa capturar a energia juvenil sem abrir mão de refinamento, fazendo um Pop Punk e Power Pop bem consistentes. O repertório ficou muito bom, e as canções são bem envolventes e diversificadas. Enfim, é um ótimo disco e que serviu como uma “boa estreia”.
Melhores Faixas: Bouncing Off The Walls, Stuck In America, How Does It Feel
Vale a Pena Ouvir: Hate Every Beautiful Day, Pretty Girl (The Way), Crashing Down
Palm Trees And Power Lines – Sugarcult
NOTA: 9/10
Três anos depois, foi lançado o belíssimo 4º album deles, o Palm Trees And Power Lines. Após o Start Static, o Sugarcult passou a figurar com mais regularidade entre os nomes do Pop Punk. Com eles aparecendo na MTV e tocaram em trilhas sonoras. Porém, ao mesmo tempo em que a banda colhia frutos, enfrentava mudanças internas. O baterista Ben Davis saiu devido a problemas pessoais (ligados a vício), sendo substituído por Kenny Livingston. Produção feita por Gavin MacKillop, foi para um som mais limpo, mas não muito polido com a intenção era dar espaço para que as letras ganhassem peso e para que os arranjos se conectassem. Com guitarras com menos distorção “adolescente” e mais ambiência, linhas de baixo mais marcadas e vocais do Tim Pagnotta com mais controle emocional. O repertório é incrível, e as canções são bem diversificadas desde momentos energéticos e melódicos. No final de tudo, é um baita disco e que não é muito comentado.
Melhores Faixas: Memory, She's The Blade, Champagne, Head Up, Crying
Piores Faixas: Back To California, Over
Lights Out – Sugarcult
NOTA: 8,6/10
Então chega em 2006, e foi lançado o último álbum até então do Sugarcult, o Lights Out. Após o Palm Trees and Power Lines, a banda até que conseguiu um relativo sucesso, só que o cenário musical estava mudando: o auge do Emo/Pop Punk começava a dar lugar a sons mais experimentais e introspectivos, e bandas da mesma geração ou evoluíam, ou desapareciam. Internamente, eles começavam a enfrentar o desgaste natural de turnês extensas e mudanças criativas, além da pressão da gravadora deles desde o último trabalho, a Fearless. A produção foi feita pelo mesmo produtor e opta por uma sonoridade mais densa, mas ainda explosiva. Há menos urgência juvenil e mais construção de climas. Guitarras com reverberação e vocais contidos criam uma aura quase noturna. O repertório ficou muito bom, e as canções ficaram mais reflexivas e suaves. No fim, é um disco legal, mas que foi esquecido, deixando a banda num longo hiato.
Melhores Faixas: Los Angeles, Dead Living, Majoring In Minors, Shaking
Vale a Pena Ouvir: Do It Alone, Riot, Made A Mistake
Então é isso e flw!!!