quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Analisando Discografias - Atreyu: Parte 1

                 

Suicide Notes And Butterfly Kisses – Atreyu





















NOTA: 8,2/10


Em 2002, foi lançado o álbum de estreia da banda Atreyu, intitulado Suicide Notes and Butterfly Kisses. Formada no final da década de 90 na cidade de Yorba Linda, na Califórnia, a banda contava com os guitarristas Dan Jacobs e Travis Miguel, o baixista Chris Thomson, além de um vocalista que soltava berros intensos, Alex Varkatzas, e um baterista que também cantava de forma mais tradicional, Brandon Saller. Com uma proposta ousada de unir a agressividade do Hardcore nova-iorquino à complexidade e aos riffs do Metal tradicional, o grupo despertou o interesse da gravadora Victory. A produção, conduzida por Eric Rachel, é relativamente crua, propositalmente não polida, com guitarras pesadas do Dan Jacobs e Travis Miguel, que utilizam afinações baixas e riffs serrilhados. A bateria de Brandon Saller é um dos grandes destaques: técnica, bem gravada e cheia de variações rítmicas. O repertório é consistente, com canções pesadas e bem construídas. No geral, trata-se de um ótimo disco de estreia para uma banda tão odiada. 

Melhores Faixas: Deanne The Arsonist, Lip Gloss And Black 
Vale a Pena Ouvir: Tulips Are Better, Living Each Day Like You're Already Dead, Ain't Love Grand

The Curse – Atreyu





















NOTA: 8,5/10


Dois anos se passaram e foi lançado o 2º álbum de estúdio deles, o aclamado The Curse. Após o Suicide Notes and Butterfly Kisses, a banda começou a atrair atenção para além da cena underground. No momento em que esse trabalho foi concebido, o Metalcore estava se expandindo, com bandas como Killswitch Engage, Trivium e Avenged Sevenfold (também da Califórnia) ganhando notoriedade. A banda estava bem posicionada: seu diferencial era a combinação inusitada entre a brutalidade vocal do Alex Varkatzas e os vocais melódicos (quase Emo) do baterista Brandon Saller. A produção, feita por GGGarth Richardson, ficou um pouco mais refinada e revela mais clareza entre os instrumentos, principalmente na bateria e nos vocais. A voz melódica do Brandon Saller agora aparece mais central, quase como um co-vocalista. O repertório é consistente, e as canções ficaram mais cadenciadas, porém pesadas. No fim, é um ótimo disco e, certamente, um dos melhores da banda. 

Melhores Faixas: Right Side Of The Bed, Bleeding Mascara, My Sanity On The Funeral Pyre
Vale a Pena Ouvir: This Flesh A Tomb, Nevada's Grace, Demonology And Heartache

A Death-Grip On Yesterday – Atreyu





















NOTA: 8/10


Então se passaram mais dois anos para lançarem mais um disco, A Death-Grip on Yesterday. Após o The Curse, a banda expandiu seu público e firmou o estilo que a caracterizava. O disco os levou a festivais maiores, como Ozzfest e Warped Tour. Houve uma troca na formação com a entrada do novo baixista Marc "Porter" McKnight, e, no restante, eles decidiram apostar em riffs mais densos, refrões mais definidos e letras que oscilam entre a vulnerabilidade emocional e uma amargura mais ácida. A produção, conduzida por Josh Abraham junto com a banda, deixou o som mais polido, mas sem perder impacto. As guitarras estão afinadas ainda mais graves, criando um tom sombrio. Os vocais melódicos do Brandon ocupam um espaço ainda maior, enquanto Alex entrega uma performance mais controlada, porém visceral, com ênfase na dicção e na emoção. O repertório ficou bem interessante, e as canções são bem dinâmicas. Enfim, é um ótimo disco e bastante subestimado. 

Melhores Faixas: Ex's And Oh's, Creature 
Vale a Pena Ouvir: My Fork In The Road (Your Knife In My Back), The Theft

Lead Sails Paper Anchor – Atreyu



















NOTA: 3/10


No ano de 2007, foi lançado o 4º álbum deles, o Lead Sails Paper Anchor, que trouxe várias mudanças. Após A Death-Grip on Yesterday, o Atreyu decidiu passar por uma mudança radical de direção estética. Saindo um pouco do Metalcore, entra uma mistura ambiciosa do Hard Rock, Rock alternativo e Emo. Este também marca o primeiro disco da banda lançado por uma grande gravadora, a Hollywood Records (subsidiária da Disney), o que fez seus fãs levantarem aquele famoso papo de que eles se venderam. A produção, conduzida por John Feldmann do Goldfinger, que trouxe sua estética mais polida, refinando o som da banda até um ponto de clareza quase cirúrgica. As guitarras continuam com peso, mas agora ganham destaque melódico. E as vozes do Brandon Saller e Alex Varkatzas estão altamente controladas, só que tudo soa manjado e sem emoção. O repertório tem algumas canções boas, mas a maioria é fraca. No fim, é um álbum fraquíssimo e chato. 

Melhores Faixas: Doomsday, Slow Burn, Lose It 
Piores Faixas: When Two Are One, Becoming The Bull, Blow, Can't Happen Here

Congregation Of The Damned – Atreyu





















NOTA: 3/10


Se passaram dois anos e foi lançado mais um trabalho deles intitulado Congregation Of The Damned. Após o Lead Sails Paper Anchor, eles decidiram fazer um trabalho que fosse um esforço deliberado de reconciliação entre peso e acessibilidade. A banda buscava combinar o lado mais polido e grandioso de seu antecessor com os elementos brutais e técnicos dos primeiros álbuns, tudo dentro de uma estética sombria e apocalíptica. Produção feita por Bob Marlette, trouxe uma abordagem densa e expansiva, carregada de camadas, ambiência sombria e foco em impacto rítmico. Com o som mais saturado, com guitarras ainda mais pesadas e vocais empilhados só que aqui Alex Varkatzas volta a ter mais protagonismo com seus vocais agressivos, mas Brandon Saller continua como o pilar melódico, porém tudo é bem manjado mostrando que eles estavam fazendo algo previsível. O repertório é fraquíssimo, com canções chatissimas e tendo poucas exceções. Em suma, é outro disco muito ruim. 

Melhores Faixas: Gallows, So Wrong, Insatiable 
Piores Faixas: Lonely, Bleeding Is A Luxury, Wait For You, Ravenous

Long Live – Atreyu





















NOTA: 1,2/10


Pulando para 2015, depois de uma longa pausa, eles retornam lançando seu 6º álbum, o Long Live. Após o Congregation of the Damned, o Atreyu entrou em hiato em 2011, alegando a necessidade de uma pausa após mais de uma década de estrada e, claro, vários conflitos internos. E foi só três anos depois, após focarem em projetos paralelos, que eles retornaram. Havia um misto de empolgação e cautela entre os fãs. O Metalcore havia mudado: bandas como Bring Me the Horizon e Architects dominavam a cena com produções cinematográficas e peso técnico. A produção foi conduzida por Fred Archambault junto com a banda, que tentou aplicar uma sonoridade moderna e balanceada entre agressividade e clareza. Basicamente, eles usaram menos manipulação digital e tentaram resgatar a base que tinham no passado, porém tudo ficou bastante insuportável, refletindo em um repertório horrível, contendo canções medíocres. No final, é um álbum péssimo e inexpressivo. 

Melhores Faixas: (............................) 
Piores Faixas: Brass Balls, Reckless, Heartbeats And Flatlines, I Would Kill / Lie / Die For You

In Our Wake – Atreyu





















NOTA: 1/10


Se passam três anos, e é lançado mais um trabalho do Atreyu, o In Our Wake. Após o Long Live, eles, totalmente desesperados, decidiram retornar a um som mais polido, acessível e orientado para o mainstream. Esse álbum nasce em um cenário onde o Metalcore tradicional já havia sido amplamente assimilado pelo Metal alternativo, muito por conta do Bring Me the Horizon, e a banda decidiu seguir esse caminho. A produção, conduzida mais uma vez por John Feldmann, adotou uma sonoridade extremamente radiofônica e dinâmica, priorizando impacto e acessibilidade. O álbum é carregado de efeitos de estúdio, overdubs, vocais múltiplos, sintetizadores e ambientações eletrônicas, e os vocais do Alex estão menos dominantes. Já Brandon Saller assume aqui o protagonismo absoluto. O problema é que tudo ficou extremamente plastificado e muito sem graça. O repertório é terrível, e as canções beiram o ridículo. No fim, é um péssimo trabalho e que afundou a banda. 

Melhores Faixas: (...................) 
Piores Faixas: Terrified, Blind, Deaf, And Dumb, Super Hero, No Control, House Of Gold


   Por hoje é só, então flw!!!  

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